GE:
O Flamengo venceu o primeiro jogo após perder a Libertadores para o Palmeiras.
Com apoio da torcida e ligado desde o princípio, bateu o Ceará por 2 a 1 nesta
terça-feira, no Maracanã. Comandante à beira do campo, Maurício Souza, que
substituiu o agora ex-rubro-negro Renato Gaúcho, elogiou os flamenguistas que
foram ao estádio.
- Na verdade sim (esperava apoio). A gente percebeu que a torcida percebeu que
todos nós estávamos muito machucados com a derrota. Sabíamos que precisávamos
fazer um bom jogo para termos uma resposta positiva. A Nação deu mais uma
prova de amor ao clube e ao time. Fico muito feliz com o que vimos aqui no
Maracanã.
Com a vitória por 2 a 1 sobre o Ceará, o Flamengo, agora com 70 pontos,
garantiu a segunda colocação no Brasileiro - o Palmeiras, no terceiro lugar,
chega no máximo a 68 pontos.
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Grupo merece respeito
- Eu acho que sábado também mostramos muita vontade de vencer. Eu sei que
futebol não existe justiça. Mas o que aconteceu foi uma fatalidade. Vontade
não é o ponto. O que aconteceu hoje foi que conseguimos fazer os gols, que
sábado não conseguimos. E conseguimos manter um nível de concentração alto.
Talvez as pessoas não saibam, mas fizemos uma viagem desgastante. Não é
desculpa, é a verdade, mas é um ano bem desgastante para estes atletas. Este
grupo precisa ser respeitado pela força como entrou em campo hoje e por jogar
o que jogou.
- É um grupo muito profissional, que sabe o que tem que fazer. Imagina vir
hoje ao Maracanã e não jogar nada com esse apoio, essa massa dando apoio para
nós. Jogar pelo Flamengo, por si só, é uma motivação a parte. Não tem jeito.
Estão motivados. O Diego foi muito feliz antes do jogo, agradecendo a todos
que se mostrou apto a estar aqui. Só não esteve aqui hoje quem não tinha
condições físicas. Então, o que falar desse grupo? Acho que vamos acabar o ano
muito bem.
Time fica nervoso na hora de matar o jogo?
- Eu não sei. Na verdade, nós temos o melhor ataque do Brasil. O time que mais
fez gols. Criamos demais. Mas não condiciono isso a nervosismo ou preciosismo.
São momentos. Às vezes, você tem chances mais claras, outras menos. Mas se
formos ver os números são extraordinários na hora de empurrar a bola para
dentro.
Férias antecipadas a parte do grupo?
- Isso é uma situação que a diretoria vai decidir caso a caso. Na verdade não
conversei sobre isso, eu não sei. O que me foi passado é que temos quatro
jogos. Se a diretoria achar que deve antecipar férias alguém, ela vai.
O que falou antes do jogo?
- Eu falei o que eles precisavam ouvir. Mas eu acho que, independentemente do
que eu falei ou o que a gente fez de preparação, este grupo mostra mais uma
vez a força que tem. Repetindo: foi uma derrota traumática. Estávamos
confiantes. E três dias depois, depois de uma viagem extremamente cansativa,
pegamos um adversário que ganhando hoje estaria brigando pela Libertadores, um
adversário difícil.
- E mostramos a força que mostramos hoje, com atletas no seu limite
fisicamente falando. Isso mostra a força mental que esta equipe tem. Em
relação ao Andreas conversamos com ele, o deixamos à vontade. Ele fez questão
de estar em campo, de jogar. Deixamos bem à vontade porque sabemos que ele foi
um dos atletas que mais sentiram em função do segundo gol do Palmeiras. Mas
ele mostrou personalidade e foi recompensado com bom jogo e a vitória.
Matheuzinho
- Eu o conheço bem. Ele é um jogador extraordinário, extremamente
profissional. Evoluiu muito. Principalmente nas questões defensivas. Mas tem o
Isla, que é um grande jogador e não vai deixar barato, vai lutar com ele até o
final para ser titular. Eu acho que o Flamengo está bem servido na posição.
Hoje, o Isla não pôde jogar, e o Matheuzinho, mais uma vez, deu conta do
recado. Os dois precisam estar de olhos bem abertos porque se um bobear o
outro vira titular.
Mudança na marcação
- Tivemos muito pouco tempo para treinar. Se alguém acha que alguém viu hoje
um time do Maurício e não do Renato, eu não concordo. Renato era um treinador
que às vezes marcava individual e, às vezes, marcava zona. Eu sou adepto da
marcação por zona na maior parte do jogo. Não pensem que foram 20 minutos de
treino que fizeram a equipe mudar. A equipe tinha um lastro. Coisas que
precisam melhorar e coisas muito boas. Eu só coloquei um pouco das minhas
ideias. Porque para falar com eles eu controlo. Agora para falar das ideias de
outro treinador, eu não controlo. Só por isso. Futebol existem várias formas
de você chegar a uma vitória e não existe uma certa ou errada. Existe a que
você controla. Tenho um vídeo para ver amanhã e várias coisas para corrigir.
Tom do discurso antes do jogo
- Foi um tom motivador. Um tom em que falei para eles que eles sabem fazer
dentro de campo. Não tem outra forma a não ser se entregar. Tínhamos que dar
uma resposta positiva. Podíamos estar aqui com 30, 40 mil pessoas vaiando a
gente. Pelo contrário. Estavam apoiando a gente e sabíamos que isso ia
acontecer. Que a maioria esmagadora ia nos apoiar. E a resposta foi a entrega.
Tínhamos jogadores com cãibras, jogadores que seguraram até onde puderam.
- Eu fiz apenas duas trocas técnicas ou táticas. As outras foram por lesão. E
se eu tivesse hoje eu faria, porque o time foi ao seu limite. Não porque não
temos bom preparo físico, ou que o trabalho não é bom. Muito pelo contrário.
Mas depois do ano que tivemos, conseguimos vir aqui enfrentar uma equipe
motivada por uma vaga na Libertadores, e sair vencedor, é a prova que o
trabalho está no caminho certo.
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Imagem: Divulgação