Assim como técnico português Jorge Jesus fez com o Flamengo em 2019, seu
compatriota Abel Ferreira conseguiu com o Palmeiras na temporada 2020 dois
títulos, com a Libertadores e a Copa do Brasil, vencida ontem diante do Grêmio
, enquanto o antecessor havia tido a competição continental somada ao
Brasileirão, campanhas que levaram a comparações sobre os feitos de dois
treinadores vindos de Portugal no futebol brasileiro em temporadas bastante
distintas.
No podcast Posse de Bola #106 , Mauro Cezar Pereira afirma que não cabe
nenhuma comparação em relação ao que os dois técnicos fizeram, dada a
diferença que ele considera do trabalho realizado por Jesus em relação a Abel.
"Qualquer comparação do Abel com o Jesus, o trabalho feito, acho que é uma
forçada de barra absurda, uma forçada de barra muito intensa por parte da
imprensa de São Paulo, que quer porque quer fabricar um novo português de
sucesso em um time paulista, o que evidentemente não aconteceu. A diferença é
brutal do que fez o Jorge Jesus e do que fez o Abel", diz Mauro Cezar (no
vídeo a partir de 8:23) .
A análise do jornalista leva em consideração a forma pela qual jogou o
Flamengo de 2019, com um futebol mais ofensivo, de mais posse de bola e com
marcação alta, enquanto o Palmeiras de 2020 tem uma defesa sólida e se fecha
para aproveitar os espaços e contra-atacar, citando que o modo de jogar do
time alviverde não funcionou no jogo do Allianz Parque contra o River Plate e
diante do Tigres no Mundial de Clubes.
"O Abel é um técnico que montou um time competitivo, que faz um tipo de
futebol que funciona bem no Brasil e nem sempre lá fora, vide o jogo contra o
River, vide o Mundial de Clubes, e tem todos os méritos por ter sido campeão,
mas não há como comparar o que o Jesus realizou no Flamengo e o que o Abel
realiza hoje no Palmeiras, isso aí para mim é muito claro", diz Mauro.
"Há uma forçada de barra monstro, 'ah o feito é mais difícil', exercícios de
reflexão profunda para tentar colocar no mesmo patamar ou até em um patamar
mais alto, o que acho que é até um desserviço ao futebol, porque é só olhar
para o que os dois times fazem em campo, fazia em campo um e faz outro hoje",
completa.
Palmeiras teve sequência contra adversários mais fracos
Outro fator que o jornalista cita é a sequência de adversários mais fracos que
o time do Palmeiras enfrentou na campanha da Copa do Brasil — passando por Red
Bull Bragantino , Ceará e América-MG antes de vencer o Grêmio na final —
comparando ao que fez o Cruzeiro quando foi campeão em 2017, que teve
Chapecoense , Palmeiras, Grêmio e Flamengo.
"O Palmeiras aproveitou muito bem também, e isso não pode ser ignorado e não
tira o mérito, mas teve uma sequência de jogos contra adversários mais fracos,
se você comparar o Cruzeiro campeão da Copa do Brasil em 2017 os adversários e
o Palmeiras a diferença é muito grande, mas problema do Cruzeiro, sorte do
Palmeiras, foi campeão", diz Mauro Cezar.
"Isso tem que ser avaliado para você ter uma noção do tamanho do futebol
produzido e o que foi feito, até para neutralizar essa forçada de barra. Não
tem comparação. Seria absurdo que o Abel, com 42 anos, só se ele fosse um novo
Gallardo e não é, fizesse algo parecido com o que o português que esteve aqui
antes fez", completa.
Por fim, Mauro destaca como dois técnicos portugueses chegaram ao futebol
brasileiro com formas diferentes de trabalho e conseguiram ter sucesso com os
títulos conquistados nas últimas duas temporadas.
"Me chama a atenção é o seguinte, portugueses de diferentes estilos, bem
distintos, esse um português mais abrasileirado, um jogo reativo, do jogo
muito pragmático. Ele tem conceitos e ideias de jogo muito parecidas daquelas
que são defendidas e colocadas em prática por muitos técnicos aqui do Brasil,
mas mais competente do que a maioria deles, comprovadamente mais capaz. É
interessante observar que dois portugueses de escolas diferentes, gerações
diferentes vieram, dominaram e ganharam", conclui.
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Fonte: Uol
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