Por Diogo Dantas | Extra: A diretoria do Flamengo tratou o discurso em tom de desabafo do atacante
Pedro mais como um recado para os críticos que tentam opinar sobre os rumos da
carreira do jogador do que como um ameaça de saída ou de que o atleta não está
satisfeito com o clube ou com o técnico Paulo Sousa.
No entendimento dos dirigentes do Flamengo, ainda não há necessidade de
aceitar a transferência do jogador, que no começo do ano esteve no radar do
Palmeiras. Na ocasião, houve uma sondagem para pagar 20 milhões de euros pelo
jogador, mas o Flamengo não quis nem abrir negociações. Após marcar um gol na
vitória sobre o Altos-PI, Pedro falou sobre seu momento.
- Desde que cheguei aqui no Flamengo procurei me entregar e me doar ao
máximo. Todos os dias. Em campo, no dia a dia e me cuidando fora dele.
Entreguei muito em 2020 e 2021. Tenho consciência disso. Por escolhas de
quem aqui estava, o que entreguei não foi suficiente. Estou feliz por não
estar entre os 11 e não jogando os principais os jogos? Claro que não. Se
tivesse, certamente, penduraria as chuteiras. E isso nada tem a ver com o
trabalho da comissão atual e o Paulo. E sabe o que mais me alegro? Consegui
vencer meus pensamentos negativos e aqui estou. Forte. Fazendo o que é
necessário. O que será daqui pra frente? Não consigo prever. Uma coisa é
certa: minha dedicação e empenho com essa camisa serão sempre íntegros Pela
instituição e seus torcedores, que me abraçaram desde o meu primeiro dia.
Tenho meus sonhos e objetivos pessoais. Para realiza-los, não preciso ser
antiprofissional. Vou seguir 100% no Flamengo até quando for para ser
- afirmou Pedro.
A realidade financeira do Flamengo ainda permite o clube se dar ao luxo de ter
Pedro como reserva de Gabigol. O déficit do primeiro semestre de 2020, de R$
63,6 milhões, divulgado nos últimos dias, se dá em um período do ano com menos
receitas. E o Flamengo tem concentração de dinheiro mais à frente no ano. Ou
seja, os recebíveis de venda e obrigações de compra se equilibram.
No caso de Pedro, há R$ 36.758 milhões ainda em aberto para serem pagos à
Fiorentina, de um total de R$ 102.641 milhões gastos entre direitos econômicos
e intermediação da compra. O relatório sobre os números do primeiro semestre
indica que a janela de meio do ano será uma oportunidade para reforçar o time
e também vender jogadores. Mas sem alarde.
"Teremos ainda a janela de transações de meio do ano, normalmente a que
envolve maiores valores devido às movimentações de clubes europeus em seus
elencos, e o Flamengo estará atento a oportunidades que sejam importantes
tanto para reforço de seu próprio elenco quanto para alguma nova venda", afirma o clube.
O Flamengo tem a pagar R$ 181,8 milhões, sendo R$ 87,3 milhões referentes à
compra de jogadores no curto prazo (próximos 12 meses a partir de março 2022),
e R$ 94,5 milhões parcelados de abril 2023 em diante.
Por outro lado, há R$ 127,6 milhões a receber, sendo R$ 57,8 milhões no curto
prazo e R$ 69,8 milhões no longo prazo. A balança aponta R$ 29,5 milhões em
valores a pagar maior que a receber.
A diretoria diz que há reservas para amortecer essa lacuna, mas o objetivo não
é usá-las, mas sim preservar esse “colchão” para momentos de crise ou para
oportunidades únicas de investimento.
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Imagem: Divulgação