Nada como uma vitória após a outra. O Flamengo que foi reativo diante do Santos mostrou outra cara contra o Bahia, três dias depois. No triunfo por 5 a 3 em Salvador, o que se viu foram muitos dos aspectos que viraram quase inegociáveis para a torcida após a temporada de sonhos em 2019: marcação por pressão, aproximação entre os jogadores de ataque e belas trocas de passe.
Mas o que mudou em três dias?
Assim como não era possível cravar que o Flamengo de Dome seria reativo somente devido à forma como venceu o Santos, também é bom não se empolgar com a goleada sobre o Bahia. Mas é inegável que o desempenho mostrado em Salvador é aquele que todos esperavam com a chegada do novo técnico.
Prazer, 4-2-3-1
Um fator que contribuiu bastante foi a mudança na formação tática. Dome abriu mão do 4-3-3 que tentou implantar nas últimas partidas e levou a campo uma equipe no 4-2-3-1.
A mudança rearrumou as principais peças ofensivas: Everton Ribeiro voltou para a ponta direita - com auxílio luxuoso de Isla - e ficou próximo de Arrascaeta, completamente à vontade como meia centralizado, no que foi, talvez, a principal sacada de Dome. Pedro Rocha, na esquerda, deu a amplitude necessária para abrir a defesa do Bahia.
- Acho que Arrascaeta joga melhor por trás do atacante do que no lado, Everton não perde bolas e pode jogar de extremo aberto para dentro, principalmente quando joga Isla, que é muito ofensivo - disse Dome em entrevista coletiva após o jogo.
Aproximar Everton e Arrasca era algo cobrado nos últimos jogos. Os dois são os jogadores com maior repertório técnico no elenco e, quando se encontram, tornam o Flamengo melhor. Dentro do processo para acertar o time, Dome conseguiu, pela primeira vez, permitir que eles dialogassem em campo, e o resultado foi um ataque com muito mais fluidez em relação às outras partidas.
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O mapa de calor de Arrascaeta contra o Bahia: centralizado, uruguaio teve liberdade para se movimentar e deu fluidez ao time — Foto: SofaScore
Marcação pressão reaparece, mas defesa precisa de ajustes
Falar do primeiro gol de Pedro é importante para citar outro aspecto que a torcida voltou a ver: a marcação por pressão na saída de bola do adversário. O lance de Pedro foi emblemático, mas o posicionamento do Flamengo foi perceptível em outros momentos da partida e provou ser algo crucial para a exibição rubro-negra.
Por outro lado, a partida mostrou que a fase defensiva ainda precisa de ajustes. Os três gols do Bahia saíram de lances evitáveis: no primeiro e no terceiro, há principalmente falta de cobertura dos volantes na área. O segundo foi uma falha mais individual de Gabriel Batista do que propriamente por sistema.
A expectativa é de que o time possa coordenar melhor essa marcação pressão para que a defesa sofra menos quando o adversário conseguir superar a primeira linha. Para que se jogue desta maneira, é preciso que o ataque seja eficiente na caça aos adversários, evitando que os zagueiros fiquem expostos.
Neste processo de ajuste entre Dome e o elenco, o jogo teve saldo positivo. O mais importante foi poder detectar evolução na forma de atuar.
Resta ver o que o técnico vai levar desta vitória para as próximas partidas: acertos como a nova formação tática, o novo posicionamento de Arrascaeta e o retorno de Everton Ribeiro à ponta devem ser levados em consideração.
Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/analise-flamengo-se-encontra-em-nova-formacao-e-tem-melhor-atuacao-sob-o-comando-de-dome.ghtml
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