Relembre casos de lesões semelhantes a de Bruno Henrique e como foi o retorno aos gramados




Extra: A lesão multiligamentar no joelho direito de Bruno Henrique gerou um grande ponto de interrogação no Flamengo. O processo de recuperação do atacante e como ele se sairá no retorno aos gramados são motivos de apreensão. Isso porque, devido à gravidade da lesão e à complexidade da cirurgia, as consequências podem persistir.



O atacante sofreu ruptura total do ligamento cruzado anterior, e danificou ainda o ligamento colateral lateral e a região do canto posterolateral, que é a parte externa do joelho. O Flamengo confirmou que o atleta passará por cirurgia nos próximos dias, e que depois disso iniciará um tratamento com previsão de recuperação de 10 a 12 meses.

O rompimento dos ligamentos do joelho pode afetar não apenas a potência para os arranques, mas também a estabilidade do joelho. Ou seja, quando pisar no chão para arrancar, existe a possibilidade de ele não ter a mesma firmeza. Mesmo depois da recuperação dos ligamentos.



O histórico de atletas com lesões semelhantes a de Bruno Henrique mostra que não há como prever o futuro. Tanto há casos daqueles que se recuperaram e deram continuidade à sua trajetória com brilho e conquistas como há os que viram sua carreira abreviada. Relembre alguns exemplos.

Nilmar

Durante sua passagem pelo Corinthians, Nilmar sofreu com uma ruptura do ligamento cruzado anterior nos dois joelhos. Primeiro, no direito, em julho de 2006. A contusão lhe custou sete meses de recuperação. Depois, no esquerdo, em março do ano seguinte. E mais oito meses sem jogar.



As lesões em sequência e a gravidade delas marcaram Nilmar. Mas muito mais do ponto de vista da imagem. A cada vez que ele sofria uma pequena contusão, a torcida e a imprensa resgatavam seu histórico. Dentro de campo, contudo, elas não afetaram seu rendimento.

Recuperado, Nilmar retornou ao Internacional, clube que o revelou, para ser bicampeão gaúcho (2008 e 2009) e vencer a Copa Sul-Americana (2008), com direito ao gol do título no Beira-Rio. Do clube colorado, ele se transferiu para o Villarreal. Foi durante a passagem pelo futebol espanhol que foi convocado para a Copa do Mundo de 2010.



Sua carreira chegou ao fim, em 2017, por motivo alheio às lesões. Interrompeu seu contrato com o Santos para se dedicar ao tratamento contra a depressão. Nunca mais voltou.

Paulo Henrique Ganso

Até hoje, Ganso é perseguido pela ruptura no ligamento cruzado posterior do joelho esquerdo, sofrida em 2010. Ele ficou afastado do futebol por seis meses e deu sequência a sua carreira. Foi campeão da Libertadores do ano seguinte com o Santos, além de conquistar dois títulos paulistas. Ainda venceu a a Copa Sul-Americana de 2012, já pelo São Paulo. Ainda assim, o impacto sobre seu futebol foi grande.

Considerado por muitos como até melhor do que Neymar quando os dois despontaram, Ganso não conseguiu mais acompanhar o ritmo do futebol de alto nível e sumiu das convocações na seleção. Nos clubes, perdeu o status de titular absoluto. Sua temporada atual pelo Fluminense, 12 anos depois da lesão, é considerada a melhor desde sua chegada ao tricolor, em 2019.



Ronaldo

A história do Fenômeno é provavelmente o caso mais emblemático e bem-sucedido também. Em novembro de 1999, o centroavante então da Inter de Milão sofreria a primeira lesão no joelho direito, que o deixou fora dos campos por cinco meses. Na volta, em abril, bastaram seis minutos em campo para um estalo no local dar início ao maior drama de sua carreira: a ruptura do tendão patelar e dos ligamentos que o obrigou a passar um ano longe do futebol.

Ronaldo temeu pelo fim da carreira. Em determinado momento, nem mesmo os médicos conseguiam dar certeza de que ele voltaria a jogar. Mas seu retorno, como se sabe, foi triunfal. Liderou a seleção na conquista da Copa de 2002 e foi eleito o melhor do mundo naquele ano. Ainda se transferiu para o Real Madrid, onde formou com Figo, Zidane, Roberto Carlos, Raúl e David Beckham o famoso time dos galáticos. Se coletivamente não houve grandes conquistas, individualmente o Fenômeno fez sua parte, com 104 gols em 177 partidas.

Van Dijk

O holandês é um caso mais recente. E que serve para trazer esperança. Em outubro de 2020, o zagueiro rompeu o ligamento cruzado do joelho esquerdo, aos 30 anos. Foram 285 dias até seu retorno. Na volta, mostrou que seguia como um dos melhores defensores do mundo.



Van Dijk retornou já como titular no primeiro jogo da última temporada. Ao todo, disputou 51 partidas. Todas como titular. Detalhe: apenas em uma delas o holandês não foi substituído. E o Liverpool foi campeão da Copa da Inglaterra e da Copa da Liga, além de ter sido vice na Premier League e na Liga dos Campeões da Europa.

Lucas Veríssimo

O zagueiro do Benfica e da seleção é um exemplo ainda em andamento. Ele rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito em novembro que exigiu intervenção cirúrgica e o afastou dos gramados. Havia a expectativa de que ele retornasse no início da próxima temporada e ainda tivesse tempo para jogar a Copa do Catar, em novembro. No entanto, segundo a imprensa portuguesa a recuperação do brasileiro atrasou. É possível que ele agora só retorne no fim do ano.


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Imagem: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

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