Punição severa a Gabigol surpreendeu especialistas: 'Não vi indício de fraude'


Gabigol foi surpreendido com uma punição severa: uma suspensão de dois anos do futebol, com um ano a ser cumprido na prática, até abril de 2025. O julgamento, decidido por um voto de diferença (5×4), deixou não só o atacante, o clube e os torcedores perplexos, mas também especialistas em justiça desportiva.


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Em entrevista ao jornalista Rodrigo Mattos, do UOL, dois advogados destacaram a complexidade do caso de Gabriel, ressaltando a falta de precedentes. Maurício Corrêa da Veiga, presidente da comissão de Direito Esportivo do IAB, e Gustavo Caputo, auditor da Confederação Brasileira de Skate e professor da CBF Academy, questionaram os procedimentos do processo e o veredito.

A Acusação Contra Gabigol

Gabigol é acusado de dificultar a realização do exame antidoping ao demorar para atender os oficiais de coleta, que teriam chegado ao centro de treinamento às 8h40. Enquanto todos os outros atletas do Flamengo cumpriram as recomendações e fizeram o exame antes do treinamento, o jogador teria sido exceção. Além disso, foi alegado que o pote de coleta não estava devidamente fechado. No entanto, o resultado do exame deu negativo para substâncias proibidas.


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Veredito e Reação dos Especialistas

O entendimento da maioria do tribunal foi que Gabigol violou o artigo 122 do código antidopagem, que aborda "fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle". Para Maurício Corrêa, o processo deveria ter ocorrido sob sigilo, especialmente por ser inédito, e a divulgação dos dados durante o desenrolar foi considerada "precária".

“Se tiver (caso como Gabigol), vai ser alguma coisa do CAS. No tribunal antidopagem, eu confesso que nunca vi com essas peculiaridades. Geralmente, em muitos desses casos, tem algum sigilo. Proteção de dados. A divulgação acaba sendo precária”


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Gustavo Caputo expressou ainda mais dúvidas, afirmando que não viu indícios de fraude no caso. Ele destacou que o jogador errou ao esconder a genitália do fiscal durante o teste de urina, mas considerou isso como um equívoco, não passível de uma suspensão tão severa.

“Confesso que não sei nenhum caso que tenha uma situação análoga do Gabriel. É uma pena muito grande para quem não teve nada encontrado na sua urina. Não vi um indício de fraude. Com exceção de não ter mostrado a genitália. Não vejo o indício de fraude. Vejo mais um erro de atleta do que uma fraude. Não tenho conhecimento de caso análogo. Me parece uma pena excessiva.”


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Recursos e Defesa de Gabigol

Flamengo e Gabigol anunciaram que vão recorrer da decisão à Corte Arbitral do Esporte (CAS). Ambos argumentam que não houve fraude, pois o jogador estava seguindo orientações do departamento médico de realizar o exame após o treino.

Segundo informações do ex-atleta Caio Ribeiro, Gabriel estava realizando atividades antes dos companheiros e o teste antidoping foi recomendado duas horas após o término da atividade, para evitar alterações nos resultados. O clube pretende apresentar evidências, como imagens do jogador na academia e registros de horários no Ninho do Urubu, para confirmar que ele não agiu de forma inadequada.

Perspectivas Futuras

Gabigol é representado pelo advogado Bichara Neto, conhecido por sua atuação no caso de doping de Paolo Guerrero em 2018, que resultou na redução da pena do jogador. A resolução do caso pode levar até seis meses, mas a defesa do atleta está preparando um pedido de efeito suspensivo, permitindo que ele continue atuando até o julgamento definitivo.

Imagem: Divulgação

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