Espn:
"Craque, o Flamengo faz em casa". Nas últimas décadas, a equipe carioca
justificou seu lema e revelou inúmeros jogadores que fizeram sucesso no
futebol brasileiro e mundial.
Com um forte investimento, o clube da Gávea tem por volta de 15 captadores de
talentos espalhados pelo país. Além disso, são coletadas e armazenadas
informações de todos os garotos dos outros times que se destacam nas
principais competições de base.
"Eles vão para os nossos banco de dados e são dadas notas. Quando vemos alguma
necessidade pontual de alguma posição, a gente busca dentro desse banco de
dados e depois passam por um monitoramento de vários jogos. Aí teremos a
certeza se vamos contratá-lo. Nas categorias mais inferiores é um processo um
pouco diferente, mais presencial", disse Fábio Matias, técnico do sub-20, ao
ESPN.com.br.
O setor de captação tem softwares e o departamento de base tem programas de
análise de desempenho interno dos atletas rubro-negros. Todas as categorias de
base têm uma comissão técnica própria.
"O clube tem um documento orientador, com as características que cada posição
precisa ter e qual tipo de jogador o Flamengo quer formar. O que o clube quer
de perfil de lateral, atacante ou qualquer outra posição está bem claro",
disse.
Segundo o treinador, o clube deseja que suas equipes de base proponham o jogo,
queiram sempre a bola e sejam agressivas em campo. No entanto, não existe uma
padronização de formação tática, para que a formação do jogador não fique
"engessada" em apenas um sistema e prejudique o futuro do jovem.
"Perfil do jogador do Flamengo é alegre, que gosta de ter a bola, criar
situações individuais e com intensidade. Tem o espirito muito grande em
relação a conquistas. É algo que vem desde as categorias inferiores, com 9 ou
10 anos, que é mantida até o sub-20".
Algo raro no futebol brasileiro, o Flamengo tem duas equipes sub-20, com cerca
de 20 atletas cada. O time "A" é formada por jovens que estão mais próximo do
profissional, enquanto o "B" tem mais jogadores jovens vindos do sub-17 ou que
tenham vindo de outros clubes e passam por um processo de adaptação.
O diretor Carlos Noval, responsável pela transição da base para o
profissional, supervisiona de perto a equipe A do sub-20, que deverá disputar
as primeiras rodadas do Campeonato Carioca profissional.
Além de fornecer jogadores para o time principal, o Flamengo está de olho no
mercado interno e externo para venda de atletas que talvez não tenham espaço
na equipe principal. O clube, que projeta faturar R$ 185,7 milhões com a venda
de jogadores, conta com a base para alcançar a meta. No começo do ano, foram
vendidos crias como Max e Bill.
"O Flamengo dá muita importância à categoria sub-20. A estrutura que temos
aqui é no mínimo igual à dos clubes profissionais de Série B do Brasileiro com
fisioterapia, médico, campos de treino e alojamentos. Eles enxergam como
fundamental dentro do processo porque é onde as coisas acontecem mais
rapidamente no profissional".
"Nós temos uma meta de jogadores formados na base para o elenco profissional,
mas é um percentual interno e não divulgamos. Cada dia o clube quer um número
maior e isso acontece de geração em geração", finalizou.
O Flamengo estreia na Copa São Paulo de juniores na próxima quarta-feira,
contra o Forte-ES, às 21h45 (de Brasília). Os outros adversários da equipe,
que está no grupo 29, em Barueri, são Oeste e Floresta-CE.
VEJA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Imagem: Divulgação