Por Cahê Mota e Fred Gomes | GE:
Marcos Braz anunciou no último dia 10, e o Flamengo confirmou à Ferj que
mandará seus jogos válidos pelo Campeonato Carioca no Estádio Luso Brasileiro,
da Portuguesa, na Ilha do Governador. O clube da Gávea já iniciou uma série de
melhorias local, e há grande expectativa de que o gramado fique um tapete para
a estreia rubro-negra no estadual, justamente contra a dona da casa, no
próximo dia 26, às 21h35 (de Brasília).
Os jogos terão público máximo de 5.044 presentes, e o ingresso mínimo para
partidas com pequenos é de R$ 40. Ficou definido também que o Flamengo não
poderá mandar clássicos no local. Apesar de já acordado e comunicado à Ferj, o
acerto entre os clubes ainda não foi formalizado, o que acontecerá antes do
início do estadual. O contrato terá validade até maio.
Presidente da Portuguesa, Marcelo Barros comemorou a parceria com Flamengo e
Fluminense, que também mandará seus jogos na Ilha do Governador. Barros
lembrou que o gramado já havia sido elogiado no Jogo das Estrelas, evento
realizado por Zico em dezembro, e se disse convicto de que o cenário na
próxima semana será ainda mais animador.
- Essa parceria já está acertada há mais ou menos uma semana e meia. Ficamos
sempre felizes quando conseguimos acolher o futebol carioca aqui, numa praça
bastante experimentada. E que comprovadamente pode receber esses eventos.
Receber Flamengo e Fluminense é uma satisfação imensa. Cada vez que o tempo
passa, a gente vem melhorando nosso estádio e as condições para o nosso
torcedor. Estamos colocando a cereja do bolo no gramado agora. Já estava muito
bom, e o Flamengo está melhorando ainda mais o gramado - explicou Barros.
O Flamengo começou a manutenção do Luso Brasileiro na semana passada. Pôs à
disposição uma vertical (máquina) para igualar a grama e retirar tufos
excedentes. Perfurou o gramado para fertilização e colocação de adubo, além
disso realizou o "top dressing", operação onde é aplicada uma mistura de areia
lavada com substrato para regularizar a superfície. Trata-se de uma forração
com areia para evitar buracos e igualar o campo.
O Rubro-Negro vem realizando a pintura das cadeiras que ficam na Social, única
arquibancada disponível para o Carioca - está vedada, por ora, a colocação de
tubulares para expandir a capacidade. Melhoras também vêm sendo feitas no
vestiário. Estas, porém, fazem parte de uma manutenção simples, como a
recolocação de um piso ou acerto de chuveiros, por exemplo.
- A princípio Taça Guanabara será toda disputada aqui (por Flamengo e
Fluminense), mas é provável que o campeonato inteiro seja com as duas equipes
aqui. Nosso sonho é fazer aquela arquibancada do outro lado, aumentar para 15
mil pessoas e ter jogos maiores. Só podemos ter jogos menores até então. Fiz o
mínimo do mínimo para poder ser feito (o acordo). Fizemos o máximo possível
para acolher as equipes. Claro que qualquer dinheiro na atual conjuntura ajuda
significativamente os clubes de menor investimento, sabemos o que estamos
passando. Ajuda no pagamento de folha e outras questões, o que é importante -
completou Marcelo Barros, sem comentar os valores envolvidos no acordo.
Se o Flamengo fez ajustes, a Portuguesa também se mexeu antes do início do
Carioca. Realizou melhoria na iluminação e inaugurou uma entrada lateral
exclusiva para o acesso da torcida visitante, que acontecerá pela Rua Joaquim
José Gonçalves. No local, a Lusa colocou uma rampa, e a novidade já foi
aprovada pelo Grupamento Especial de Policiamento nos Estádios (Gepe).
O Flamengo indicou à federação que mandará no Luso Brasileiro os jogos contra
Portuguesa (26/01, às 21h35, pela 1ª rodada), Boavista (02/02, 18h, 3ªrodada),
Nova Iguaçu (ainda sem data e horário definidos - 6ª rodada) e Resende (também
sem data e horário definidos - 9ª rodada).
Processo contra o Flamengo não inviabiliza acerto
Em outubro de 2019, a Portuguesa moveu processo contra o Flamengo pela não
retirada de torres de iluminação que caíram no gramado do Luso Brasileiro em
fevereiro de 2018. O acidente aconteceu em período no qual o Fla geria o
estádio, que havia rebatizado como Ilha do Urubu. A ação cobra indenização de
R$ 148.500 e mais uma multa diária de R$ 500 a partir de 1º de outubro de 2019
pelo não cumprimento da determinação. Os valores atualizados indicam uma
dívida R$ 568 mil.
A Portuguesa, porém, conversa e busca solução amigável para resolver essa
questão. Com isso, apesar da diferença jurídica, o Estádio Luso Brasileiro não
está mais pintado de vermelho e preto, porém volta a servir de casa aos
garotos e marmanjos do Ninho do Urubu.
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Imagem: André Durão | GE