Por Venê Casagrande | O Dia:
No Ninho do Urubu, Michael treina normalmente. Fora do CT do Flamengo, o
atacante está pronto para viajar para a Arábia Saudita e se apresentar ao Al
Hilal, clube que está perto de contratá-lo em definitivo. O jogador e o seu
empresário, Eduardo Maluf, já deram entrada em toda a documentação necessária
para embarcar, com direito a visto de trabalho para o atleta e carta de visita
para o agente emitida pelo príncipe herdeiro do país saudita, Mohammed bin
Salman Al Saud.
Através de fontes ligadas aos órgãos competentes pelas emissões dos
documentos, a reportagem apurou que o visto de trabalho de Michael para entrar
na Arábia Saudita está pronto em nome do atleta e emitido por um árabe. O
status do documento consta como "em pausa" e pode ser utilizado a qualquer
momento. O consulado, inclusive, já o notificou e a empresa terceirizada
responsável pela preparação da papelada de viagem do atacante também já foi
avisada.
Ainda de acordo com a fonte, o visto de trabalho de Michael está em "stand by"
e pode ser utilizado até uma data limite, com a previsão pré-definida na hora
da emissão. A Polícia Federal está ciente que o atacante do Flamengo pode
viajar a qualquer momento para a Arábia Saudita.
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O empresário de Michael, Carlos Eduardo Mandu Maluf, mais conhecido como
Eduardo Maluf, também está pronto para embarcar. O agente já garantiu, nesta
semana, duas cartas de visita (uma para pessoa física e outra para pessoa
jurídica) que foram assinadas pelo príncipe da Arábia Saudita. O representante
do atleta também possuiu um visto, que foi emitido na terça-feira (18), com a
foto do passaporte dele e a assinatura.
Em relação a bem material, o Jornal O Dia também apurou que Michael já
preparou a documentação para passar o carro que utiliza todos os dias para ir
ao CT, um Porsche Panamera modelo 2020, que está no nome dele, para mudar de
proprietário a qualquer momento. Segundo a fonte da reportagem, resta apenas o
despachante dar entrada para finalizar o processo.
Ou seja, tanto Michael quanto Eduardo Maluf estão preparados para embarcar a
qualquer momento para a Arábia Saudita. O planejamento faz sentido porque o Al
Hilal tem até o dia 24 de janeiro para inscrever jogadores para a disputa do
Mundial de Clubes, uma das principais competições do mundo.
A reportagem tentou contato com o empresário de Michael, Eduardo Maluf, e com
a assessoria do atleta para colocar um posicionamento das partes a respeito do
assunto, mas, até a publicação da matéria, o Jornal O Dia não obteve retorno.
NEGOCIAÇÃO COMPLICADA:
O Flamengo, dono de 80% dos direitos econômicos de Michael, e o Al Hilal
buscam acertar "os últimos detalhes" para sacramentar a transação, que renderá
o valor líquido ao Rubro-Negro de 8,4 milhões de dólares, cerca de 46,8
milhões de reais. O Goiás, dono de 5% do atleta, não se opõe à negociação e
deixou a diretoria carioca à vontade para fazer o modelo de operação que bem
entender.
Para que o negócio seja concretizado, Michael e seus representantes abriram
mão de 15% dos direitos econômicos. Agora, os agentes do atacante estão
fazendo uma força-tarefa para que a transação seja finalizada o quanto antes.
Nesta madrugada, por conta do fuso horário (Arábia Saudita são seis horas na
frente do horário de Brasília), os agentes de Michael, que não residem no Rio
de Janeiro e estão hospedados em um hotel na Zona Oeste da Cidade Maravilhosa
durante esta semana, viraram a madrugada "on-line" tentando acertar os
detalhes. No Flamengo, o discurso é: não tem nada fechado, mas há
possibilidade de acontecer a qualquer momento.
Vale ressaltar que a negociação do Al Hilal com o Flamengo por Michael começou
no início do mês e se estende por dias. O time árabe não mede esforços para
ter o atacante.
Michael chegou ao Flamengo em 2020 após custar R$ 38,49 milhões aos cofres do
clube. Depois de um início abaixo do esperado, o atacante cresceu de produção,
terminou 2021 em alta e foi o atleta com mais minutos em campo na temporada,
mesmo começando a maioria dos jogos no banco de reservas.
Agora, com 25 anos, Michael está perto de assinar contrato de três anos e meio
com o Al Hilal e com um salário considerado "fora da realidade" no futebol
brasileiro. Pelo Flamengo, o atacante disputou 105 jogos, marcou 23 gols e deu
14 assistências, números que justificam o interesse do principal clube da
Arábia Saudita.
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Imagem: Divulgação