Jesus aponta caminho após expulsão e festeja início de ano cheio de títulos do Flamengo: "Nunca tive isso"



Campeão da Recopa Sul-Americana, o Flamengo de Jorge Jesus precisou demonstrar sobretudo superação para vencer o Independiente del Valle nesta quarta-feira, no Maracanã. Afinal, Willian Arão foi expulso ainda no primeiro tempo, e o time jogou a maior parte da decisão com um jogador a menos. Na entrevista coletiva após a partida, o treinador explicou a estratégia passada aos jogadores no intervalo.


- O jogo não estava fácil. Sabíamos como o Independiente saia na fase de construção, não abdica (da bola). Queríamos pressionar a primeira e segunda bola, mas não conseguíamos. O volante deles tem 38 anos, mas tem muita qualidade. Com a expulsão do Arão, ficou pior. Já estávamos vencendo. A equipe se defendia bem, mas não conseguia se organizar para sair para o ataque, ferir o adversário. No intervalo, fiz eles verem que estávamos jogando com menos um jogador, mas se fôssemos bem posicionados isso não seria notado. Eles perceberam isso, entraram no jogo com menos um. Falamos que quando eles perdessem a bola, estariam mal posicionados. Eles arriscaram em demasia. Sabíamos que uma saída bem puxada nos daria oportunidade de fazer mais um gol. Depois, com 10 x 10, ficou mais fácil - explicou o Mister.

"No intervalo, falamos do que é jogar com menos um jogador no plano teórico e prático. Se tivermos essa percepção, seria como jogar 11 x 11", completou.

Esse foi o terceiro título do Flamengo em menos de um mês. No dia 2 de fevereiro, a equipe conquistou a Supercopa do Brasil; e no último sábado, a Taça Guanabara. Jorge Jesus contou que essa é uma situação inédita na sua carreira.


- Essas decisões em 10, 15 dias, nunca tive na minha carreira desportiva. Fomos vencedores em todas. Também pelo fato de estarmos nas decisões, estamos habituados a conviver com pressão. Uma pressão que nunca será maior do que a nossa emoção - disse.

Veja os outros tópicos da entrevista de Jorge Jesus

Proximidade com elenco


- Nunca compartilhei tanta emoção e tanta amizade como compartilho com os jogadores do Flamengo. Me sinto bem, me sinto solto, me sinto mais um mesmo sendo líder. Há uma ligação muito forte entre todos.

Renovação de contrato

- As coisas têm andado dentro da confiança que a direção e eu temos. Nunca quis participar diretamente desta ação. Tenho pessoas que são as que falam por mim para depois eu tomar a minha decisão. Penso que nas próximas semanas quando meus agentes vierem ao Brasil isso pode ser resolvido.


Estratégia com 10 jogadores

- Temos momentos de treino em que fazemos essas experiências. Nunca é igual, tem a ver com a maneira que o adversário joga. Nada é igual. Esperamos o intervalo para colocar as pedras na mesa e dizer que poderíamos ser uma equipe agressiva mesmo com menos um jogador. Assim, fizemos os gols com um segundo volante como o Gerson, que ataca a área adversária. No princípio, com a expulsão, eles ficaram atrofiados e passaram a ter um comportamento defensivo. Não é por ter menos um que devemos ser diferentes. Não é nada diferente.

Dedicação do time

"Quando você está com menos um jogador, cada jogador tem que correr por dois para fazer a parte do colega. Isso obrigou o Arrascaeta e ao Éverton a serem jogadores de maior ajuda ao Filipe Luís e ao Rafinha. No intervalo, conversamos que deveria ser igual. Ter menos um jogador pode ter influência na zona de finalização, mas nunca na zona de criação. E eles entenderam isso".
Títulos em sequência

- Quando cheguei ao Flamengo, logo tive a noção do que era o Flamengo, que é um dos três maiores clubes do mundo em termos de torcedores. Mas não uma das maiores do mundo por não ganhar títulos. Agora, com a maior torcida e com títulos, o Flamengo caminha para ser um dos maiores do mundo. Quem são os maiores hoje? Real Madrid, Barcelona... Vocês podem falar da Juventus, do Manchester City, mas o que ganham perto dos gigantes? O que difere das maiores torcidas dos gigantes? Ganhar mais Libertadores, mais Recopas, mais Supercopas... Ainda não temos, mas estamos caminhando.


Torcida do Flamengo

- Representa muito. Só se eu fosse um indivíduo sem sentimentos, né?! Não há torcida no mundo que tenha carinho pelo treinador se não conquistar títulos. Tem sido uma constante, é sinal do nosso trabalho, e é gratificante que os torcedores gostem. Esse carinho que sinto é uma das minhas responsabilidades. Vai estar sempre à frente a forma que os torcedores me tratam e os jogadores. Isso vai ter uma importância muito grande na minha decisão de continuar no Flamengo.

Emoção do título

- Todas as conquistas são emocionantes e têm um significado especial. Esta por ser um título que o Flamengo nunca tinha vencido, nunca tinha vencido no Maracanã, eu também não tinha vencido. Então, é uma competição muito interessante. Queremos agora voltar ao Qatar para buscar o campeonato do mundo, que vai ser o mais importante.

Melhor da América?

- A ideia é essa. É você provar que é melhor não só pela qualidade de jogo, mas também pelo que conquista. Não temos dúvidas de que é a maior torcida do mundo. Todo mundo sabe. Mas o que define os melhores é o que ganha. Se olharmos para o panorama Mundial, é o Real Madrid com não sei quantas Champions. O que não tem comparação é a torcida. A torcida do Real Madrid não tem comparação com a do Flamengo. Essa diferença, o Flamengo fez sempre. Agora, tem que ganhar títulos.

Defesa Diego Alves

- Isso também faz a diferença no Flamengo: os momentos decisivos do jogo defensivos e ofensivo. Ele não marca os gols, mas tira. E nós valorizamos. Aquele momento do jogo foi importantíssimo, determinante para depois fazermos o 2 x 0 e praticamente deixar o Del Valle sem capacidade de reação e sem confiança.


Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/jesus-aponta-caminho-para-flamengo-ser-campeao-com-menos-um-eles-arriscaram-em-demasia.ghtml

Curta nossa Página




Postar um comentário

0 Comentários