GE:
Renato admite: a cada tropeço, a chance do tricampeonato brasileiro do
Flamengo fica mais difícil. Essas foram as palavras do treinador após a
derrota por 3 a 1 para o Fluminense, neste sábado, pela 28ª rodada do
campeonato. Perguntado também sobre a avaliação dos primeiros meses de
trabalho, o técnico deu sinal positivo.
- Satisfeito pelos problemas que a gente vem tendo. Desfalques de jogadores na
Seleção, no departamento médico. Mesmo assim, o Flamengo em três competições.
Está na final da Libertadores, temos 90 minutos para colocar o clube em outra
final na quarta-feira e estamos brigando no Brasileiro. Está cada vez mais
difícil, mas qual clube joga e vence as três competições? - disse.
- Temos coisas para melhorar, para corrigir, mas ninguém leva em consideração
os problemas que estamos tendo. A gente sabe o que está passando. A cada três
dias, o Flamengo tem obrigação de ganhar para ficar vivo nas competições. E
nenhum time no mundo disputa três competições ao mesmo tempo e vence as três,
é muito difícil. Quem tudo quer, nada tem - completou.
Com a derrota, o Fla perdeu o segundo lugar para o Fortaleza e pode ver o
líder Atlético-MG disparar na tabela. Para completar, ainda corre o risco de
ficar atrás do Palmeiras, que ainda joga na rodada e está empatado em pontos.
Os rubro-negros somam 46 contra 56 do Galo, que recebe o Cuiabá neste domingo.
Outras respostas de Renato
Escolhas na escalação
A única vez que poupei jogador desde que cheguei ao Flamengo foi contra o
ABC, depois de ganhar por 6 a 0. Hoje, nós estamos pagando pelo Bruno
Henrique, porque deveria ter sido poupado, vinha se queixando muito do
adutor. Colocamos para jogar no meio dessas críticas. Estourou. O Pedro
estava com dores muito fortes no joelho. Levamos para jogar contra o
Athletico correndo um risco. Jogou 15, 20 minutos e agravou a lesão.
Por que Vitor Gabriel?
Era o único jogador da posição. Desde que eu cheguei, fez apenas três jogos.
Falta ritmo. Não é que fez má partida, mas falta ritmo para o jogador. Vou
improvisar tendo um jogador da posição? Ele foi bem em alguns lances, não
foi tão bem em outros. Se ele faz aquele gol no primeiro tempo, seria herói.
Já temos o problema do entrosamento. Se mudarmos também a parte tática,
teremos dois problemas. Temos o nosso padrão de jogo, que é maneira que nós
e os jogadores gostam de jogar. Infelizmente, não é em todos os jogos que
estamos no nosso dia. Não adianta mudar toda hora.
Pedido de apoio
O torcedor é paixão, ele quer ganhar. O torcedor tem que acreditar no que a
gente fala, porque é a realidade, estamos aqui dentro. Quando não ganha, é
assim. Principalmente no clássico. Nós também queremos, mas nem sempre é o
nosso dia, nem sempre o jogador vai jogar bem. O torcedor tem que vir na
quarta-feira para nos apoiar, como sempre fez. Se quiser vaiar, deixa para
depois do jogo. Precisamos do torcedor. Eu entendo quem está bravo, porque
perdemos um clássico.
Arrascaeta sem substituto
Já coloquei o Vitinho ali, já coloquei o Lázaro ali, o Everton e o Andreas
na maioria das vezes. Andreas fez um ótimo jogo contra o Juventude, todo
mundo gostou. Se eu tiro, iriam questionar. O Arrascaeta joga ali, e
qualquer jogador que entre no lugar vão querer que faça o mesmo. A gente
tenta, mas nem sempre consegue o nosso objetivo.
Andreas deslocado?
São características diferentes. Quando o Arrascaeta não joga, a gente
precisa improvisar. O Andreas é volante e tem nos ajudado, mas não tem as
mesmas características. Não é da noite para o dia. O Arrascaeta faz falta em
qualquer time, é um jogador diferenciado. E não é só o desfalque do
Arrascaeta, mas não é desculpa. Jogando uma vez por semana, tem tempo de
preparar e treinar a equipe. Desse jeito, a gente mal tem tempo para fazer
um trabalho tático. Como vai ter entrosamento?
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Imagem: André Durão
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Renato Gaúcho