Por Rodrigo Mattod | Uol:
A liga de clubes para organizar o Brasileiro teve um avanço: 18 clubes
assinaram uma carta de intenções com a empresa Kodajas Sports Kapital. O
documento estabelece que a empresa fará uma oferta para comprar um percentual
da futura liga. O aceno da empresa é por um investimento de US$ 1 bilhão (R$
5,46 bilhões) na liga. O dinheiro seria dividido entre os clubes, e a Kodajas
passaria a ter um percentual de todas as receitas da liga.
O acordo foi assinado há um mês pelos seguintes clubes: Corinthians ,
Palmeiras, Santos, São Paulo, Red Bull Bragantino , Flamengo, Vasco ,
Botafogo, Grêmio , Internacional, Atlético-MG , Cruzeiro , Bahia, Ceará,
Fortaleza, Cuiabá, Atlético-GO e Chapecoense . São portanto 15 times da Série
A, e três equipes da Série B.
Essas agremiações firmaram uma carta de intenções com a empresa Kodajas, grupo
liderado pelo advogado Flávio Zveiter e o executivo Richard Fort. A empresa
captou o investimento com o fundo Advent, que tem investido em direitos de
campeonatos pelo mundo.
A informação sobre a carta de intenções foi dada primeiro pelo "GE" e
confirmada pelo blog.
Pelos termos do documento assinado, os clubes se comprometem por dois meses a
não vender os direitos do Brasileiro de 2025 em diante. Durante esse período,
a Kodajas fará uma avaliação do valor que tem uma liga do Brasileiro. A partir
daí, deve fazer uma proposta de compra de um percentual da liga que será de no
máximo 25%.
Em uma análise inicial, a liga foi avaliada em US$ 4 bilhões. Mas esse valor
deve mudar quando for concluído o processo mais aprofundado sobre o montante a
ser pago pelo campeonato. É certo que o dinheiro disponível para investimento
é de US$ 1 bilhão.
A partir da oferta, terá de ser negociado tanto o percentual a ser comprado da
liga quando o tempo do compromisso. Incialmente, a Kodajas colocou como meta
que os clubes acordassem jogar a liga por 75 anos. Entre os clubes, esse
período é visto como muito longo. Os fundos de compra de "private equity",
como é o caso do Advent, costumam fazer negócios por até dez anos.
Não há no acordo assinado uma obrigação de aceitar a proposta ou de realizar o
negócio. A carta de intenções - chamada de "Letter Of Intent" (LOI) - é ainda
um primeiro passo. Depois, pode evoluir para um memorando de entendimento e,
futuramente, para um contrato. O prazo da carta acaba em cerca de um mês.
Neste período, a Kodajas deve oficializar uma proposta.
É certo que o documento demonstra que esses 18 clubes avançaram na intenção de
vender em conjunto seus direitos do Brasileiro. Também há a intenção de
assumir totalmente a organização da liga, o que poderia acontecer para 2023.
Mas isso depende de uma adesão quase total dos times da Série A.
No momento, a maior resistência é do Athletico-PR, comandado por Mario Celso
Petraglia. Ele brigou com outros dirigentes durante a discussão da liga e não
quis aderir a esse acordo. O presidente do Fluminense, Mario Bittencourt,
também tem resistido. Mas, entre os outros clubes, não é visto como
intransigente.
A Kodajas foi uma das empresas que apresentou proposta para parceria com a
liga quando houve as primeiras reuniões do grupo de clubes para formar a Liga.
O movimento iniciou-se no meio do ano, e depois esfriou por conta de
desentendimentos internos. Nos bastidores, a liga continuou a andar até a
chegar a esse primeiro acordo.
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Imagem: Divulgação
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