Por Diogo Dantas | O Globo: Ele não teve o brilho de um Arrascaeta, a velocidade nas arrancadas de um
Bruno Henrique ou o faro artilheiro de um Gabigol. No entanto, se for feita
uma rápida enquete com rubro-negros perguntando quem foi o jogador mais
constante e importante, especialmente na arrancada da reta final do
Brasileiro, é bem possível que a maioria responda “Gerson”.
Presente em 34 das 38 partidas da equipe na competição, maior número do
elenco, o meia foi caça e caçador neste Brasileirão. Ele foi o jogador que
mais sofreu faltas no campeonato — 126, média de 3,7 por jogo. O dado reflete
a tentativa dos adversários em impedir que a equipe rubro-negra comandasse o
jogo com seu toque de bola, muitas vezes distribuída pelo camisa 8.
Dotado de uma habilidade impressionante para proteger a bola, Gerson demorava
a cair, o que evitou que os números não fossem ainda mais altos. Uma das
explicações para tal aptidão é o começo no futebol de salão, que ensina a
trabalhar a bola em espaço curto.
No intuito de pará-lo, os adversários somaram 15 cartões amarelos por faltas
em Gerson. Marinho, do Santos, apanhou um pouco menos, 117 faltas sofridas,
que levaram ao mesmo número de advertências.
— Sei da minha importância, não fujo dela, mas divido tudo isso com meus
companheiros. Me considero parte importante de um time espetacular. Não vejo
uma pessoa sendo insubstituível. Somos movidos a trabalho, a vencer. Acho que
isso é que nos faz levantar taças — disse Gerson ao GLOBO.
O jogador de 23 anos, nascido em Belford Roxo e criado nas categorias de base
do Fluminense, é quem faz o jogo andar no meio-campo do Flamengo. No elenco do
clube, não há outro atleta com a capacidade defensiva e ofensiva para
organizar as ações em todo o campo. Do meio para as laterais, da ponta para a
área, como indicam os mapas de calor. Foram 43 finalizações, três assistências
e 35 passes para arremates no Brasileiro.
Em toda a temporada, ele disputou 57 partidas — seu recorde pessoal. Tudo isso
sem o apoio da torcida, apontada por ele como a grande dificuldade.
— Não ter o Maracanã lotado foi o momento mais difícil. O time de 2019 foi
movido aos gritos da torcida, ao apoio. A maratona de jogos em alguns momentos
também atrapalhou. Foi uma temporada bem atípica — lembra o jogador, um dos
poucos que não foi contaminado no surto de Covid-19 do elenco.
— Foi muito complicado para todo o grupo. Primeiro pelo tempo que ficamos
afastados. Até pegar o ritmo de novo foi bem difícil. Mas, independente de
tudo isso, nosso grupo cresceu em um momento importante, o de definição da
temporada.
Primeiro volante moderno, Gerson apanhou, mas também bateu. É o terceiro que
mais cometeu faltas no campeonato, com 74 infrações. Responsável pelo bote,
mas também pela segunda bola, e pela condução do time ao ataque, não está no
topo da lista de desarmes, mas do time é o segundo no quesito, atrás de Filipe
Luís. O percentual de acerto é de 67%, enquanto o de passes corretos supera os
90%.
— Defensiva e ofensivamente ainda tenho muito a crescer. Tenho apenas 23 anos
e tenho a plena consciência que preciso e vou evoluir. Estou em um clube que
nos possibilita crescer — projeta o atleta.
Com multa de 70 milhões de euros, Gerson tem contrato com o Flamengo até o fim
de 2023, e hoje no elenco é visto com o maior potencial para uma grande venda.
E o Flamengo sabe que segurar Gerson não é fácil.
Craque da posição e antigo dono do meio-campo do Flamengo, Adílio, ex-jogador
do clube na geração vitoriosa da década de 1980, vê o discípulo encerrar o
Brasileiro como um atleta completo. Mas além de cumprir as funções defensivas
e de organização das jogadas, o ídolo acredita que Gerson poderia ter mais
importância se fizesse gols. Em 2020/2021, foram apenas quatro no Flamengo.
Dois a mais que em 2019.
— Eu joguei no meio de campo, minha função era atacar mesmo. Ele fica muito
pelo meio e na contenção, na articulação da jogada. Teve um crescimento muito
bom. Falta ele fazer mais gols. Tem um chute bom, sabe driblar. Tem que entrar
na área — pediu Adílio, que faz o lobby:
— Agora ele está aguardando uma seleção — apontou Adílio.
> Veja as últimas informações sobre o Mengão em nossa página principal, Clique Aqui
Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/caca-cacador-gerson-carrega-flamengo-ao-titulo-mesmo-sendo-que-mais-apanhou-no-brasileiro-24902170
CURTA NOSSA PÁGINA
Tags
Gerson
Jogou muito contra o São Paulo, e o legal é que ele não reclama e ficava quieto ao receber as faltas para evitar cartões injustos do árbitros.
ResponderExcluir