No domingo, o Flamengo sofreu uma derrota frustrante nos acréscimos para o
Internacional em Porto Alegre, a frustação veio devido a boa partida
realizada pela equipe, onde se destacou a boa atuação de Gerson. Os
números do jogo e os mapas de ações em quatro partidas mostram claramente
como o jogador foi reinventado por Jorge Sampaoli, seu treinador durante seu
melhor momento no Olympique de Marselha, na Europa.
Com dois volantes à frente dos zagueiros, Gerson não teve as mesmas
responsabilidades defensivas que tinha no tempo de Vítor Pereira e ganhou
muita liberdade para criar jogadas. Atuando como meia pela esquerda, ele se
tornou o jogador mais criativo do Flamengo.
Nos dois Fla-Flus anteriores, ainda com Vítor Pereira, Gerson realizou
muitas ações defensivas, especialmente pelo lado esquerdo do campo.
Na estreia de Jorge Sampaoli, contra o Ñublense, com três zagueiros e os
volantes Vidal e Thiago Maia, Gerson teve ainda mais liberdade para criar
jogadas, com suas ações defensivas sendo menos frequentes. É importante
lembrar que ele foi um dos jogadores mais ofensivos do Flamengo na vitória
por 2 a 0 sobre os chilenos, avançando com frequência e arrastando
defensores. No segundo tempo, ele conseguiu algumas boas penetrações, mas as
tomadas de decisão de Everton Cebolinha impediram jogadas mais perigosas.
Na derrota para o Internacional, Gerson atuou como meia-atacante, aberto
pela esquerda, onde realizou a maioria de suas ações no jogo. Com muita
liberdade, ele entrou na área diversas vezes e apareceu bastante na linha de
fundo.
Ele conseguiu driblar em direção à área e deu assistência para Gabigol, mas
infelizmente estava impedido por centímetros ao fazer a investida ofensiva.
Em outra jogada, deixou o círculo central, tirou dois defensores com cortes
secos, tocou para Gabigol e avançou. O camisa 10 chutou mal, mas Gerson foi
guerreiro para estourar a bola e depois mostrou muito talento ao dar um
chapéu em Keiller, fazer embaixadinha e completar para a rede. Já no fim,
encontrou Gabigol com um passe no meio da defesa que só um jogador com
confiança daria, mas o atacante parecia impedido.
Alguns números ilustram bem o quanto Gerson foi agudo contra o
Internacional. Ele ficou em posição de impedimento por duas vezes, algo que
dificilmente acontecia quando atuava em outras funções. Ele errou mais
passes do que o habitual (nove) por ter assumido papel de criação, e sua
presença constante no último terço e a responsabilidade de servir aos
atacantes forçou o passe em algumas oportunidades. As subidas constantes
fizeram dele o jogador do Flamengo que mais sofreu faltas (três) e também o
atleta mais faltoso (quatro). De 21 duelos pelo chão, venceu seis.
Com saúde para se deslocar de ponta a ponta, Gerson dá indícios de que nos
próximos jogos apresentará cada vez mais sua versão ofensiva. Os gols
voltaram a acontecer depois de 18 partidas, e os atacantes passaram a
receber mais passes decisivos. Ídolo da torcida, Gerson parece pronto para
reviver grandes momentos com um treinador que o fez voar no futebol francês.
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