Neste domingo, Flamengo e São Paulo iniciam o duelo pela conquista da Copa do
Brasil 2023. Entre os jogadores que estarão em campo, um deles tem uma
história inspiradora que iniciou no rival de hoje o São Paulo, e hoje é
titular do Flamengo: Matheus Cunha.
CONTINUA APÓS PUBLICIDADE
Antes mesmo de sonhar em vestir a camisa do Flamengo, Matheus Cunha já estava
acostumado a usar as mãos para ajudar no sustento da família. Na sua
adolescência, o atual goleiro do Flamengo trabalhou como garçom na cidade de
Tupi Paulista, localizada no interior de São Paulo.
Além de servir os clientes, ele também entregava pedidos em um carrinho de
lanches que pertencia ao seu tio, em uma praça da cidade. No entanto, seu
esforço não parava por aí; à noite, trabalhava em um restaurante onde sua mãe
era cozinheira.
CONTINUA APÓS PUBLICIDADE
"Vim de uma cidade onde todos se conhecem. Estudava de manhã, treinava de
tarde e trabalhava à noite. Ganhava uma 'gorjetinha' até viver do
futebol",
disse Matheus Cunha ao ESPN.com.br.
Tupi Paulista, com seus 15 mil habitantes, desempenhou um papel crucial na
trajetória do goleiro. Os conterrâneos contribuíram para que Matheus tivesse a
oportunidade de fazer testes em clubes maiores.
CONTINUA APÓS PUBLICIDADE
"Minha família era bem humilde, mas a nossa cidade é pequena e todos se
ajudam. Quando não tínhamos dinheiro para comprar uma chuteira ou uma
passagem de ônibus, minha mãe fazia uma rifa ou a cidade fazia uma vaquinha
para ajudar", revelou o jogador.
Para comprar a primeira chuteira para o filho, sua mãe, Flávia, tomou uma
atitude: comprou uma batedeira elétrica e um liquidificador, vendendo os
números das rifas pelas ruas.
CONTINUA APÓS PUBLICIDADE
"Todas essas experiências nos tornam mais fortes e nos lembram de onde
viemos e do que passamos para chegar até aqui. São histórias para contar. Eu
amo a cidade e todo mundo que me ajudou. Sou muito grato, e se não fosse por
eles, provavelmente hoje não estaria aqui", acrescentou Matheus Cunha.
Aos 13 anos, Matheus foi aprovado nas categorias de base do São Paulo e
mudou-se para Cotia, onde passou a viver no alojamento do clube tricolor.
CONTINUA APÓS PUBLICIDADE
"A gente se via muito pouco. A primeira vez que o deixamos no CT voltei com
o coração na mão e chorando. Fiz uma promessa que iria vê-lo e passei a
trabalhar mais tempo só para visitá-lo. Eu sentia muita falta, só nos víamos
nas férias dele", recordou Flávia.
Apesar da saudade de casa devido à distância, o jovem evoluiu rapidamente no
São Paulo, sendo titular em quase todas as categorias e sendo convocado para
as seleções de base.
CONTINUA APÓS PUBLICIDADE
Em 2020, no entanto, Matheus não chegou a um acordo para renovar seu contrato
com o São Paulo e deixou o Morumbi antes mesmo de estrear pela equipe
principal. Corinthians e Flamengo cobiçavam o talentoso goleiro, e ele optou
por se juntar ao clube da Gávea.
O gerente geral da base rubro-negra, Luiz Carlos, relembrou:
"Nós tínhamos outro goleiro muito bom no time sub-20, com passagem pela
seleção, mas entendemos que o Matheus era um atleta de altíssimo nível. Os
diretores entenderam que valia a pena ter os dois. A gente não mediu
esforços, e ele acreditou no nosso projeto."
CONTINUA APÓS PUBLICIDADE
A influência de Rogério Ceni, ídolo do São Paulo e então comandante do time
principal do Flamengo, também foi determinante na chegada de Matheus. Danilo
Augusto, preparador físico do treinador, já havia trabalhado com o goleiro nas
categorias de base.
Rapidamente, Matheus ascendeu ao time sub-20 do Flamengo e depois ao elenco
principal. Em 2022, tornou-se titular absoluto sob o comando do técnico Jorge
Sampaoli, superando uma forte concorrência de Santos e Rossi.
O jovem goleiro, que foi inspirado por Júlio César (ex-Flamengo) e Rogério
Ceni (ex-São Paulo) na infância, hoje se espelha em Ederson, titular do
Manchester City e da seleção brasileira.
CONTINUA APÓS PUBLICIDADE
"É o melhor goleiro da atualidade pela capacidade de jogar com as mãos e os
pés. Estudo muito o Ederson para aprender. É seguir trabalhando para chegar
aonde ele está", compartilhou Matheus.
A final da Copa do Brasil entre Flamengo e São Paulo, marcada para esses dois
domingos, é um capítulo especial na jornada de Matheus Cunha.
"Fui para o São Paulo muito jovem atrás de um sonho e não tive o privilégio de poder atuar no profissional. Quem abriu as portas foi o Flamengo. Sou muito grato por tudo que o Flamengo fez por mim. Sou grato ao São Paulo também pelo começo. Se não fosse por ele, talvez também não estivesse aqui. Mas hoje eu amo o Flamengo e defendo esse escudo tão pesado. Esperamos fazer uma grande final e sairmos campeões", concluiu.
Clique aqui para ver mais notícias do Fla
Tags
Matheus Cunha