Por Letícia Marques | Uol:
Os resultados ruins e as atuações desanimadoras são a pauta do Flamengo nesta
temporada. A derrota para o Atlético-MG, pelo Brasileirão, foi um ensaio
assustador para o confronto de amanhã (22) pela Copa do Brasil. A performance
rubro-negra traz à tona a preocupação de um planejamento totalmente em risco e
um 'rombo' imediato que pode passar dos R$ 30 milhões.
Baseando-se em um elenco renomado e em temporadas vitoriosas, o Flamengo
projetou orçamento bilionário e estabeleceu metas altas para o departamento de
futebol, com base em cálculos anteriores: que o time feche a temporada, no
mínimo, como vice-campeão no Brasileirão e que alcançasse as semifinais dos
mata-matas — Libertadores e Copa do Brasil.
O objetivo estipulado, naturalmente, vai além da satisfação por bom futebol e
vitórias para o torcedor. Ele também envolve diretamente o planejamento
financeiro do clube. Campanhas longas nas Copas geram grande montante aos
cofres dos clubes brasileiros. Lembrando que, nesta temporada, o Flamengo
projeta arrecadação de R$ 130 milhões em prêmios/direitos de transmissão por
performance.
Em caso de eliminação nas oitavas das duas competições, o Flamengo perderia,
de cara, R$ 30 milhões do orçamento referente às premiações — a Libertadores
daria mais R$ 18 milhões aos semifinalistas, enquanto a Copa do Brasil
entraria com mais R$ 12 milhões. Aqui cabe uma ressalva: os valores, na
prática, serão maiores, visto que o clube também descartaria a bilheteria de
pelo menos mais quatro jogos em casa, além de dos direitos de transmissão por
desempenho.
Por enquanto, na Libertadores, como mandante, o Flamengo arrecadou R$ 6,5
milhões em renda bruta - com uma média de público de cerca de 41 mil pessoas
no Maracanã. Já na Copa do Brasil, em apenas um jogo, o clube carioca somou
pouco mais de R$ 425 mil.
É por isso que o futebol irregular das últimas semanas deixa importantes metas
na corda bamba, e a primeira prova vem já nesta semana, na Copa do Brasil. A
má atuação contra o Galo não é vista como um caso à parte. Pelo contrário, se
junta à lista de desempenhos ruins que, inclusive, resultaram na demissão de
Paulo Sousa. A vitória contra o Cuiabá, já com Dorival Júnior no comando, não
foi o suficiente para engatar uma reação.
Após a derrota apática no Mineirão, Flamengo e Atlético estarão em lados
opostos novamente já amanhã (22), no Mineirão, e iniciam o duelo visando a
vaga nas quartas da Copa do Brasil —que renderá R$ 3,9 milhões ao
classificado. No entanto, o tempo para buscar solução é pouco e o sinal de
alerta vai além da competição nacional, visto que semana que vem há a disputa
pela Libertadores, contra o Tolima.
Os primeiros passos para o futuro da temporada acontecem no mês de junho, mas
a definição fica para julho, e com o fator casa a favor do Rubro-Negro. Na
primeira semana, no dia 6, o Flamengo encara o Tolima, e, no dia 13, enfrenta
o Atlético-MG. Serão três semanas para definir o rumo da temporada e, neste
período, uma quantia superior a R$ 9 milhões pode entrar nos cofres em caso de
classificação nas duas (R$ 3,9 milhões pela Copa do Brasil e R$ 5,42 milhões
pela Libertadores).
No Brasileirão, a situação em tese não inspira tanta urgência, por ser uma
competição de 38 rodadas. No entanto, o atual momento do clube carioca já liga
o sinal de alerta. Com 15 pontos em 13 partidas, o Flamengo ocupa a 14ª
colocação e vive este primeiro turno flertando com a zona de rebaixamento.
Para cumprir o orçamento, o Fla precisa ser, pelo menos, vice-campeão
nacional. Uma escalada e tanto.
Orçamento em temporadas passadas
Em 2020, a previsão do orçamento foi a mesma. E o Fla acabou eliminado nas
oitavas de final da Libertadores pelo Racing-ARG, e nas quartas da Copa do
Brasil pelo São Paulo, compensando de certa forma com o título brasileiro. Já
na temporada passada, o clube carioca cumpriu a meta ao chegar à final da
Libertadores, à semifinal da Copa do Brasil e à segunda colocação no
Brasileirão.
Para 2022, em caso de título, os valores de arrecadação podem superar as
expectativas do Fla. O montante pode chegar a R$ 113 milhões pela
Libertadores, R$ 80 milhões pela Copa do Brasil e cerca de R$ 32 milhões pelo
Brasileirão.
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Imagem: Divulgação