Primeiro, a camisa 9 na base do Flamengo. Agora, na base da seleção brasileira. Lincoln pegou gosto pelo número, ganhou o apelido de L9 na internet, que ele adotou e passou a usar nas redes sociais, e virou uma das referências na Seleção sub-17. No Mundial da categoria, que começa para o Brasil neste sábado contra a Espanha, na Índia, ele entra com mais peso, mas também com um bocado de responsabilidade. E ela aumentou depois que o amigo e principal parceiro neste início de carreira ficou fora da competição. Companheiros quase inseparáveis no Rubro-Negro, ele e Vinicius Junior não vão reeditar a dupla que deu tão certo no título do Brasil no Sul-Americano da categoria - o Flamengo não liberou Vinicius para o Mundial. A partida de estreia dos brasileiros começa às 8h30 (de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV e acompanhamento em Tempo Real no GloboEsporte.com.
- O Flamengo é um dos clubes mais bem estruturados do Brasil e possui profissionais qualificados que sabem a hora certa de botarem a gente no elenco profissional - disse ao GloboEsporte.com.
É, ele não precisa acelerar. Tudo tem acontecido rápido naturalmente. Lincoln é da badalada geração 2000, um centroavante que trata a bola com muita intimidade e sabe sair da área. Tem boa velocidade, bom cabeceio e ótima finalização, além de saber criar espaços para os companheiros. Qualidades que nessa semana o colocaram numa lista feita pelo jornal inglês "The Guardian". Num levantamento com os 60 jogadores mais promissores nascidos a partir dos anos 2000, três brasileiros foram citados: Vinicius Júnior, Lincoln (ambos do Flamengo) e Paulinho (do Vasco).
- Mostra que o meu trabalho vem sendo bem feito, e isso me deixa muito contente e determinado a continuar fazendo sempre o meu melhor.
Trabalho mesmo ele vai ter logo na estreia. O Brasil começa a caminhada contra a Espanha, atual campeã europeia da categoria. Para ele, vai ser estranho não ter Vinicius Junior bem ali, do lado, mas ele garante que talento não falta.
- Com certeza é uma perda importante, pela sua qualidade e pela experiência que ele vem adquirindo no time profissional do Flamengo. Porém, o nosso grupo é forte, temos excelentes jogadores que podem dar conta do recado.
Confira outros trechos do papo com Lincoln:
O Mundial sub17 já mostrou pro mundo craques como Iniesta, Tevez, Ronaldinho Gaúcho, Kroos, Fàbregas, Neymar...já parou pra pensar nisso, que tem muita gente de olho nessa competição? Qual sua expectativa coletiva e pessoal?
Eu sempre busco saber um pouco sobre as competições que vou disputar, e eu vi que grandes craques do futebol mundial já jogaram esse torneio. É uma chance incrível que temos de mostrar nosso futebol, apresentarmos, em campo, tudo que treinamos e aperfeiçoamos no dia a dia. Chegamos no Mundial após conquistar o Sul-Americano da categoria, então sabemos da responsabilidade que carregamos. A camisa da seleção brasileira é muito pesada e sempre vai estar entre as favoritas, então precisamos dar a vida em campo para buscar os resultados positivos.
Você, Paulinho e Vinicius Jr já tinham um entrosamento. Imagino que você e Vinicius conversavam sobre esse momento. O que representa pra você a ausência dele? O time pode sentir?
Jogamos juntos há muito tempo e tivemos um excelente desempenho no Sul-Americano do início do ano, onde conquistamos o título. Além disso, atuo com o Vinícius há anos pelo Flamengo, então isso sempre nos deu um entrosamento maior. Infelizmente, ele não vai poder estar conosco nesse Mundial, e com certeza é uma perda importante, pela sua qualidade e pela experiência que ele vem adquirindo no time profissional do Flamengo. Porém, o nosso grupo é forte, temos excelentes jogadores que podem dar conta do recado
Por outro lado, sua responsabilidade e a de outros jogadores cresce sem o Vinicius Junior. Tá pronto pra encarar isso? A cobrança pode ser maior, né?
A partir do momento que vestimos a camisa da seleção brasileira precisamos estar preparados para qualquer tipo de desafio e pressão. Independentemente da presença do Vinicius Jr, eu me cobro constantemente para ter boas atuações nos jogos e nos treinos, e isso não vai mudar. Atuo pelo Flamengo, um dos maiores clubes do mundo, e ter essa responsabilidade, essa cobrança, faz parte do meu dia a dia.
Você acaba de ser apontado como um dos 60 melhores jogadores sub-17 do mundo, pelo jornal The Guardian. Soube disso? Sentiu o quê?
Fiquei sabendo dessa indicação através de familiares e amigos. É muito gratificante quando você vê o seu nome numa lista dessas. Mostra que o meu trabalho vem sendo bem feito, e isso me deixa muito contente e determinado a continuar fazendo sempre o meu melhor.
Esse tipo de episódio atrai ainda mais olhares sobre vocês, é algo que você pensa? Afinal, o Mundial é uma enorme vitrine.
Quando estou em campo, procuro, ao máximo, não me preocupar muito com o que estão pensando do lado de fora. Me mantenho concentrado durante o jogo todo para ter boas atuações e ajudar meu time a sair com as vitórias. Hoje, a gente sabe que os olheiros e observadores dos clubes estão por todos os lados do mundo, então precisamos dar o nosso melhor dentro de campo para que tenhamos uma avaliação positiva.
E se pensarmos só no Flamengo? Acha que o Mundial pode te levar mais rápido pro profissional? É a hora?
O Flamengo é um dos clubes mais bem estruturados do Brasil e possui profissionais qualificados que sabem a hora certa de botarem a gente no elenco profissional. Mas o meu pensamento é 100% aqui na seleção brasileira, em fazer um grande trabalho, para que possa conquistar mais esse título importante na minha carreira.
Esse grupo do Brasil tá junto há algum tempo, tem invencibilidade em jogo (12 partidas de Sul-Americano), título, essa geração promete. Concorda?
O Brasil é o país que mais revela jogadores de alta qualidade no mundo inteiro. As gerações que surgem são sempre fortes, e acho que a nossa segue essa linha. Temos grandes jogadores de vários clubes importantes. Mas a questão de invencibilidade, números, tudo isso fica fora de campo quando a bola começa a rolar. Nosso foco é em cada jogo, um por um, para, quem sabe, buscar os títulos que disputamos.
Logo de cara...tem Espanha, atual campeã europeia...bom pra começar com tudo? Ou preocupa?
O duelo contra a Espanha vai ser muito difícil, pois possuem excelente jogadores, mas temos que impor nosso ritmo de jogo. Todas as seleções que chegam ao Mundial tem suas qualidades e méritos, então a preocupação vai existir em todo jogo. Mas sabemos, também, que todos que jogam contra o Brasil também estão preocupados, pois é a camisa mais pesada do futebol mundial.
A escalação do Brasil: Gabriel Brazão, Wesley, Vitão, Lucas Halter e Weverson; Victor Bobsin, Marcos Antônio e Alan; Paulinho, Lincoln e Brenner.
Técnico: Carlos Amadeu.
Local: Estádio Internacional Jawaharlal Nehru / Cochim, Índia.
Brasil e Espanha se enfrentam às 8h30 (de Brasília), em Cochim. No mesmo grupo, estão Níger e Coreia do Norte. O GloboEsporte.com detalha todos os lances do jogo da Seleção em Tempo Real. SporTV transmite a partir das 8h (de Brasília).
Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-sub-17/noticia/joia-do-flamengo-dono-da-9-e-destaque-no-jornal-lincoln-e-noticia-no-mundial-sub-17.ghtml
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