Por Rodrigo Mattos | Uol:
Em meio à crise do futebol do Flamengo, o vice-presidente de Futebol, Marcos
Braz, deu explicações a seus pares da diretoria rubro-negra sobre o ambiente
do time, situação do técnico Paulo Sousa, renovações de veteranos e
contratações. Foi uma estratégia para difundir a versão do departamento do
futebol e minimizar problemas.
A participação de Braz durou cerca de meia hora na reunião entre dirigentes
rubro-negros. Houve questionamentos, mas seu discurso teve boa aceitação entre
os dirigentes.
A conversa girou bastante sobre o ambiente do elenco por causa das notícias
recentes sobre descompasso entre jogadores e o técnico Paulo Sousa. Braz
afirmou que as questões são de proporções menores do que as divulgadas.
Admitiu que pode haver jogadores insatisfeitos, mas entende como normal quando
não estão jogando. Mas ressaltou que nenhum deles está atrapalhando.
Braz ainda tomou a iniciativa de explicar a renovação de contratos de Felipe
Luiz, Diego Alves e Diego, sendo que os dois últimos não vêm sendo utilizados.
O dirigente lembrou que a extensão dos compromissos ocorreu em meio a fases
finais da Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro.
Faltava pouco tempo para os contratos e ele recomendou a permanência —o
presidente Rodolfo Landim deu aval. Entende que, naquele contexto, dois
atletas eram titulares e um reserva entrando sempre. A avaliação é de que, sem
a renovação, o grupo seria afetado naquele momento.
Ao falar de Paulo Sousa, Braz fez elogios ao trabalho e ressaltou que entende
que está no caminho certo. Porém, admitiu que ele pode ter cometido um ou
outro erro e que há um excesso de variações nas escalações. Mas não entende
que o treinador tenha perdido a capacidade de convencer os atletas.
E o dirigente ressaltou que o treinador foi atrapalhado porque os reforços
chegaram mais tarde do que o esperado —a reformulação era uma combinação entre
as partes. Lembrou que, por causa da dívida do Banco Central, o Flamengo
demorou mais para contratar. Jogadores como Pablo, Santos e Airton Lucas,
todos contratados recentemente, ainda não estrearam porque também houve
contusões de dois deles. Braz previu que eles terão impacto no time.
Questionado sobre a reformulação do elenco, o dirigente deixou claro que a
compra de Andreas por 10 milhões de euros ao Manchester United não está
fechada. E acrescentou que a conclusão da operação vai depender de seu
desempenho até o meio do ano quando acaba seu empréstimo. Ou seja, o Flamengo
só definirá a operação mais para frente.
Outra explicação foi relacionada à renovação de Rodinei: o dirigente disse que
a tendência é a extensão do contrato. Explica-se, Paulo Sousa disse contar com
ele, o que pesa na decisão. Ainda destacou que a proposta de venda do atleta
feita geraria pouco dinheiro ao clube para justificar a operação.
Não é costume de Braz participar das reuniões de diretoria porque ou está
viajando ou trabalhou no final de semana em jogos. A crise no futebol
contribuiu para ele ir ao encontro, já que pode se explicar.
O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, participou da reunião de forma
remota porque está na Espanha. O dirigente apenas leu uma nota dizendo que
recusou a Petrobras para se dedicar ao clube. Mas sua atuação não foi
prolongada.
Havia ainda a possibilidade de o vice-presidente se reunir com conselheiros de
situação e de oposição para dar explicações. Mas desentendimentos entre os
próprios membros do Conselho acabaram levando ao cancelamento de reuniões.
Como os conselheiros não ouviriam explicações, houve pressão para cancelar
reunião entre jogadores e torcidas organizadas, marcada para quinta-feira.
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Imagem: Divulgação
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