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Exatos seis anos após ser anunciado pelo Flamengo, Diego Ribas anunciou, nesta
terça-feira, que está de saída do clube ao fim da temporada. Em coletiva de
imprensa no Ninho do Urubu, o meia de 37 anos revelou que vive os últimos
meses como jogador rubro-negro e descartou atuar por outra equipe do futebol
brasileiro.
- Foram seis anos maravilhosos. Ano passado, na minha renovação, eu defini que
esse seria meu último ano no Flamengo como jogador. Eu venho aqui confirmar
isso a vocês. Por respeito ao clube, aos torcedores, eu venho dizer dessa reta
final dos três meses. Encerrará minha passagem pelo Flamengo como jogador.
Decido também não jogar em nenhum outro time do futebol brasileiro. Agradeço o
interesse, mas minha história no Flamengo é muito rica. Saindo daqui, vou me
dar mais alguns meses para ver se me aposento ou não. Se continuar jogando,
será fora do país.
- A decisão é óbvia. Toda energia, tudo que eu vivi pelo Flamengo... O
Flamengo me completa, então é aqui que eu quero viver essa reta final. Queria
comunicar e transmitir para todos os torcedores, que tanto amo e respeito,
para que a gente possa viver esses últimos meses. São 32 jogos que a gente tem
pela frente e eu quero viver como sempre vivi: intensamente cada jogo, da
melhor maneira possível e continuar sendo feliz, como sempre fui nesse clube.
Além da família de Diego, outros jogadores do elenco do Flamengo estiveram
presentes na sala de imprensa do Ninho do Urubu, como Filipe Luís, Diego
Alves, Rodrigo Caio, Gabigol e Everton Ribeiro. O camisa 7 se arriscou como
jornalista e perguntou a Diego sobre o jogo mais marcante com a camisa
rubro-negra.
- Vocês aqui representam um grupo, passa pelo relacionamento que temos,
respeito e admiração. É o que levo e levarei daqui, os relacionamentos, os
títulos... Mas o relacionamento fica. O jogo mais importante para mim foi
contra o Coritiba, em Brasília, há três dias. A trajetória toda, estou com 37
anos, seis no Flamengo. Todos os desafios que a gente vive e estar ali dentro
de campo, jogar, continuar sendo importante, marcar um gol... Estádio todo
ovacionando. Seis anos antes naquele estádio, eu fazia minha estreia com um
gol. E vendo a alegria dos meus companheiros, compartilhando momentos
especiais, é maravilhoso. Depois desse, a final da Libertadores de 2019 foi
muito especial também.
Titular, capitão e autor de um dos gols na vitória sobre o Coritiba no último
sábado, Diego está no Flamengo desde julho de 2016. Ele acumula 273 jogos, 44
gols e 10 títulos com a camisa rubro-negra: Libertadores (2019), dois
Brasileiros (2019 e 2020), duas Supercopas do Brasil (2020 e 2021), uma Recopa
Sul-Americana (2020) e quatro estaduais (2027, 2019, 2020 e 2021).
Confira outras respostas de Diego na coletiva:
TREINADOR DE FUTEBOL?
É uma possibilidade, não uma certeza. Quando me aposentar, eu quero ver o
futebol de fora. O futebol faz parte da minha vida, mas tenho outros projetos
também. A minha ideia é compartilhar minha história e dar sentido às histórias
e experiências que eu vivi, os erros que eu cometi, como eu superei e segui em
frente... Transmitir isso para as pessoas para que contribua na carreira
delas. Quero dominar meu calendário. Preciso escolher algo que em um primeiro
momento não está ligado ao futebol. Se depois de uns anos vejo que preciso
estar dentro daquele caldeirão, hoje seria ser treinador. Estudar muito,
preparar e voltar.
RELAÇÃO COM O GRUPO
Eu diria para as pessoas que o dia a dia é que fala. Espero que essas pessoas
maldosas não tratem elas assim. Tudo que foi feito aqui foi feito com muita
dignidade, seriedade. Claro que as pessoas às vezes pegam pesado. Encaro isso
com amor, não é passivo, é ativo, se posiciona e sempre vou me posicionar. Tem
hora que é difícil de entender tanta maldade.
EUA OU EUROPA?
Não sei onde será e nem se eu vou. São decisões importantes. Será passo a
passo. Essa do Flamengo decidi ano passado e agora estou passando para vocês.
De fora vai depender. Do contrário, vou anunciar se vou parar ou não. Quero
deixar o tempo falar um pouco.
RELAÇÃO COM TORCIDA
Falar da torcida é maravilhoso. São fundamentais. Jogar bem, ser reconhecido,
estádio gritando seu nome... Tivemos altos e baixos, momentos muitos difíceis.
O que seria da minha história sem esses momentos? Tentativa de agressão, meus
filhos já ouviram graça, minha esposa atacada nas redes sociais. Alguns
momentos passa do tom. Nossa sociedade vive momento de descontrole,
insatisfação constante. Na vitória se xinga mais o adversário do que celebrar.
Eu não concordo. Em relação a nossa equipe, situações passando do limite. Arão
370 jogos, 10 títulos, entrou em campo ganhando de 4 a 0 e é vaiado. Vitinho
no último jogo mal entrou e foi vaiado. É normal? Para mim não é. Amo de
coração a torcida, mas vamos refletir. Vamos aplaudir mais. Não vamos ganhar
sempre. Como descarta um jogador como Arão, Vitinho? Ser persistente é quase
uma afronta.
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Imagem: Divulgação
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