Por Diogo Dantas | Extra: O Flamengo está respaldado por um contrato até o fim de 2025 com Pedro e
ainda tem parcelas a pagar à Fiorentina até o ano que vem pela compra do
jogador. Se houver a oportunidade de vender o centroavante, o que o clube não
vê como necessário, ela será analisada no meio do ano.
A diretoria tratou o discurso em tom de desabafo do atacante mais como um
recado para os críticos que tentam opinar sobre os rumos da carreira. E não
como um ameaça de saída, ou de que o atleta está insatisfeito com o clube e
com o técnico Paulo Sousa.
No entendimento dos dirigentes, ainda não há necessidade de aceitar a
transferência do jogador, que no começo do ano esteve no radar do Palmeiras.
Na ocasião, houve uma sondagem para pagar 20 milhões de euros , mas o Flamengo
não quis nem abrir negociações, já que confia em situação financeira sólida.
Após marcar um gol na vitória sobre o Altos-PI, Pedro falou sobre seu momento.
E mudou sua postura.
- O que será daqui pra frente? Não consigo prever. Uma coisa é certa: minha
dedicação e empenho com essa camisa serão sempre íntegros. Pela instituição e
seus torcedores, que me abraçaram desde o meu primeiro dia. Tenho meus sonhos
e objetivos pessoais. Para realizá-los, não preciso ser antiprofissional. Vou
seguir 100% no Flamengo até quando for para ser - afirmou Pedro.
O jogador dá a entender que a continuidade no Flamengo agora é uma incógnita.
Tudo vai depender se chegarão propostas, como vai estar a utilização dele no
clube nesse cenário. Situação que agora não dá para prever. Se chegar uma
proposta ele vai analisar junto com o Flamengo o que é melhor, sem forçar
saída, mas também pensando em seus sonhos e objetivos. Que incluem, é claro,
ser um jogador que jogue mais, para ser reconhecido no clube e na seleção
brasileira.
Gabigol tem mais mercado
A oferta do Palmeiras em fevereiro foi vista internamente como vantajosa, mas
descartada por se tratar de um rival brasileiro. A outra razão para negar a
possibilidade antes e até agora é que o atacante titular, Gabigol, tem
sondagens da Espanha e Inglaterra e mais mercado no exterior para que algo
concreto chegue na próxima janela. Apesar da operação não ser simples nem
barata. Em caso de venda, Pedro teria a sequência que deseja.
Não há por parte do Flamengo um preço estipulado que o faça vender Pedro,
apenas uma conta em função do que o clube investiu. A análise do mercado sobre
um atleta que custou 14 milhões de euros em 2020 como Pedro indicam a
necessidade de venda por pelo menos 12 milhões de euros para que se recupere o
valor depois de duas temporadas, e a três anos do fim do vínculo. No Flamengo,
o discurso de que Pedro só sairia pela multa, de cem milhões de euros, é
teórico. Na prática, a oferta do Palmeiras já havia sido além do necessário.
Como não joga com frequência, Pedro não se valoriza o suficiente para atrair
olhares do exterior.
Em sua operação de compra, há R$ 36.758 milhões ainda em aberto para serem
pagos à Fiorentina, de um total de R$ 102.641 milhões gastos entre direitos
econômicos e intermediação. Se for vendido, o atacante faria o Flamengo
economizar três anos e meio de salário, fora o valor devido ao clube italiano,
que poderia ser repassado a quem comprar.
No entanto, a situação financeira do clube permite resistir mais tempo. O
Flamengo tem a pagar R$ 181,8 milhões por aquisição de atletas, sendo R$ 87,3
milhões referentes à compra de jogadores no curto prazo (próximos 12 meses a
partir de março 2022), e R$ 94,5 milhões parcelados de abril 2023 em diante.
Por outro lado, há R$ 127,6 milhões a receber pela saída de atletas, sendo R$
57,8 milhões no curto prazo e R$ 69,8 milhões no longo prazo. A balança aponta
R$ 29,5 milhões em valores a pagar maior que a receber.
A diretoria diz que há reservas para amortecer essa lacuna, mas o objetivo não
é usá-las, mas sim preservar esse “colchão” para momentos de crise ou para
oportunidades únicas de investimento.
Hoje, o décifit total do clube no primeiro trimestre de 2022 é de R$ 63,6
milhões, mas o momento inicial da temporada é sempre o de menor aporte
financeiro.
Fato é que Pedro ainda não deu o retorno esperado em campo que justifique o
alto investimento. Com a valorização do euro, a operação que custaria R$ 64
milhões passou para R$ 87 milhões em 2020. Com as comissões e luvas, chegou a
R$ 102 milhões. É o atleta mais caro do elenco rubro-negro, porém reserva, com
menos da metade dos minutos jogados por Gabigol.
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Imagem: Divulgação