Por Diogo Dantas | Extra:
Os números gerais ainda jogam a favor de Renato Gaúcho no Flamengo, mas a
queda de rendimento do time nos últimos dez jogos ligou o alerta na torcida e
no clube.
Das 19 vitórias em 26 partidas sob o comando do treinador, apenas cinco
ocorreram nas últimas dez partidas, o que faz o aproveitamento total de quase
80% despencar para 63%.
A justificativa para o desempenho ruim no último mês é exatamente o excesso de
jogos, do clube e das seleções, que desgastam o elenco e não permitem brecha
para treinamentos e recuperação adequada.
O resultado é a ausência de jogadores importantes e atletas com queixas
frequentes na parte física, ainda que vão a campo. Com a dificuldade de
repetir escalações, Renato sucumbe com suas ideias.
Mas quais são elas? E elas satisfazem a diretoria do Flamengo? A resposta é:
para o curto prazo, sim. A cúpula do futebol entende que o técnico vai levar o
time a duas finais, Libertadores e Copa do Brasil. E o absolve diante do
calendário apertado.
No futebol, o departamento médico orienta o técnico a ter cuidado diante do
fato de que todo o elenco está sentindo a sequência e com chances de estourar,
ou seja, se lesionar. Ao tentar se equilibrar entre o que diz a ciência e o
que diz o campo, Renato não tem conseguido organizar o time. Pelo contrário.
Em termos táticos, há sinais claros de que o Flamengo retrocedeu nas últimas
partidas. Em que pese todo o discurso de que Arrascaeta e Bruno Henrique fazem
muita falta. Mas a diretoria divide a responsabilidade com os jogadores. Pois
os que sobraram de um elenco farto também caíram de produção. Em especial,
Gabigol e Éverton Ribeiro. E notadamente após mais uma convocação.
Em função da necessidade de improvisar jogadores e trocar a equipe o tempo
todo, o conjunto do Flamengo sofre. E a responsabilidade de Renato é atenuada
internamente. O entendimento é que na reta final todos precisam remar na mesma
direção, já que as três frentes em disputas podem trazer taças.
Outro dado importante: o treinador mantém o bom ambiente, escuta comissão
técnica e jogadores, e nas entrevistas procura sempre enaltecer o trabalho. O
discurso que incomoda a torcida e parte da imprensa é visto como necessário
para blindar jogadores estenuados. Receita diferente da de Rogério Ceni.
A expectativa é que a partir da próxima semana, caso a classificação na Copa
do Brasil se confirme, o cenário melhore. Com os retornos dos lesionados e o
sprint final para a Libertadores e o Brasileiro. No vestiário e na viagem de
volta ao Rio após o empate com Athletico-PR em Curitiba, o semblante de todos
era de preocupação, mas misturada com uma união pelo trabalho que ainda não
acabou.
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Imagem: Alexandre Vidal
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