Por Felipe Schmidt | GE:
Analisar a vitória do Flamengo sobre o São Paulo por 4 a 0 no Morumbi é ver os
primeiros nove minutos de jogo. Neste período, o time de Renato Gaúcho fez
dois gols e viu Calleri, principal atacante adversário, ser expulso. O triunfo
estava construído a partir daí.
Porém, mais importante do que ver apenas o resultado, é perceber como o
Flamengo se comportou depois da vantagem construída. Se em outros jogos
recentes, a equipe se retraiu demais e teve dificuldade até para segurar o
placar - vide o duelo com a Chapecoense -, desta vez o time manteve postura
mais animadora.
Em vez do jogo de contra-ataques desenfreados, sem pausa, o Flamengo soube
controlar a partida. Cadenciou o ritmo do jogo com boas atuações de Willian
Arão e, principalmente, Andreas Pereira e Everton Ribeiro.
O camisa 7 atuou ainda mais centralizado do que de costume, abrindo o corredor
para Matheuzinho, mas também dando superioridade numérica no meio-campo e
permitindo a posse de bola rubro-negra.
Michael titular ou no banco? Tanto faz
Sem sofrer riscos na defesa, o Flamengo passou da vitória para a goleada com
naturalidade. Os dois gols de Michael premiaram aquele que é a melhor notícia
rubro-negra nesta reta final de temporada.
O crescimento do atacante é notório e faz com que ele, artilheiro isolado do
Campeonato Brasileiro, deixe de vez a galeria de talismãs folclóricos da
história do clube para se tornar de fato uma opção real ofensiva para o time.
Michael evoluiu bastante tecnicamente e também na tomada de decisões. Finaliza
melhor e também serve seus companheiros, como no lance do segundo gol, quando
deixou Bruno Henrique livre na pequena área.
A discussão sobre onde ele permaneceria no time com a volta de Arrascaeta
talvez não seja tão importante: o ponto, aqui, é que, mesmo que volte à
reserva, Michael será uma peça de confiança para a final da Libertadores.
Foco na Libertadores ajudou no rendimento
Depois de uma sequência de jogos em que pouco convenceu, o Flamengo deu um
sinal animador à sua torcida no Morumbi. Deu sinais do modelo que todos
esperam ver, com muita marcação por pressão e eficiência no ataque, e mostrou
que é também pode controlar o jogo e não ficar apenas num duelo de trocação e
contra-ataques frenéticos como em outras oportunidades.
Com o clima mais leve depois da decisão institucional de preparar o time para
a Libertadores, a impressão é que tanto Renato quanto os jogadores têm uma
ideia mais concreta de como encarar os próximos jogos rumo ao desafio final.
Este estado de espírito pode ser importante na preparação até Montevidéu.
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Imagem: Marcos Ribolli