O que muda no Flamengo com a chegada de Paulo Sousa, com estilo diferente de Jorge Jesus




Por Diogo Dantas | Extra: Por se tratar de um técnico português com uma numerosa comissão, a chegada de Paulo Sousa ao Flamengo pode sugerir um perfil semelhante ao de Jorge Jesus. Mas as mudanças prometem ir além das ideias e se estender ao um trato diferente com os atletas. Ex-jogador com dois títulos de Liga dos Campeões na Juventus da Itália, Sousa, 51 anos, deixou como primeira impressão um comportamento transparente e claro no diálogo com jogadores e dirigentes. A resposta positiva ao clube mesmo sob contrato com a Polônia deu mostras da empolgação com o desafio . Mas haverá outros.



O primeiro é se adaptar a um calendário apertado, sobretudo em ano de Copa do Mundo. Nas conversas com o Flamengo, o planejamento é que se faça uma análise de elenco e de mercado o quanto antes para que se aproveite o trabalho na primeira parte da temporada, quando há mais tempo para treinamentos. A ideia é ter o elenco fechado logo.

O início do ano será também o período de adaptação ao grupo do Flamengo, com jogadores rodados e um vestiário estabelecido. Diferentemente de Jorge Jesus, que tinha um jeito mais autoritário, Paulo Sousa foi aprovado por um perfil que não se impõe pelo cargo, mas pelas ideias e pelo passado de jogador. O último que tentou se firmar assim foi o catalão Domènec Torrent. Que acabou sucumbindo a escolhas mal interpretadas e a desfalques em excesso. Rogério Ceni também teve dificuldades de transformar seus conceitos modernos em boa relação.



Paulo Sousa tem bem mais bagagem como treinador do que seus antecessores. E mais experiência no comando de equipes de maior porte, como Fiorentina, Bordeaux e a própria seleção da Polônica, da qual ainda não se desvencilhou. Uma reunião deve confirmar a rescisão até amanhã, e o técnico é esperado no Rio no começo de janeiro.

Chegadas e partidas

De Portugal, onde ainda estão os dirigentes Marcos Braz e Bruno Spindel, o planejamento já começa a ser traçado, e ele inclui a prometida reformulação, inicialmente fora de campo. Paulo Sousa virá com seis membros em sua comissão técnica.: Manuel Cordeiro (treinador adjunto) Luis Salaa (preparador físico) Antônio Gomes (preparador físico) Victor Sanches (auxiliar adjunto) Paulo Grilo (treinador de goleiros) Cosimo Capagli (analista).



As chegadas devem provocar demissões. Além do auxiliar Marcelo Salles, que perdeu o emprego após o fim da passagem de Renato Gaúcho, os novos profissionais colocam inicialmente em risco os cargos dos preparadores físicos Alexandre Sanz e Rafael Winick e do preparador de goleiros Wagner Miranda. Como não trará profissionais de saúde, Paulo Sousa dependerá da avaliação do Flamengo sobre o incremento no departamento médico, criticado em 2021 por muitas lesões.

As primeiras decisões que o novo treinador terá que tomar em relação ao time são sobre jogadores emprestados. Thiago Maia, Andreas Pereira e Kenedy têm contrato até o meio do ano, e o investimento para mantê-los através de compra é elevado. Paulo Sousa também será consultado sobre os próximos movimentos de chegada e saída de atletas. O Flamengo precisará vender jogadores e os jovens formados no clube estão no começo da fila. Entre eles, João Gomes e Matheuzinho, que se reapresentam já na segunda-feira para preparação de olho no Estadual. A intenção de rejuvenescer o grupo, formado por atletas caros, será mais complicada de imediato.



Passagem polêmica

Será com a base do elenco campeão com Jesus que Paulo Sousa tentará voltar aos títulos. Segundo o jornalista Przemyslaw Chlebicki, o técnico tentou introduzir sua filosofia de jogo na passagem pela Polônia. Normalmente defendia com três jogadores, algo raro na equipe polonesa. Além disso, não tinha medo de introduzir jogadores jovens na equipe; Puchacz, Swiderski, Buks, Kozlowski, Zalewski e Kaminski fizeram suas estreias com o técnico. Na Polônia, porém, era criticado por não acompanhar os jogos da liga nacional. Com casa em Portugal, raramente aparecia no país, e também não via de perto os melhores jogadores que atuavam por lá.

— Paulo Sousa como treinador da Polônia foi uma surpresa. Inicialmente, os fãs e a imprensa gostaram da maneira que ele falava sobre futebol, mas a reputação caiu após a queda de performance — contou Chlebicki.



Nos últimos meses, foi muito criticado. Especialmente quando perdeu para a Hungria, em jogo que determinaria a classificação nas Eliminatórias da Copa do Mundo. Durante o jogo, Sousa não escalou as principais estrelas no primeiro tempo como titulares. Robert Lewandowski e Piotr Zielinski ficaram no banco.

— Houve rumores sobre a contratação de outro treinador, mas os dirigentes bancaram o português. Sousa afirmou que não deixaria a Polônia. Como vimos, isso mudou — disse o polonês.


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Imagem: Divulgação

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