A boa campanha do Flamengo na Libertadores, que pode levar a classificação
antecipada hoje às oitavas de final, em caso de vitória sobre o Unión La
Calera, no Chile, às 21h30, vem acompanhada de um alerta para as fases
seguintes: o rubro-negro é o time que ocupa a liderança com mais gols sofridos
entre todos os oito grupos da competição: cinco. Embora tenha o ataque mais
positivo ao lado de Inter e Palmeiras, com dez gols, a equipe carioca tem
buscado, sob o comando de Rogério Ceni, aperfeiçoar seu sistema defensivo
desde o fim do ano passado.
Esse processo coincide com a decisão do treinador em recuar Willian Arão de
volante para zagueiro. O objetivo era melhorar a construção das jogadas
ofensivas desde a defesa. O intuito tem sido alcançado, e o camisa cinco
apresentando bons números desde que passou a exercer a função, contra o
Palmeiras, em 21 de janeiro, na reta final do Brasileiro. Desde então, são 16
partidas. Do fim da temporada anterior para a atual, o aproveitamento do
Flamengo com Arão na função saltou de 76% para 81%. Mas o número de gols
sofridos passou de seis em seis jogos para 12 em nove partidas . Cinco deles
nas primeiras três rodadas da fase de grupos, contra Vélez, La Calera e LDU.
Os números individuais de Arão, por sua vez, estão acima da média. Na equipe,
ele é o o jogador quem tem o maior percentual de acerto de passes na
competição. Sua consolidação na função foi planejada por Ceni e seus
auxiliares de forma gradual. Com mais de cem dias na posição, Arão diz sempre
que está disposto a exercer o papel inédito na carreira para o bem do time.
— Me colocar como zagueiro é uma demonstração da confiança em mim. Tento
aprimorar as funções para ajudar ainda mais — diz.
O recuo de Arão começou no Flamengo com Jorge Jesus. De segundo para primeiro
volante. Na época, treinava com os zagueiros sob supervisão do auxiliar João
de Deus. Com Ceni, a observação levou a conclusão que haveria melhora na saída
de bola e menor pressão adversária diante da maior posse. A situação já foi
vivida no Flamengo por Jayme de Almeida. Antes de se consagrar como zagueiro
do clube, jogou no meio-campo, e acredita que o movimento é válido no time
atual.
— Quando você está sendo atacado, rouba a bola e sai com um bom passe. E na
saída, diante da boa marcação facilita a transição meio-campo/ ataque. Arão
tem boa impulsão, faz gol, e como zagueiro tem rendido muito bem — elogia
Jayme.
Arão fará dupla com Bruno Viana, já que Rodrigo Caio é desfalque, ao lado de
Diego Alves, Gérson e Michael.
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Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/libertadores-flamengo-aposta-na-evolucao-de-arao-para-avancar-as-oitavas-melhorar-defesa-25011978.html
Imagem: Flamengo