Mais do que a empolgante vitória por 5 a 3 contra o Bahia, em Salvador, o Flamengo deixou o confronto com um sentimento de retomada. Foi a primeira partida em que o time conseguiu executar com equilíbrio o “tiki-taka” de Domènec Torrent.
A equipe trocou 642, finalizou 20 vezes e acertou nove chutes ao gol, marcando cinco vezes. Algo que faltava para a equipe que hora tocava muito e chutava pouco ou chutava muito e marcava pouco ou nem chutava nem marcava, mas trocava passes em excesso.
Domènec tem sido repetitivo ao dizer à imprensa e aos torcedores que o trabalho dele necessita de tempo. Afinal, ele estreou uma semana após ter sido apresentado e desde então teve somente uma semana cheia para trabalhar com os jogadores.
A cobrança não tem sido fácil e aumentou após atuações contra o Santos, na Vila Belmiro, embora tenha vencido por 1 a 0, e Grêmio, empatando por 1 a 1, no Maracanã, ambos jogos pelo Campeonato Brasileiro.
São partidas que exemplificam bem o desequilíbrio no “tiki-taka”.
Contra os santistas, o Flamengo trocou 399 passes, o pior número nas apresentações no Brasileirão, e chutou dez vezes, acertando seis tiros na meta rival, segundo o TruMedia, a ferramenta de estatísticas da ESPN.
Diante do Grêmio foram 596 passes trocados, a terceira melhor marca flamenguista no torneio, mas deu apenas oito finalizações, sendo duas no gol. Foi a pior apresentação ofensiva do time no campeonato, o que trouxe comparações ingratas.
O Flamengo de Jorge Jesus até trocava menos passes do que a escola de Domènec (leia-se, Pep Guardiola) gosta, mas tinha um poder ofensivo capaz de botar medo em muito time. A média foi de 2,27 gols por jogo (132 marcados em 58 compromissos)
Assim, as cobranças pareciam foram do tom. Os estilos dos técnicos são diferentes e o tempo de trabalho também.
Domènec tem evitado o confronto com os que o criticam e, após o triunfo do Bahia, aproveitou para destacar que o time conseguiu fazer o que ele desejava, elogiando os jogadores e prometendo mais exibições como a de quarta (3).
“Falei muitas vezes que criamos muitas chances em todos os jogos e estávamos errando sempre. Disse que quando começássemos a fazer gols, não íamos parar. Poderíamos ter feito mais. Jogamos muito bem. Podemos melhorar, mas eles jogaram confortáveis e com personalidade. Preciso de tempo para melhorar e treinar cada dia. Não temos descanso”, disse.
E o treinador mostrou que é exigente. Já definiu o que vai trabalhar mais. “Temos que melhorar defensivamente, focar os 90 minutos”.
Fonte: https://www.espn.com.br/futebol/artigo/_/id/7378173/a-revanche-do-tiki-taka-contra-bahia-flamengo-de-dome-bate-recorde-de-passes-e-finalizacoes
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