Após empate, jornalista aponta a maior carência do time misto do Flamengo




Por André Rocha | Uol: Um empate fora de casa com o Red Bull Bragantino , e agora com o Estádio Nabi Abi Chedid parcialmente com torcida, não pode ser considerado um mau resultado. O líder Atlético Mineiro também voltou com um ponto.



O problema é que, na caçada a um time que pontua sempre, mesmo quando perde dois pontos para o pior do campeonato, o Flamengo precisa conquistar vitórias improváveis. Ainda que sofra com muitos desfalques. Apenas quatro titulares, entre convocados e os muitos lesionados - o departamento médico sempre cheio é problema grave, especialmente para quem já perde jogadores nas datas FIFA em que o futebol brasileiro não para.

Pareceu mais próximo quando Vitinho desarmou Cuello e serviu Pedro, que chutou cruzado de direita e abriu o placar. Marcando em finalização mais complicada que o gol que perdeu, furando de pé esquerdo a assistência de Matheuzinho, depois do lateral receber belo passe em profundidade de Vitinho.



Novamente o camisa onze foi o mais criativo do setor ofensivo, apesar das oscilações de sempre dentro do próprio jogo. Com Pedro mais fixo na referência, Bruno Henrique fica preso pela esquerda e entra menos na área adversária. O forte lado direito do Bragantino, com Artur e Aderlan, aumentou as atribuições defensivas do atacante no auxílio a Renê.

O Flamengo ficou mais engessado e previsível, também porque Andreas mostrou que não rende como meia mais adiantado em um 4-2-3-1. Recebendo de costas e com espaços mais reduzidos, não apareceu como surpresa, nem colaborou com inversões que mexem com a marcação rival. Ficou encaixotado.



Talvez fosse o caso de tentar uma inversão no triângulo do meio-campo, com Arão mais plantado à frente da defesa e Thiago Maia se adiantando e ficando alinhado a Andreas. Renato Gaúcho preferiu voltar a centralizar Vitinho e colocar Michael pela direita, depois Kenedy entrou por ali e o camisa 19 voltou ao lado esquerdo. De novo empilhando atacantes e desorganizando o time.

A equipe rubro-negra teve mais a bola (57% de posse), porém finalizou menos - 11 contra 13, três a quatro no alvo. Pouco para quem precisava aproveitar a derrapada atleticana nos 2 a 2 contra a Chapecoense . No início da segunda etapa recuou demais, até Matheuzinho falhar na saída de bola, Léo Pereira errar no bote e Artur empatar com um chute espetacular.



O Fla vacilou, porém segue vivo. A dura constatação é que a ida ao mercado, embora positiva para repor a saída de Gerson e reforçar zaga e ataque, não resolveu a maior carência do elenco bicampeão brasileiro: um meia criativo para compensar as ausências de Everton Ribeiro e De Arrascaeta. Pelo visto, não é Andreas. Assim como Gerson produzia menos quando era adiantado.

O jovem Lazaro ainda não parece pronto para receber mais oportunidades na função, e suas características são mais de atacante, como Vitinho. Resta o camisa onze, que torna o time tão inconstante quanto ele mesmo em campo. Muito pouco para as pretensões de quem sonha com uma inédita tríplice coroa no Brasil.


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