O Globo: Pesquisa O GLOBO/Ipec, divulgada a partir de hoje, aponta o Flamengo na
liderança das maiores torcidas do Brasil, seguido por Corinthians, São Paulo,
Palmeiras e Vasco entre os cinco mais citados. O rubro-negro teve 21,8% das
menções dos entrevistados. O Corinthians, único outro clube a pontuar com dois
dígitos, marcou 15,5%. Nos próximos dias, O GLOBO detalhará em uma série de
reportagens o perfil das torcidas e as distribuições etária, regional, por
gênero, cor da pele, religião, entre outros temas.
O Ipec é um instituto formado por executivos que fizeram parte do Ibope. O
levantamento, encomendado pelo GLOBO, contou com 2 mil entrevistas presenciais
em 126 municípios de todo o país, entre os dias 1º e 5 de julho. O índice de
confiança é de 95% e a margem de erro total é de 2 pontos para mais ou para
menos, mas para este estudo foi calculada especificamente a margem de erro do
percentual obtido por cada clube (entenda mais na matéria abaixo).
A pesquisa colheu respostas em formato espontâneo —isto é, sem que fosse
apresentada uma lista de opções —à pergunta sobre qual time brasileiro cada
entrevistado “torce mais ou tem simpatia maior”, com possibilidade de citar
uma segunda opção. A soma dos percentuais pode ultrapassar os 100% porque os
entrevistados poderiam citar mais de um time.
No topo da, sem surpresa alguma, o Flamengo. Mais do que isso, o Fla aparece
com um dado acima dos últimos estudos, que tiveram locais e metodologias
diferentes, mas ainda assim formam um comparativo interessante. Nesta, teve
21,8%, contra 21,1% da Sport Track e 20,2% do Datafolha. E olhe que a margem
de erro do rubro-negro carioca é a de maior capacidade de variação, com o
clube podendo chegar a 23,6%. Isso daria 50 milhões de brasileiros.
Depois de São Paulo (8,2%) e Palmeiras (7,4%), o Vasco alcançou 4,2% das
menções dos entrevistados. O Grêmio, que teve 3,2% das menções, e o Cruzeiro,
com 3,1%, têm torcidas mais concentradas em suas próprias regiões,
diferentemente do cruz-maltino, conforme apontam os recortes geográficos da
pesquisa que serão divulgados nos próximos dias.
Pesquisa de torcida no Brasil em 2022, via IPEC:
1º) Flamengo – 21,8% (46,50 milhões)
2º) Corinthians – 15,5% (33,06 milhões)
3º) São Paulo – 8,2% (17,49 milhões)
4º) Palmeiras – 7,4% (15,78 milhões)
5º) Vasco – 4,2% (8,95 milhões)
6º) Grêmio – 3,2% (6,82 milhões)
7º) Cruzeiro – 3,1% (6,61 milhões)
8º) Internacional – 2,2% (4,69 milhões)
9º) Santos – 2,2% (4,69 milhões)
10º) Atlético-MG – 2,1% (4,47 milhões)
11º) Bahia – 1,7% (3,62 milhões)
12º) Botafogo – 1,3% (2,77 milhões)
13º) Fortaleza – 1,3% (2,77 milhões)
14º) Sport – 1,2% (2,55 milhões)
15º) Fluminense – 1,1% (2,34 milhões)
16º) Paysandu – 0,9% (1,91 milhão)
17º) Ceará – 0,8% (1,70 milhão)
18º) Vitória – 0,7% (1,49 milhão)
19º) Seleção Brasileira – 0,7% (1,49 milhão)
20º) Santa Cruz – 0,6% (1,27 milhão)
21º) Athletico-PR – 0,5% (1,06 milhão)
22º) América-MG – 0,4% (853 mil)
23º) Remo – 0,4% (853 mil)
24º) Goiás – 0,3% (639 mil)
25º) Botafogo-SP – 0,3% (639 mil)
26º) Coritiba – 0,3% (639 mil)
Outros times – 2,3% (4,90 milhões)
Público: 2 mil entrevistados em 126 municípios
Período: 1 a 5 de julho de 2022
Margem de erro: 2% (geral)
População estimada no período: 213.317.639 habitantes (IBGE/2021)
A variação máxima em pontos percentuais de cada clube (e o total para
mais):
+1,8 ponto – Flamengo (23,6%)
+1,5 ponto – Corinthians (17,0%)
+1,2 ponto – São Paulo (9,4%)
+1,1 ponto – Palmeiras (8,5%)
+1,0 ponto – Vasco (5,2%)
+0,8 ponto – Grêmio (4,0%) e Cruzeiro (3,9%)
+0,6 ponto – Internacional (2,8%), Santos (2,8%) e Atlético-MG (2,7%)
+0,5 ponto – Sport (1,7%)
+0,4 ponto – Bahia (2,1%), Botafogo (1,7%), Fortaleza (1,7%), Fluminense
(1,5%), Paysandu (1,3%), Ceará (1,2%), Vitória (1,1%) e Seleção Brasileira
(1,1)
+0,3 ponto – Santa Cruz (0,9%), América-MG (0,7%) e Remo (0,7%)
+0,2 ponto – Athletico-PR (0,7%), Goás (0,5%), Botafogo-SP (0,5%) e Coritiba
(0,5%)
Mesmo com empates na margem de erro, tendências aparecem
Competições em pontos corridos ou mata-mata têm seus regulamentos e vale o que
está escrito. Em pesquisas de opinião sobre torcidas de futebol, as regras
também existem. Não são tão simples como soma de pontos, vitórias ou saldo de
gols, mas exigem atenção aos detalhes, e os dois mais importantes envolvem a
margem de erro e a impossibilidade de se comparar os mais novos resultados do
Ipec com levantamentos semelhantes do passado.
A pesquisa O GLOBO/Ipec calculou margens de erro individualizadas por cada
clube, levando em consideração o resultado de cada um deles. Time de maior
torcida do Brasil, o Flamengo, por exemplo, marcou 21,8%, mas, considerando
esse critério estatístico, pode ter entre 20% e 23,6%.
Existe um grande equilíbrio estatístico a partir do Vasco, quinto colocado no
ranking geral, mas, mesmo assim, os dados ajudam a revelar tendências
numéricas da torcida de cada clube, mesmo que, na ponta do lápis, considerando
os limites das margens de erro, os clubes possam estar empatados.
Décimo quinto no ranking geral, o Fluminense, com 1,1%, pode estar entre 0,6%
e 1,5%, considerando a margem de erro amostral. Ou seja, existe um empate
técnico, no limite para cima, até com o Atlético-MG, que aparece com 2,1% no
total de menções, mas pode ter de 1,5% a 2,7%. O infográfico acima mostra os
limites inferior e superior de cada clube.
Esclarecidos os detalhes técnicos, especialistas alertam por que não é correto
comparar esta pesquisa com outros levantamentos que vêm tentando medir o
tamanho das torcidas no Brasil há décadas. Há diversos métodos para aferir
opinião pública, seja por painéis digitais na internet, perguntas por telefone
e face a face nas ruas ou em domicílios.
Esta pesquisa do Ipec foi feita presencialmente em domicílios de 126 cidades,
onde foram realizadas 2.000 entrevistas com população de 16 anos ou mais, uma
amostra que busca refletir essa população como um todo. No entanto, como
torcedores com menos de 16 anos não fazem parte do levantamento, os resultados
podem ser diferentes de outras pesquisas, que já fizeram amostragem, por
exemplo, conversando com crianças a partir de dez anos de idade.
Pesquisas do passado já fizeram amostragens considerando apenas regiões
metropolitanas, o que também altera os resultados. Nesta do Ipec, são usados
métodos probabilísticos para refletir a população em estudo, mas há também
outras formas de se fazer pesquisas sobre clubes como, por exemplo, com uma
amostra específica por estado do país.
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Imagem: Divulgação