Uol:
Há um mês Dorival Júnior assumiu o Flamengo com a missão de arrumar a casa. A
evolução do elenco espantou a bagunça e dá a esperança de um caminho, mas
ainda não se transformou na regularidade desejada. A paz na Gávea será
colocada mais uma vez à prova nesta semana.
A sequência de quatro vitórias consecutivas foi quebrada na derrota para o
Corinthians , pelo Brasileirão. Já de olho no Atlético-MG , pela volta das
oitavas de final da Copa do Brasil , Dorival optou por mesclar a equipe, e
esta foi a nona escalação em nove jogos.
Com o calendário em curso, o técnico tem pouco tempo para treinar e aproveita
os jogos para os testes. As escalações inéditas reforçam que o Flamengo ainda
caminha em busca de um time titular, no entanto, também provam que o treinador
vem conseguindo, aos poucos, a evolução da equipe, independentemente das peças
em campo.
Mesmo com pouco tempo e ainda buscando a regularidade, é possível ver as mãos
de Dorival no time, fazendo jus ao motivo que foi contratado: organização. O
analista e colunista do UOL Esporte , Rodrigo Coutinho, detalhou este início
de projeto do técnico brasileiro.
"O time voltou a evoluir, ganhar padrão e, principalmente, melhorar a
execução das ideias. O time tem bons e maus momentos. Nos maus momentos você
consegue entender a intenção, onde ele quer chegar e qual foi a proposta. A
gente pode concordar ou discordar", disse, antes de continuar:
"A parte defensiva é um ponto importante. O Flamengo compete mais sem a
bola. Ainda não está no nível ideal, mas compete mais. Quando não faz isso,
consegue proteger a área melhor. A última linha está mais junta e mais
protegida. Isso faz com que o time leve menos gols."
Outros pontos chamam atenção neste mês de Dorival, entre eles a valorização
individual do atleta. As características dos jogadores são levadas em conta,
em meio ao esquema tático, além de utilizar jogadores com o objetivo de
recuperar a confiança. Diego Alves, Rodinei e Léo Pereira voltaram a ser
aproveitados pelo técnico.
"A gente percebe que o Dorival não tem isso. Ele já utilizou o jogo
posicional em outros clubes. Mas hoje ele não faz isso. O Flamengo é um time
solto e móvel dentro de campo porque os jogadores se sentem confortáveis em
fazer. Mudou o esquema tático: o Arrascaeta está mais próximo da dupla de
ataque, o Everton circula por uma faixa mais estreita, o Gabi circula do
meio para a direita sem perder profundidade e presença de área", analisou Rodrigo Coutinho.
Ainda em busca de ajustes
Foram sete duplas de zaga diferentes neste período. Rodrigo Caio/Pablo, David
Luiz/Léo Pereira lideram e foram a campo duas vezes cada. Nas laterais, a
disputa está acirrada: Matheuzinho e Rodinei, assim como Ayrton Lucas e Filipe
Luís. O meio-campo vivia uma oscilação e agora procura um novo caminho com as
ausências de Andreas Pereira e Willian Arão, vendido ao Fenerbahçe .
Dorival acredita que o trabalho já colhe resultados dentro de campo. Na
derrota para o Corinthians enalteceu a postura do elenco em campo, mas pontuou
que o meio ainda precisa de ajustes.
"Temos de ter calma, tranquilidade. A equipe, mesmo alterada, mostrou
qualidade. Respeitou tudo que foi solicitado. Atacamos de maneira
organizada. Fico satisfeito com 32 dias de trabalho. Não com resultado,
merecíamos melhor", avaliou o técnico, que completou:
"Estamos tentando mudar a característica, acelerando a troca de passe.
Natural ter um jogo mais moroso nessa transição, mas na maioria das vezes
conseguimos fazer com que a bola chegue com velocidade nos meias. Tem de
criar os espaços na frente para receber em profundidade, tivemos isso contra
o Tolima, hoje com mais dificuldade", finalizou.
O próximo desafio é amanhã (13) contra o Atlético-MG, no Maracanã, e vale vaga
às quartas da Copa do Brasil. Com aproveitamento de 55%, Dorival vai a campo
para o décimo jogo em busca da retomada rubro-negra.
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Imagem: Divulgação