Guerrero finalmente caminha para se transformar no maior ídolo do futebol brasileiro



Paolo Guerrero havia sido o herói do Mundial de 2012.

Fez os gols que o Corinthians precisava para ser campeão.

Contra o Al Ahly e diante do Chelsea.

O peruano acreditou que viveria uma fase áurea no Parque São Jorge.

Puro engano.

Chegada de Pato, time desestabilizado, se perdeu em 2013, mesmo com Tite.

Pior com Mano Menezes, menos competente.

Descontente e sonhando com o retorno à Europa, queria sair.

Acabou a paixão entre ele e o Corinthians.

Dirigentes tentaram negociá-lo com o futebol do Exterior. Fizeram de tudo, mas não houve acerto. Empresários experientes já havia avisado. Jogador sul-americano que volta da Europa, e que completa 30 anos por aqui, não consegue retornar para a elite do Velho Continente.

28 Paolo Guerrero. O peruano, finalmente, caminha para realizar o grande sonho da diretoria flamenguista. Transformá lo no maior ídolo do futebol brasileiro...

E Guerrero não queria China ou Emirados Árabes.

Ou era um grande clube europeu ou nada feito.

Cumpriria seu contrato até julho de 2015.

E ficaria livre para jogar onde quisesse, sem render um centavo ao Corinthians. O então presidente corintiano, o delegado Mario Gobbi, tentou renovar seu contrato. Teve uma discussão terrível com os representantes do jogador. Os empresários anunciaram publicamente que não conversariam mais com Gobbi e esperariam o novo presidente corintiano, Roberto de Andrade, assumir.

Mesmo com Roberto não houve acerto. O grande erro foi que o Corinthians havia feito um contrato de apenas três anos. E esperou muito para buscar a renovação. Guerrero pediu R$ 18 milhões e R$ 500 mil mensais por um contrato de quatro anos. Seria o penúltimo de sua carreira. Antes de jogar pelo menos seis meses no Alianza Lima, time que o lançou para o futebol. O Corinthians chegou a R$ 13 milhões e R$ 400 mil. Para a renovação de três anos. Recusado de forma também pública.

Foi quando o então presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, mandou emissários conversarem com representantes do atacante. Estava disposto a pagar o que ele havia pedido para o Corinthians. Bastasse esperar agosto de 2015 e ele seria a estrela do grande rival.

Guerrero já havia ‘sido esganado’ por membros das organizadas que invadiram o CT do Corinthians. A revelação foi feita pelo próprio presidente Mario Gobbi. O peruano se recusou a prestar queixa e nunca quis falar sobre o fato. Ele acompanhou as ameaças dos vândalos de quebrar as pernas de Pato e Sheik.

Decidiu que não iria se arriscar.

Jogar no Palmeiras seria provocar as organizadas.

Não teria paz para seguir em São Paulo.

Foi quando chegou o Flamengo.

O clube ofereceu R$ 16 milhões de luvas e R$ 650 mil mensais. Mais bônus em caso de artilharia e títulos. O clube carioca percebeu a ausência de ídolos no país e tinha a certeza que o peruano, mesmo aos 31 anos, poderia ser a estrela que o time precisava.

Ao saber que não iria para o rival palmeirense, o Corinthians decidiu liberar o jogador até mesmo antes do final de seu contrato. Em maio de 2015. O atacante chegou ao Rio de Janeiro com uma badalação inesquecível.

Só que a diretoria carioca não montou o grande time que havia prometido ao peruano. E ele sofreu muito. Jogador mais bem pago do país, também foi o mais cobrado. Emocionalmente, Guerrero sempre se mostrou muito tenso. Em toda sua carreira, os jejuns sem gols o irritaram. Tiraram do sério. E, com companheiros fracos, teve péssimos momentos na Gávea.

Chegou a ficar longos cinco meses sem marcar um mísero gol.


E o Flamengo fracassando em campo.

O peruano ficou sem dar entrevistas, estressado.

Descontava a frustração com cartões amarelos e vermelhos.

A direção rubro negra e o jogador chegaram a pensar em 2016 se valeria a pena continuar com o contrato. Mas com o clube seguindo sua gestão séria, responsável financeiramente e com os R$ 160 milhões de direito de transmissão, já havia fôlego para contratações. O time foi reforçado. Chegou outra estrela, Diego. E a responsabilidade estava dividida.

O time mais forte chegou a brigar pelo título brasileiro.

Ficou em terceiro, atrás do Palmeiras e Santos.

Mas, classificado para a Libertadores, o peruano soube. O clube buscaria outra estrela, Conca. E ainda investiria em Rômulo, Berrio e ainda deu seu aval à chegada do compatriota Traucco. O trabalho de Zé Ricardo tem como objetivo o título.

Guerrero vibrou com o Flamengo ganhando um grande cúmplice.

O Maracanã.

A maior e mais entusiasmada torcida do país faria a sua parte.

Seria o doping na alma dos rubros negros.

Está sendo assim na Libertadores.

O clube já colocou, sozinho, o maior público duas vezes do Brasil em 2017. 54.052 flamenguistas contra o San Lorenzo e 54.555 apaixonados diante da Universidad Católica.

No domingo, contra o Fluminense, as duas torcidas foram além.

Quebraram o recorde de 2017, chegando a 58.399 pagantes.

E no clássico que decidiu o Estadual, Guerrero se consagrou.

Teve outra excelente atuação.

Marcou o seu décimo gol no Estadual, o consagrando artilheiro.

Ganhou o primeiro título com a camisa rubro negra.

Se consagrou ontem como o melhor jogador do Carioca 2017.

E, lógico, está na seleção do Estadual.


A orgulhosa imprensa peruana divulgou com ênfase.

Seu sorriso esteve estampado em todas primeiras páginas dos jornais.

Guerrero é a maior estrela do futebol daquele país.

E esperança nestas últimas quatro rodadas das Eliminatórias.

Segue o sonho de classificação para a Copa da Rússia.

Dono de uma mansão de R$ 10 milhões, na Barra da Tijuca, o atacante está completamente integrado à vida carioca. Com o que ela tem de bom e de ruim. Não anda sem segurança. Carro blindado. Foge de lugares públicos para se divertir.

Embora não pareça, já tem 33 anos.

Seu contrato com o Flamengo vai até julho de 2018.

A alegria tomou o lugar da depressão.

Com a infraestrutura revigorada do clube, sua forma física está excelente.

Melhor até do que seus dois últimos anos.

Ele já chegou a 34 gols e oito assistências na Gávea.

O maior desejo é repetir o que fez no Corinthians.

Disputar e ganhar o Mundial pelo time carioca.

Para isso, é necessário vencer a Libertadores, competição que não disputou pelo clube paulista em 2012. Só jogou em 2013 e não conseguiu conquistar o torneio.

Guerrero está mesmo apaixonado por seu atual clube.

“Tem que ter colhões para jogar no Flamengo”, reconheceu.

Entendeu a responsabilidade e o privilégio que tem.

Finalmente está fazendo valer toda esperança.

Ele é a maior estrela da Gávea, do Rio de Janeiro.

E caminha para ser a mais importante do Brasil.

O Carioca foi só o primeiro passo… Fonte: Cosme Rímoli | R7





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