Pezão promete nova licitação até novembro e Maracanã já pode ter novo dono em 2018



O governador Luiz Fernando Pezão vinha evitando falar no assunto Maracanã. E gostaria de ficar assim até o final do seu mandato, que vai até dezembro de 2018. No entanto, depois de várias idas e vindas, tentativas de venda da concessão atual — que é investigada na Lava-Jato — e muitos prazos para resolver a questão, Pezão revelou que deve lançar um novo edital até o fim de novembro. O governador decidiu encarar o assunto devido à possibilidade iminente de que a Odebrecht — concessionária do estádio — consiga romper o contrato atual. Se a data de Pezão for cumprida, o Maracanã poderá ter um novo dono no meio do ano que vem.


(O edital) está quase pronto, faltam detalhes. Provavelmente não passa do final de novembro — afirmou o governador ao GLOBO, ontem durante uma das poucas agendas públicas que teve nos últimos dias.

A decisão de lançar o novo edital neste momento contraria o que fontes do governo vinham afirmando ser a vontade de Pezão. No entanto, a escolha foi feita devido à pressão que os clubes, principalmente o Flamengo, vinham fazendo. Afinal, o rubro-negro e o Fluminense já demonstraram interesse em administrar o estádio anteriormente. O Flamengo reafirmou o interesse “dependendo das condições”.

Porém, o fator decisivo para que o governo bata esse martelo em um momento político e econômico tão delicado é o temor de que a arbitragem entre Maracanã S.A. (Odebrecht e AEG) e o governo do Rio chegasse ao fim antes de se ter um novo administrador para o estádio escolhido. Obrigando, assim, o governo a arcar com os altos custos de manutenção do Maracanã, que foi reformado para Copa do Mundo de 2014 e que custou R$ 1,26 bilhão.


O assunto Maracanã ainda é delicado no governo. A obra do estádio tem fortes indícios de de super faturamento e pagamentos de propina que também envolve a Odebrecht (uma das construtoras responsáveis pela reforma) foi uma das responsáveis pele prisão do ex-governador Sérgio Cabral.
Pezão foi secretário de obras e vice-governador de Cabral durante esse período. O que fez com que Pezão, até agora, evitasse resolver a questão, por não querer confusão com um assunto tão polêmico, ainda mais em tempos de salários atrasados.

Fontes no governo do estado confirmaram que o processo arbitragem (quebra de contrato mediado pelo Fundação Getúlio Vargas) está caminhando para o desfecho. O governo está apostando em um acordo amigável com o argumento de que com isso, o rompimento do contrato será mais rápido, como que a Odebrecht. No entanto, a empreiteira alega ter prejuízos que superam os R$200 milhões. O impasse agora, é uma questão de dinheiro. Pagar qualquer coisa pelo Maracanã seria impensável e a opinião pública viria em cima do governador.

A Odebrecht, no entanto, alega que o contrato foi alterado inviabilizando o equilíbrio financeiro quando Cabral decidiu manter o Parque Aquático Júlio de Lamare, o Célio de Barros no entorno do Maracanã. Os locais deveriam dar lugar a lojas, restaurantes e estacionamentos.

O Globo




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