A diretoria do Flamengo realizou uma viagem à Alemanha para assistir à final
da Champions League e aproveitou a oportunidade para se encontrar com
representantes do Bayern de Munique e da Adidas. O objetivo da visita foi
entender o modelo de gestão do clube alemão e sua relação com os sócios. Um
dos pontos de maior interesse para o Flamengo foi o processo de criação de uma
empresa para viabilizar a construção do estádio do Bayern.
Segundo reportagem de Rodrigo Mattos do Uol, o presidente do Flamengo, Rodolfo
Landim, e seus aliados rejeitam a ideia de vender o controle do clube, o que
também é rechaçado por outras correntes políticas dentro do clube. No entanto,
eles estão em busca de um modelo que permita a construção do estádio
rubro-negro sem grandes gastos. O exemplo do Bayern de Munique surgiu como uma
das possibilidades, embora ainda esteja em estágio inicial.
O Bayern de Munique abriu seu capital durante a Copa do Mundo de 2006,
vendendo ações minoritárias para três empresas: Allianz, Adidas e Audi.
Juntas, elas possuem 24,9% das ações, enquanto o clube é dono do restante.
Essa porcentagem permite ao clube ter controle pleno sobre as decisões, de
acordo com a legislação alemã. A construção da Allianz Arena foi financiada
com os recursos gerados por essa venda de ações, e atualmente a dívida já está
paga.
Durante a visita, a Adidas explicou ao Flamengo que tem um poder limitado
sobre os rumos do Bayern de Munique. As três empresas têm assentos no Conselho
de Administração do clube, mas são minoritárias nas decisões. O presidente do
Bayern é eleito pelos sócios, e o conselho tem poder de aprovar contratações
ou negócios acima de 25 milhões de euros. As empresas obtêm vantagens
estratégicas como sócias, como a preferência da Adidas para renovar o contrato
de fornecimento de material esportivo e a parceria da Audi para impulsionar as
vendas de carros entre os sócios. A Allianz, por sua vez, possui os naming
rights do estádio.
A diretoria do Flamengo vê esse modelo como uma possível inspiração para a
construção de seu estádio próprio, considerando a venda de uma participação
minoritária para parceiros estratégicos. No entanto, é importante ressaltar
que o clube descarta a ideia de ceder o controle da gestão. Atualmente, o
projeto do estádio no Gasômetro, no Centro do Rio de Janeiro, está em segundo
plano devido a questões burocráticas e estratégicas. A prioridade é obter a
concessão do Maracanã em uma concorrência que será realizada pelo governo
estadual.
O Flamengo mantém uma parceria com o Fluminense para a gestão do Maracanã, e a
licitação está prevista para ser lançada em 2023. Embora o projeto do estádio
próprio esteja temporariamente em espera, o clube segue os trâmites
institucionais para a compra do terreno do Gasômetro, pagando pelo mesmo, sem
ser uma cessão do governo.
Dessa forma, o Flamengo busca um caminho para a construção de seu estádio,
visando aumentar suas receitas e valorizar ainda mais o clube no futuro,
mantendo o controle da gestão e sem comprometer suas finanças. A inspiração no
modelo do Bayern de Munique é apenas uma das possibilidades em análise, mas
mostra o empenho da diretoria em buscar soluções viáveis e estratégicas para
concretizar esse importante projeto.
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