Após um mês de trabalho no Flamengo, já é possível identificar as mudanças
implementadas por Vitor Pereira em comparação com o trabalho anterior de
Dorival Junior. É evidente o caminho traçado nos últimos 30 dias. O jornalista
Rodrigo Coutinho do Uol, fez uma analise sobre as principais mudanças:
Com o título da Copa do Brasil e da Libertadores recentemente conquistados, o
time base do Flamengo já tinha a confiança da torcida e a maioria dos
jogadores vinha em boa forma, tornando difícil promover mudanças
significativas nesse cenário.
A história e hierarquia dos jogadores do Flamengo são importantes na recente
trajetória do clube. Há jogadores de destaque que participam ativamente do
planejamento do time. Vitor Pereira tem consciência disso e, portanto, não
seria imprudente em implementar mudanças radicais.
Desde o final do ano passado, o Flamengo perdeu dois titulares, Rodinei e João
Gomes, e sua substituição ainda é um desafio. Varela é o lateral preferido por
Vitor Pereira, mas ele tem características diferentes de Rodinei e não vem
jogando bem. Matheuzinho tem aproveitado melhor as oportunidades, mas ainda
não pode ser considerado um titular. Nenhum dos dois tem jogado com o mesmo
nível de Rodinei no segundo semestre de 2022, o que está afetando a produção
ofensiva pela direita.
No meio-campo, Gérson assumiu a vaga de João Gomes. O jogador tem mais
habilidade na articulação e no passe, mas o time perdeu intensidade defensiva,
poder de recuperação, capacidade de cobertura e equilíbrio que eram oferecidos
constantemente por João.
O Flamengo encaixou taticamente no ano passado com a formação de losango
definida por Dorival. Ele deu mais liberdade a Arrascaeta, com João Gomes e
Everton Ribeiro circulando pelo centro e Thiago Maia como primeiro volante.
No entanto, o esquema tinha lacunas na defesa pelos lados. Vitor Pereira
mudou a formatação para um 4-4-2 ou 4-1-3-2, com Gérson como a chave para os
laterais ocuparem os flancos. No entanto, há problemas na circulação de bola
e nos movimentos de desmarque dos jogadores. Vitor Pereira precisa encontrar
a melhor saída para superar esses desafios. A equipe precisa se sair bem
diante do Real Madrid na semifinal para que ele possa desenvolver algo
verdadeiramente autoral a partir de fevereiro.
O Flamengo encaixou taticamente no ano passado com a formação de losango
definida por Dorival, dando mais liberdade a Arrascaeta, com João Gomes e
Everton Ribeiro circulando pelo centro e apoiando o uruguaio na construção,
com Thiago Maia como primeiro volante e uma dupla de ataque livre para se
mover.
No entanto, essa formação deixava espaços para a defesa pelos lados. Por
esse motivo, Vítor Pereira mudou sua formação para um 4-4-2 que varia para
um 4-1-3-2, com Gérson se projetando entre Everton Ribeiro e Arrascaeta, e
Gabigol circulando mais com propensão ao lado direito, enquanto Pedro fica
fixo na área.
O problema enfrentado em muitos jogos até agora é o ritmo da circulação da
bola e o desmarque dos jogadores, que tem faltado intensidade devido ao
pouco tempo para os jogadores ganharem ritmo de jogo, a temporada começou a
pouco mais de um mês.
A solução para esta equação é outro desafio para Vitor Pereira. Embora tenha
enfrentado problemas defensivos contra o Palmeiras em sua principal partida
da temporada, a falta de consistência na frente foi evidenciada contra
adversários mais fracos, como Madureira e Boavista. Ainda há muito a ser
feito.
O Flamengo sabe da tarefa quase impossível de vencer o Real Madrid em uma
possível decisão do Mundial. É consenso que o o time espanhol, apesar de não
estar em sua melhor forma, tem jogadores com maior potencial no cenário
internacional. No entanto, passar para a semi-final e fazer uma boa
apresentação diante do time merengue traz tranquilidade para que o técnico
português possa desenvolver sua própria estratégia a partir de fevereiro.
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