O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, utilizou o espaço no Jornal O
Globo para responder ao editorial do próprio Jornal que criticava a construção
do novo estádio do Flamengo. Em sua defesa, Paes afirmou que o Maracanã não
será prejudicado pela nova obra e ressaltou a importância do clube para a
economia e o turismo da cidade.
Defesa do Novo Estádio
Paes, torcedor declarado do Vasco, destacou que seu apoio ao novo estádio do
Flamengo é baseado nos benefícios para a cidade. Segundo o prefeito, estudos
da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico indicam que o
Flamengo foi responsável por mais da metade dos R$ 3,96 bilhões de impacto
econômico do futebol no Rio em 2023. Com o novo estádio, o impacto poderia
chegar a R$ 3 bilhões.
Impacto Econômico e Revitalização
Além de fortalecer a economia do futebol, a construção do estádio no terreno
do Gasômetro contribuiria para a revitalização da região portuária. Paes
ressaltou que o projeto incluirá um complexo multifuncional, com espaços para
eventos, lojas e áreas de convivência, alinhado ao desenvolvimento urbano
sustentável.
Mobilidade Urbana
Paes enfatizou a importância da mobilidade urbana e mencionou a construção do
Terminal Gentileza, que conecta a região ao restante da cidade. O Flamengo,
segundo o prefeito, comprometeu-se a colaborar com melhorias viárias e de
transporte, facilitando o acesso ao estádio sem comprometer a Avenida
Francisco Bicalho.
Maracanã e Patrimônio Público
Contrariando as críticas, Paes argumentou que o novo estádio não prejudicará o
Maracanã, que atualmente sofre com o excesso de jogos, prejudicando a
qualidade do gramado. O prefeito afirmou que o Maracanã é um patrimônio de
todos os cariocas e brasileiros, comparando-o ao Wembley, em Londres.
Veja na integra a resposta do prefeito:
"Na física, torço pelo Vasco, o que não é nenhum segredo. Na jurídica,
sempre pelo Rio. Defender e apoiar o novo estádio do Flamengo é defender
os interesses da cidade e dos cariocas, não poderia ser diferente.
O Flamengo é um clube de dimensões nacionais, tem a maior torcida do
Brasil. O clube projeta o Rio no país e no mundo, movimentando nosso
turismo e nossa economia. Estudos da Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano e Econômico mostram que o Flamengo foi responsável
por mais da metade dos R$ 3,96 bilhões de impacto econômico do futebol na
cidade em 2023. Estudos preliminares apontam que, com o novo estádio, o
clube, sozinho, poderia representar um impacto de R$ 3 bilhões.
Não se pode minimizar a importância da economia do futebol para o Rio. É
por isso que, como o Flamengo, todos os clubes cariocas sempre receberam
meu apoio sem distinção, independentemente de qualquer eleição. Ajudamos a
transformar em realidade os centros de treinamento do Fluminense e do
Vasco, como fazemos com o do Botafogo. Prorrogamos a concessão do Nilton
Santos e viabilizamos recursos para a reforma de São Januário. Essas são
apenas algumas das iniciativas tomadas, que não beneficiam só os quatro
grandes. Também doamos as arquibancadas da Arena do Futuro para a
Portuguesa e parte do Estádio Aquático Olímpico para o Bangu, como parte
do legado olímpico.
Além do impacto na economia, a construção do novo estádio do Flamengo no
terreno pretendido pelo clube, no Gasômetro, efetivaria mais um
elemento-chave na revitalização da região portuária, essencial para o Rio.
Para tanto, ele deve ser mais que um estádio: um complexo multifuncional
que inclua espaço para eventos, lojas abertas para o público e áreas de
convivência, alinhado ao desenvolvimento urbano sustentável da região.
O projeto também deve levar em conta o impacto na mobilidade urbana, uma
prioridade de meus mandatos. Não à toa, construímos ali o Terminal
Gentileza, que conecta a região e o Centro ao resto da cidade. O Flamengo
já se mostrou comprometido em colaborar com melhorias viárias,
reformulação dos passeios públicos e do sistema de transporte. O acesso
deve ser facilitado pelo bairro de São Cristóvão, sem comprometer a
Avenida Francisco Bicalho. Também pretendemos expandir o VLT até as
estações Leopoldina e São Cristóvão, facilitando a conexão com trem e
metrô.
Ao contrário do que alguns argumentam, o novo estádio não prejudica o
Maracanã, que, é notório, tem sofrido com o excesso de jogos (até quatro
vezes mais partidas que alguns dos principais estádios europeus),
comprometendo até a qualidade do gramado. No ano passado, chegou a receber
três jogos em três dias consecutivos, uma maratona que acelera o desgaste
da estrutura. O Maracanã tem uma importante dimensão pública e jamais
poderia pertencer a apenas um clube. É um patrimônio de todos os cariocas,
de todos os brasileiros. Seu papel deve se assemelhar ao de Wembley, em
Londres, que convive em equilíbrio com os múltiplos estádios de grandes
clubes na cidade".
Fui eleito prefeito do Rio três vezes, sendo vascaíno e portelense. É
subestimar a inteligência do carioca achar que o voto é movido por paixões
clubísticas. Tratando-se de eleições, só há espaço para uma paixão, a
paixão pelo Rio".
Imagem: Divulgação
Clique aqui para ver mais notícias do Fla
Tags
Estádio