Postulantes ao título, Flamengo e Atlético-MG se encontram hoje 19h pela
primeira vez no Brasileiro com aproveitamentos semelhantes e no mesmo ponto da
curva. Do lado rubro-negro, ela apresenta viéis de queda, com três derrotas
nos últimos cinco jogos, que colocam o trabalho do técnico Rogério Ceni mais
uma vez em xeque. Do lado atleticano, a curva é de subida, com duas vitórias
seguidas, mas desempenho separado por apenas um ponto a mais na mesma
sequência que o rival. A diferença é que o Flamengo, na décima posição, tem
quatro vitórias e três derrotas em sete jogos, dois a menos que o Atlético-MG,
que é o quarto colocado. Mas com cinco vitórias em nove partidas, um empate e
as mesmas três derrotas.
Os números não são o único ponto em comum. Os clubes também se lamentam pelo
excesso de desfalques por lesão em meio à disputa de três competições, e as
ausências recentes pelas convocações para a Copa América. Haverá no time
mineiro o retorno de Vargas, que estava com o Chile, mas o técnico Cuca não
terá o meia Nacho Fernández, o lateral Dodô e os atacante Keno e o goleiro
Rafael, todos machucados. O volante Alan Franco volta na quinta-feira após ser
eliminado com o Equador.
Do lado carioca, Ceni relacionou Piris, Isla e De Arrascaeta, que retornaram
do torneio entre seleções na segunda-feira. Os dois últimos, voltam como
titulares. Mas o Flamengo não terá Diego, machucado, e Gabigol e Éverton
Ribeiro, ainda com a seleção brasileira. O que significa uma justificativa a
mais para o desempenho sob o comando de Rogério Ceni. Apenas quando tiver a
força máxima à disposição até as oitavas de final da Libertadores, dia 14,
contra o Defensa y Justicia, o treinador passará a correr risco real de ser
demitido. Até lá, haverá respaldo da diretoria, que entende que o período
turbulento é circunstancial, sobretudo pelos dois jogos a menos no Brasileiro
e as convocações.
A grande esperança é no retorno de Arrascaeta. O uruguaio não participou tão
ativamente da Copa América e retorna em boa forma. Justamente quando o
Flamengo não tem mais Gerson, vendido, e Diego, que se machucou há duas
partidas. O setor criativo ficou refém de Michael e Vitinho, que não
conseguiram dar o padrão de qualidade que a equipe tinha até então. Com isso,
as atuações passaram a cair de nível. E Rogério Ceni acabou pressionado tanto
pelos jogadores como pela torcida a fazer modificações que pouco treinou. O
técnico se sente isolado e insatisfeito com a falta de proteção explícita da
diretoria, e o desgaste pode crescer em caso de nova derrota.
A solução de Ceni para a escassez de recursos no elenco tem sido manter uma
base da equipe e evitar tantas mexidas, já que as opções não são fartas nem da
mesma qualidade. Os pedidos de reforços à diretoria têm sido em vão, o que
mina ainda mais a relação. E hoje, o frágil sistema defensivo ainda encara a
força do atacante Hulk, que vive boa fase, com 20 participações em gols em 28
jogos pelo Atlético-MG. E é um dos atacante que mais finaliza no gol no
campeonato, junto com Bruno Henrique.
Ao menos, Hulk não terá Nacho para pensar o jogo para suas conclusões. Apesar
dos desfalques, é um teste de fogo para a defesa rubro-negra, sobretudo por
seu histórico recente de problemas. Desta vez, o Flamengo não poupou ninguém
da viagem e a expectativa é que não preserve nenhum titular do clássico
nacional. Deixe para fazer isso na próxima partida, contra a Chapecoense, no
domingo.
Será o último jogo antes do fim da Copa América e às vésperas da volta da
Libertadores. Por isso, vencer o Atlético-MG servirá também para acalmar o
ambiente antes de voltar o foco para a competição mais importante da
temporada. O mês de agosto se avizinha e a intenção do clube é ir ao mercado
para tentar alguma contratação nesta janela de transferência .
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Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/flamengo-encara-atletico-mg-com-ceni-perigo-esperanca-em-arrascaeta-25094425.html
Imagem: Divulgação
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