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O Flamengo perdeu para o Avaí por 2 a 1, pela última rodada do Campeonato
Brasileiro. Apesar da derrota, nada poderia apagar as despedidas de Diego
Ribas e Diego Alves do clube. Ovacionados durante a partida, eles concederam
coletiva após a partida, e o meia analisou a passagem da 10 para Gabi e falou
sobre o Mundial.
Primeiro, Diego explicou que o "rito de passagem" da camisa 10 do Flamengo foi
bastante tranquilo. Para o agora ex-jogador, Gabigol é digno e está a altura
do tamanho da numeração, que já passou por grandes craques, como Zico.
- A vida é isso. Nós vamos vivendo e passamos para os próximos. Fui
privilegiado de viver o que vivi com a camisa 10 do Flamengo. Inspira muito a
camisa do Zico. O Gabi vai representá-la de forma maravilhosa. O gesto é por
tudo que acredito - disse, antes de completar:
- Temos que focar nas pessoas, foi o que fiz, sabendo que o momento iria
chegar. É o momento dele com a camisa 10, está na história do clube e gosta de
desafios. Foi um gesto de seja feliz e receba tudo de bom que posso passar.
Que sinta o mesmo prazer que senti ao vesti-la - completou.
Depois, falou sobre uma questão importante no clube: o Mundial de Clubes.
Diego revelou que deve estar com a delegação na competição mais importante da
próxima temporada, mesmo que não esteja mais no elenco.
- Vou estar. Já falei com o presidente, quero estar e ele aprovou. Me sinto
parte disso, quero estar ali, entregar o troféu na mão dos jogadores. Refleti
sobre isso, mas seria uma questão de demarcar território do que viver de
maneira desafiadora, como vivo. Cheguei com a missão de levar o clube para a
Libertadores, em 2016, e hoje saio com os títulos no peito - finalizou.
Agora, Diego começa a olhar para os próximos passos da carreira. Segundo o
atleta, o momento é de curtir com a família e projetar a sequência da
vida.
VEJA OUTROS PONTOS ABORDADOS NA COLETIVA
SENSAÇÃO DA DESPEDIDA
- Não vou conseguir transmitir em palavras o que vivi hoje. Realização de um
sonho em cada detalhe. Sonhei e se concretizou. Me preocupei, tive
dificuldades, mas fica a certeza de que cada esforço valeu a pena, que cada
escolha eu faria de novo. Reconhecimento da torcida, jogadores, comissão, Tudo
o que ouvi foram declarações muito fortes. Não tem faixa, camisa... Fica a
pessoa. Estou feliz com isso. Me mantive fiel aos meus valores e fazer a coisa
certa nem sempre é fácil. Quero aproveitar tudo isso. Vou falar muitas vezes
de gratidão. Obrigado a todos.
DECISÃO PELA APOSENTADORIA
- Tive algumas propostas do Brasil, algumas se tornaram públicas, tive
propostas de fora. Mas vivo de entusiasmo, de paixão. Quando renovei, tinha
decidido que seria o último ano com o Flamengo, e me dei esses meses para ver
se surgiria para ver se algo que me enchesse os olhos. Nesse período, não
despertou aquela paixão. Portanto, eu não seria correto, poderia ir para viver
e deixar mais um ano passar, mas não sou assim. Se não estou sentindo isso, é
a hora de parar. Fisicamente estou muito bem, mais de 40 jogos e nenhuma
lesão, mas a sensação não veio. Essa foi a resposta que tomei após alguns
meses. É uma situação difícil, o momento de me desligar como atleta é muito
forte, mas tomei a decisão e agora vou seguir para um novo ciclo.
FLAMENGO
- A decisão de ser no Flamengo foi a questão que é um clube que me completou
em todos aspectos. Entusiasmo, paixão, desafios. Me entregou tudo isso. Vivi
tudo que sonhei, por isso a decisão. Me identifiquei, eu amo esse clube, vesti
os meus filhos, são flamenguistas, se emocionam. Vamos viver no Rio. Tudo isso
me levou a dar esse ponto final no Flamengo.
DESLIGAR DO FUTEBOL
- Isso faz parte da minha vida, não consigo ser diferente. Acredito que nesse
novo ciclo vou fazer isso. O futebol faz parte da minha vida e faço questão
disso. Palestrar pelo Brasil e pelo mundo, a escola que fundei, tudo vai na
linha de dar sentido para tudo que vivi e agregar às vidas das pessoas.O
futebol, a liderança, as dificuldades, a comunicação, tudo que vivi, quero
alcançar pessoas. Sempre estarei à disposição do Flamengo. Não quero ficar no
dia a dia do futebol, viagens, mas sempre estarei à disposição. Da forma que
eu puder, vou contribuir.
FASES DA CARREIRA
- Sempre que falo do Santos eu falo. Clube que faz parte da minha história. Só
tenho a agradecer a tudo que vivi, um garoto cheio de sonhos, a morar no
alojamento, fui bem recebido, conheci minha esposa. O Santos faz parte da
minha história e tenho muito orgulho disso. Não sei os próximos passos, mas é
um clube no que eu puder agradecer, em transformar em atitude vou fazer.
- Na Europa eu fui para vencer e venci, me desenvolvi, um pedaço de cada
cultura, meus filhos nasceram. Seleção sonho de garoto, venci dois títulos
incríveis e o Flamengo completa uma carreira cheia de desafios, aprendizados.
Só tenho a agradecer a cada etapa, a cada pessoa que participou disso. E agora
viver essa nova etapa.
FARIA ALGO DIFERENTE
- Não fui apenas vice no Flamengo, fui muitas vezes na minha história. No
Mundial, no Alemão, na Champions... Muitas vezes. Nenhum me fez desistir. 2016
cheguei com um sonho, 2017 e 2018 não conquistamos, recebi críticas,
protestos, propostas atrativas e não perdi a esperança e vontade de
conquistar. São 12 superou minha expectativa. Somos um grupo vencedor. Não
faria nada diferente. Se me dessem a possibilidade de voltar, eu não voltaria.
Poderia ser melhor, mas poderia ser muito pior. Deu certo. Alcancei a maioria
dos meus sonhos e objetivos. Disputar a Copa era um e não alcancei, mas fiz
tudo para isso. Entreguei tudo o que podia, não desisti. Eu não faria nada
diferente. Nunca errei por omissão, talvez, em alguns momentos, tenha exposto
demais, mas fazer da minha vida. Valeu a pena, nem sempre venci o debate mas
ganhei as pessoas. Eu fiz o que tinha que fazer. Foram muitos erros, muitos
acertos, mas sempre com vontade de seguir em frente. Isso me conforta e foi
uma trajetória autêntica.
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