ESPN: Depois de um início
turbulento, Jorge Sampaoli saiu ileso da maratona de jogos até a Data Fifa
deste mês de junho. Classificado para as quartas de final da Copa do Brasil ,
encaminhado nas oitavas da CONMEBOL Libertadores e em 3º no Brasileirão . E um
jogador se tornou o grande '01' do argentino nos 16 jogos até aqui: Fabrício
Bruno.
Sampaoli tem como costume de rodar o elenco por passa no futebol. No Flamengo,
ainda não tem os 11 ideais definidos como o torcedor rubro-negro ficou
acostumado com os vencedores Jorge Jesus e Dorival Jr., mas uma espinha dorsal
já tem a cara do comandante. E Fabrício Bruno foi o único jogador do elenco a
ser titular em todas as partidas desde a chegada de Sampaoli.
Além de boas atuações dentro de campo, o defensor se credenciou como um
jogador que foge do senso comum dos atletas atuais, sendo pouco polido, ou
praticamente sem filtros, para falar da situação do time. Seja nos momentos
bons ou ruins, em questão coletivas ou individuais. E a confiança do treinador
se soma ao carinho da torcida, que faz Fabrício Bruno se tornar um líder
dentro de campo.
E as palavras contundentes acompanham o zagueiro desde a sua chegada. Quando
já ativou o 'modo sincerão' no dia 9 de fevereiro de 2022, dia em que foi
apresentado pelo Flamengo. Sem pestanejar, ele disse que 'foi fácil' escolher
o Flamengo após a proposta rubro-negra chegar e a saída do Red Bull Bragantino
ser resolvida sem alguma novela.
"É o Flamengo, é o time na nação. Foi fácil fazer essa escolha. Sonho de
criança estar aqui e quando chegou a oportunidade, nem pensei. Já joguei com
o Maracanã cheio. E agora a favor, tenho certeza de que serei muito
feliz", disse Fabrício Bruno, à epoca.
'Dedo na ferida' em momentos delicados
Depois de um bom início em 2022 e uma infelicidade com uma lesão rara no pé,
Fabrício Bruno acabou sendo reserva na temporada passada. David Luiz e Léo
Pereira se firmaram e não deram espaço ao camisa 15, que conquistou a
titularidade absoluta no ano seguinte.
Desde a época com Vítor Pereira, Fabrício Bruno beliscou uma vaga entre os
zagueiros, ora com Léo Pereira, ora com David Luiz. A partir daí, ele não saiu
mais. Com Sampaoli, foi absoluto seja com três zagueiros ou com dois. E
'cresceu' nos momentos de crise da equipe.
Tudo começou com a vitória por 3 a 2 sobre o Bahia, no dia 13 de maio . Apesar
dos três pontos conquistados, a atuação ruim do Flamengo na segunda etapa,
quando o adversário atuou boa parte do 2º tempo com dois a menos. Fabrício
Bruno ativou o modo 'sincerão' e colocou o dedo na ferida do time.
"Importante somar os três pontos, viemos aqui pra isso, mas temos que ter
consciência de que tem muita coisa pra melhorar. Temos um trabalho de manter
posse de bola lá no campo ofensivo, e com dois caras a mais não podemos
tomar os contra-ataques que estávamos tomando", disparou Fabrício Bruno, com discurso parecido no empate diante do Cruzeiro
no Maracanã .
"Falar em constância, a gente precisa ter. Mas não é só falar, tem que
manter a constância no nosso ritmo de trabalho. Eu cobro lá dentro, a gente
não pode fazer um grande jogo como fez no Fla-Flu e depois fazer três jogos,
com todo respeito, de m... Não conseguimos ter constância, mantemos o ritmo
no primeiro tempo, uma sequência boa, mas no segundo cai um pouco. É uma
coisa que a gente se cobra para manter o ritmo os 90 minutos".
Desafio que virou brincadeira da torcida
Fabrício Bruno se destaca pelo vigor físico. Dono de passadas largas, o camisa
15 se destaca pela velocidade no combate direto com os atacantes. E um desafio
feito pelo próprio atleta ganhou uma repercussão na mídia.
Após a partida diante do Bahia, quando ainda em campo ele não poupou críticas
ao time, de cabeça fria após o confronto ele foi mais tranquilo. Só que rendeu
até mesmo o apelido de 'The Flash' da torcida pela velocidade que tem .
"Foi o meu 11º jogo seguido. Eu me cuido muito bem dentro e fora do clube e
me sinto inteiro fisicamente. Crio um desafio para qualquer atacante:
conseguir ganhar de mim na velocidade. Sou um cara que não sou de dar bote
porque confio muito na minha velocidade. Contra o Athletico dei um pique de
38 km/h, e muitas vezes a gente recebe críticas desnecessárias. Mas faz
parte do processo. Se nem Deus agradou a todos, não vai ser o Fabrício Bruno
que vai agradar",
disse o zagueiro.
A verdade é que Fabrício Bruno caiu nas graças da torcida e de Jorge Sampaoli
com a mesma velocidade que corre atrás dos atacantes e ganha na disputa. São
19 jogos seguidos, sendo 16 com o atual treinador, com um desempenho acima da
média. A ver se o rendimento seguirá até o fim da temporada.
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