O presidente do Bahia , Guilherme Bellintani, afirmou que a decisão de
formação de uma liga independente entre os clubes para organizar o Campeonato
Brasileiro é irreversível. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte , o
dirigente tricolor esclareceu que o movimento pretende começar a estruturar a
liga já nos próximos dias e deixou claro que a ação do grupo não significa um
rompimento com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) .
Dezenove dos 20 clubes que disputam a elite do Brasileirão apresentaram à CBF
na tarde de hoje (15) a intenção de criar uma nova liga. O único que não
assinou o documento —divulgado pelo próprio Bellintani nas redes sociais
(confira mais abaixo)—, foi o Sport , que estava sem representante por conta
da renúncia do agora ex-presidente Milton Bivar. O clube, porém, já confirmou
a participação na nova Liga .
"A decisão de formação da liga é irreversível. Foi uma decisão unânime. A
partir da formação da liga, a CBF continua com papel fundamental na
organização de todas as competições, exceto o Campeonato Brasileiro, e,
mesmo no Brasileiro, pode nos ajudar e, se assim quiser, estar disponível em
vários elementos dessa organização. A gente quer ter autonomia para
organizar a competição, mas não precisa virar as costas para a CBF de uma
hora para outra, já que nosso movimento não é contrário à CBF, é a favor de
uma nova forma de organizar o Campeonato Brasileiro", explicou o presidente, para depois explicar os principais pontos da reunião
de hoje.
"Na carta que apresentamos hoje à CBF, os pleitos iniciais são de maior
participação dos clubes nas decisões políticas da CBF, processos eleitorais,
questões de gestão, como, por exemplo, a redução dos filtros para registrar
candidatos à eleição e o fim dos votos com pesos diferenciados, retornando
ao modelo anterior, dos votos individualizados —ou seja, votos de federações
e clubes com o mesmo peso. Mas é óbvio que a proposta informada à CBF de que
os clubes criarão, imediatamente, uma liga para gerir o Brasileiro,
significa um deslocamento dessa competição para uma instituição gerida e
controlada pelos clubes de Série A e B do futebol brasileiro. Na prática,
uma das competições que são hoje geridas pela CBF passará a ser gerida por
uma liga", acrescentou Bellintani.
Há muito o que fazer, e isso começa já. Por novo calendário, mais planejamento, investimentos e receitas. Por democracia, com equilíbrio, união e trabalho. Sem conflitos, sem ressentimentos. Nós, clubes de futebol, queremos chegar mais próximo do que cada brasileiro espera de nós pic.twitter.com/v3kdv6pmQ4
— Guilherme Bellintani (@gcbellintani) June 15, 2021
De acordo com o presidente do Bahia, há reuniões marcadas para ainda esta
semana para dar início ao processo de estruturação da liga, que ainda não tem
um nome oficial.
"A estruturação será iniciada imediatamente. Já ao longo dos próximos dias,
temos reuniões justamente para ajustar planejamento, foco, atribuições de
cada clube e presidente nesse cenário... Quando ela começa a ter impacto
real, a organizar de fato as competições? A gente preferiu não determinar
porque o processo deve ser construído com toda calma. Sabemos que o projeto
começa imediatamente, mas ainda não temos uma data de início das competições
geridas pela liga do futebol brasileiro que sequer tem nome, mas já está
muito amadurecida nos seus princípios: unidade dos clubes, transparência,
democracia, planejamento, agressividade em relação à política
comercial...", afirmou.
"Foi tudo isso que foi discutido de uma maneira muito madura e serena entre
os clubes que demonstraram nesses dois dias de discussão uma maturidade
enorme e uma compreensão de que está na hora de os clubes começarem a gerir
um produto tão importante quanto o campeonato brasileiro sem que isso
signifique um rompimento com a CBF. A gente quer que isso seja feito com o
maior equilíbrio possível", acrescentou.
Guilherme Bellintani explicou ainda por que a nova liga merece credibilidade e
destacou o 'ambiente propício' que há no futebol brasileiro para impulsionar o
movimento.
"Mas por que agora vai ser diferente? Por que agora a liga, de fato, vai
ser formada? Porque o ambiente está propício, os clubes estão maduros e o
Campeonato Brasileiro pede um avanço, um desenvolvimento mais pleno, seja do
ponto de vista econômico, seja do ponto de vista da organização dele
mesmo", disse.
Acredito que esse movimento é diferente de todos os outros que aconteceram,
primeiro pelo momento. Os clubes estão sofridos e estão maduros. As
dificuldades estão muito grandes e a serenidade dos processos decisórios se
mostrou determinante nos últimos dias. Era um tema que já vinha sendo
trabalhado pelos clubes há muito tempo. Eu estou como presidente do Bahia
desde 2018 e participei de várias discussões coletivas sobre esse tema, e
entendemos que esse era o momento de dar esse passo mais concreto, mais firme
para a formação da liga.
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Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2021/06/15/guilherme-bellintani-bahia-nova-liga.htm
Imagem: André Gallindo
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