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O Atlético-MG pode precisar de até 21 anos para pagar sua dívida. A projeção
surge de um exercício feito pelo Relatório Convocados, estudo divulgado na
última terça-feira que foi produzido pela consultoria Convocados em parceria
com a XP Investimentos.
A projeção parte da seguinte indagação: e se os clubes usassem 20% de sua
receita todos os anos para pagar suas dívidas, deixando os outros 80% na
operação normal do futebol? Quanto tempo levaria para zerar a dívida? A
pergunta foi respondida utilizando a receita média de cada agremiação nos
últimos quatro anos.
Quem ficou acima de oito anos para pagar todas as dívidas nessa situação foi
considerado pelo estudo como “em situação de risco”. De sete a oito anos, é
necessária uma “reestruturação urgente”. Abaixo de cinco, a situação é
tranquila – especialmente abaixo de três anos.
Tempo para pagar suas dívidas no exercício: situação de risco!
Atlético-MG 21,4 anos
Vasco 15,5 anos
Cruzeiro 14,4 anos
Botafogo 13,5 anos
Sport 12 anos
Coritiba 11,9 anos
Avaí 10,7 anos
Corinthians 10,5 anos
Fluminense 8,8 anos
Red Bull Bragantino 8,6 anos*
Tempo para pagar suas dívidas no exercício: reestruturação urgente!
América-MG 7,7 anos
Internacional 7,7 anos
Athletico-PR 7,5 anos*
Chapecoense 7,5 anos
São Paulo 7,2 anos
Santos 7,1 anos
Tempo para pagar suas dívidas no exercício: respirando aliviado
Bahia 5 anos
Juventude 3,8 anos
Palmeiras 3 anos
Flamengo 2,7 anos
Grêmio 2,5 anos
Goiás 2,4 anos
Ceará 2,3 anos
Fortaleza 1,9 anos
Cuiabá 1,7 anos
Atlético-GO 0,7 anos
O asterisco em Athletico-PR e Red Bull Bragantino se deve ao perfil específico
dessas dívidas. O grande aumento na dívida da equipe de Bragança Paulista é
causado pelos investimentos de sua empresa controladora, o que a princípio não
representa um risco.
Já no time rubro-negro, praticamente toda a dívida é com o BNDES (Banco
Nacional do Desenvolvimento Social), fruto da reforma da Arena da Baixada.
Como o clube possui ativos que podem ser negociados para abater o passivo,
além de boa quantidade de dinheiro em caixa, a situação é mais tranquila.
Outro indicador interessante apontado no estudo é a chamada ‘alavancagem’, que
pode ser definida como a relação entre a dívida líquida e a receita total de
um clube. Por exemplo, uma equipe que tivesse dívida líquida de R$ 2 bilhões e
receita total de R$ 1 bilhão teria alavancagem de 2, pois tem duas vezes mais
dívidas do que sua receita total anual.
Um clube com muito mais dívidas que receitas, obviamente, se coloca em posição
de risco. Em especial, o estudo define a alavancagem de 2 como um divisor,
sendo que apenas o Atlético-MG está acima desse índice sem ter disputado a
Série B.
Os atuais campeões brasileiros estão em 2,6 de alavancagem, número alto, mas
muito melhor que o apresentado no balanço anterior, que era de 9,1. A relação
de dívidas com receitas diminuiu porque as premiações de Brasileirão, Copa do
Brasil e Conmebol Libertadores aumentaram muito o que o Atlético-MG recebeu.
Alavancagem acima de 2.0:
Atlético-MG, Cruzeiro, Avaí, Botafogo, Vasco, Coritiba e Sport
Alavancagem entre 1 e 2:
Corinthians, Athletico-PR, Fluminense, Internacional, Chapecoense, São Paulo,
Santos, Red Bull Bragantino e América-MG
Alavancagem abaixo de 1:
Bahia, Goiás, Grêmio, Palmeiras, Flamengo, Juventude, Ceará, Fortaleza, Cuiabá
e Atlético-GO
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Imagem: Arte ESPN
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