Embora tenha perdido o clássico e a invencibilidade de 19 partidas para o
Fluminense, o time do Flamengo segue sendo um dos melhores do país, tanto em
números como em desempenho. Mesmo assim, a derrota para o tricolor e outros
jogos recentes mostram que a equipe de Dorival Jr. ainda pode evoluir em
alguns aspectos. O GLOBO listou três.
Concentração no setor defensivo
Por mais que o termo "setor defensivo" seja automaticamente ligado aos quatro
jogadores de linha que jogam atrás e ao goleiro Santos, ele também pode
incluir os jogadores do meio e do ataque. Afinal, o primeiro gol do Fluminense
no clássico começou numa jogada individual de André após saída de bola no
campo de ataque do rubro-negro. Ao tomar o passe em profundidade pelo lado
direito da defesa, o Fla se viu desorganizado e não conseguiu parar o ataque
adversário.
Já o segundo gol do Fluminense surgiu após passe rápido de Ganso, que tirou
proveito de mais um momento de desorganização da defesa do Flamengo para
acionar Cano.
Outro momento de desatenção do setor defensivo do Flamengo foi no gol do Vélez
Sarsfield no Maracanã. Embora a equipe estivesse se organizando para atacar o
adversário quando Arrascaeta perdeu a bola no meio do campo, os defensores do
rubro-negro não souberam se posicionar para neutralizar o ataque dos
argentinos e tomaram o gol após Lucas Pratto surgir nas costas de Pablo. Menos
mal para Dorival Jr. que a dupla de zaga na partida era a considerada reserva.
Em geral, o Flamengo mostrou dificuldades para se defender contra times que se
propõem a ter a posse da bola e atacar, como fizeram Fluminense e São Paulo,
principalmente no jogo de ida da Copa do Brasil.
Recuperar peças do banco
Ao contrário do que aconteceu no duelo contra o tricolor paulista, Dorival Jr.
não conseguiu que as substituições fizessem o efeito esperado na sua equipe no
clássico do último domingo. Em São Paulo, Everton Cebolinha saiu do banco para
marcar o terceiro gol do Fla e aumentar a vantagem. Contra o Flu, nem o camisa
19 e nem Marinho, expulso com dois minutos em campo, conseguiram mudar o rumo
da partida.
Contrato por cerca de R$72 milhões, Cebolinha ainda não mostrou a que veio no
Flamengo, mesmo bem fisicamente. O atacante até fez boas jogadas,
principalmente pelo lado esquerdo, como no gol contra o São Paulo, mas nada
que chegue perto de justificar o investimento — embora o tempo disponível
tenha sido curto. Com a semana livre, Dorival Jr. poderá analisar como
utilizar melhor o jogador, mesmo que numa eventual substituição de segundo
tempo.
Melhorar a pontaria
Contra o Fluminense, o Flamengo teve 18 chutes, sendo 14 dentro da área, e
marcou apenas um gol. Com algumas chances cedidas pelo tricolor perto do gol
após pressão na saída de bola, a equipe de Dorival Jr. esbarrou na barreira
montada pelos zagueiros ou pelo goleiro Fábio. Cenário parecido com o que teve
contra o Athletico-PR no jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil,
quando deu 22 chutes e não abriu o placar.
Em algumas outras ocasiões, como a já citada partida contra o São Paulo, no
Morumbi, aconteceu o contrário. O Fla foi mais atacado, mas aproveitou as
oportunidades e saiu com a vantagem. Mesmo assim, em jogos decisivos,
principalmente o da Libertadores, que é único, a oportunidade desperdiçada
pode ser fatal.
Imagem: Divulgação
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