Por Diogo Dantas | O Globo:
Como esperado, após a derrota na final da Libertadores a situação de Renato
Gaúcho no comando do Flamengo ganhou contornos de fim de casamento. O técnico
incidou a saída, que já vinha amadurecendo desde as ameaças a sua filha, Carol
Portaluppi, nas redes sociais.
Incomodado com a perseguição diante de pouco tempo para conseguir efetivamente
trabalhar, voltou a deixar o cargo à disposição no Uruguai com o
vice-campeonato para o Palmeiras. A diretoria do Flamengo, que já convivia com
cobranças pela troca de comando, desta vez vai interromper o trabalho.
Os dirigentes chegaram de Montevidéu e o vice de futebol Marcos Braz colocou
panos quentes, mas no vestiário do Centenário o clima entre funcionários era
de que o técnico já tinha caído. E entre a diretoria a decisão sobre a não
permanência já era um consenso que nem precisou ser verbalizado literalmente.
"Se hoje o Flamengo tivesse ganho, as pessoas teriam me perguntado se eu ia
renovar o contrato para o ano que vem. Eu já to vacinado quando a isso no
Brasil. Amanhã todo mundo vai criticar. No Brasil só é bom quem ganha", disse
um abatido Renato na entrevista coletiva.
Apesar da boa relação com os jogadores, entre o elenco a descrença no futuro
do trabalho de Renato Gaúcho bateu forte. A comissão técnica e a diretoria
deram apoio até onde deu. Agora, as partes vão discutir se haverá comum acordo
ou se Renato será demitido.
Tudo isso deve ser definido até esta segunda-feira. Renato não está
confortável para comandar o time diante do Ceará no Maracanã em virtude dos
últimos xingamentos da torcida nos jogos do Brasileiro que perdeu.
A permanência do técnico no Flamengo em 2022 não estava condicionada por
nenhum tipo de acordo de renovação automática do contrato, válido até o fim de
dezembro. Não há gatilho em caso de o presidente Rodolfo Landim ser reeleito.
O martelo pela saída será batido a qualquer momento pelo mandatário.
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Imagem: EITAN ABRAMOVICH / AFP