Camisa 14 ressurge no Flamengo e entristece Oscar: "Claro que magoou"



A camisa 14 ressurgiu no Flamengo. E novamente magoou Oscar Schmidt. Em 26 de maio de 2003, ao se aposentar das quadras atuando pelo Rubro-Negro, o Mão Santa ouviu do então presidente Hélio Ferraz e do vice-presidente de esportes olímpicos Carlos Eduardo Maya Ferreira que o uniforme nunca mais seria usado por um jogador de basquete do clube. De lá para cá, porém, foi dado a atletas como Alexey, em 2005, e mais recentemente ao americano Tony Washam, em 2014. Criticada pela torcida, a diretoria resolveu retirar o número de cena, o que tinha acontecido até então. Nesta temporada, contudo, ele está de volta. E o dominicano Ronald Ramón o envergará durante o Novo Basquete Brasil.


Oscar mostrou-se magoado. O Mão Santa tratou a situação como meramente política e de burocracia do clube. Lembrou que no distante 2003 uma outra diretoria foi responsável pela homenagem. Apesar disso, garantiu que não se sente desrespeitado. Só preferiria que o número seguisse fora das quadras. Antes da homenagem do Rubro-Negro, Oscar jogou com a número 18 no Caserta, da Itália, que o aposentou em 1990. O Pavia, também italiano, aposentou a 11 por conta do jogador, em 1993.

- Claro que me magoou. Mas é o Flamengo. Se não estiver no estatuto do clube, não vão cumprir. Eu não creio que tenha relação com uma falta de valorização. Repito. É o Flamengo. Me sentiria melhor se não a usassem, claro, mas era outra diretoria na época. Essas coisas estão muito ligadas à política - disse o Mão Santa.


Quando fala de política e de estatuto, Oscar quer se referir a oficialização da homenagem feita para ele em 2003, o que nunca aconteceu. Para que um número seja aposentado no Flamengo, não basta a vontade do qualquer presidente do clube. É preciso que haja uma votação no Conselho Deliberativo do Rubro-Negro. A assessoria de imprensa do Flamengo informou que o número nunca foi de fato aposentado e que por isso poderia ser novamente utilizado. Citou, inclusive, que no ano passado o jovem Vitor Amorim, filho da ex-presidente Patrícia Amorim, das categorias de base e por vezes no elenco profissional, foi inscrito no Novo Basquete Brasil com o número, apesar de não ter entrado em quadra com ela em nenhuma oportunidade.

Presidente do Flamengo na época, Hélio Ferraz não tem uma lembrança cristalina da ocasião em que anunciou para Oscar que o número não seria mais usado. Mas se recorda do episódio e diz que o correto seria que o uniforme não fosse mais vestido por ninguém. O Mão Santa jogou no Flamengo entre 1999 e 2003, quando conquistou dois Campeonatos Cariocas (1999 e 2002).

- A minha memória não é tão perfeita quanto a essa época. Mas tenho a lembrança de que houve esse episódio na aposentadoria do Oscar. Mas que não foi levada ao Conselho Deliberativo do clube na ocasião. Acho até que nem precisaria. Existe um limite do que deve ser levado para o conselho ou não, se não daqui a pouco nem precisa mais de presidente. Sou da velha guarda, da época em que não se precisava de nada no preto no branco para se cumprir o que foi dito. Acho que a camisa não deveria mais ser usada. É a minha opinião - conta Hélio Ferraz.

A confusão com a camisa 14 do basquete flamenguista é longa. Em 2003, depois da homenagem, Oscar imaginou que ela não seria mais usada. Em 2005, porém, Alexey a usou pelo Rubro-Negro. Depois disso, em 2014, o clube contratou o americano Tony Washam e no mesmo dia em que Oscar recebeu nova homenagem do Flamengo, em duelo pela Liga das Américas, Washam jogava com o número. A ação recebeu muitas críticas da torcida e os dirigentes novamente recuaram. De lá para cá, ninguém entrou em quadra vestindo a 14, apesar de Vitor Amorim ter sido inscrita com ela no NBB 9.

Ronald Ramón, inclusive, não foi alvo de críticas de Oscar. O armador, inclusive, tem uma longa história com o número 14 também e na temporada passada mostrou grande respeito pelo Mão Santa, dizendo que seria uma honra usar o mesmo número. Ele teve o número aposentado na All Hallows High School, e jogou com ela também na Universidade de Pittsburgh, na seleção da República Dominicana, e no Limeira, clube que defendeu antes de vir para o Flamengo. Ao chegar no Rubro-Negro em janeiro de 2016 e pedir o número, a história lhe foi explicada e Ramón decidiu usar o 10. Após renovar contrato, Ronald recebeu de volta o número que representa também o dia do seu aniversário.






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