Por Tostão|Folha: Independentemente do desenho tático, uma importante estratégia cada vez mais frequente, embora seja ainda pouco usada, é a marcação agressiva sem fazer falta.
Na Copa de 1974, há 45 anos, a Holanda encantou o mundo com essa postura. Onde estivesse a bola, havia vários holandeses. Já como treinador, Johan Cruyff, estrela daquele time, levou a marcação por pressão para o Barcelona, onde se tornou um dos pilares da grande equipe comandada por Pep Guardiola.
O Flamengo, além de tantas qualidades, tem dado show de eficiência na recuperação da bola.
O Santos, com Sampaoli, tenta fazer o mesmo. Os times que jogam dessa maneira são mais vibrantes e inflamam o torcedor, que apoia ainda mais a equipe. Cria-se um ciclo positivo de grande entusiasmo. O Flamengo, no Maracanã, é uma festa, um sonho para o torcedor. A vida é sonho. O restante são descuidos.
Jorge Jesus, com sua sinceridade e vaidade, sem falsa modéstia, disse que ele não é um técnico que tem ideias europeias, e sim um treinador que tem ideias diferentes dos europeus.
Essa marcação começou na Copa de 1966, com a Inglaterra. No Brasil, há mais de dez anos, o Corinthians, com Mano Menezes, seguido por Tite e, agora, por Carille, adotou essa postura, com sucesso, que se propagou para todos os outros treinadores brasileiros. Passou a ser uma marca de nosso futebol. Cansou. O torcedor e a imprensa querem outro futebol, ainda mais depois de ver o Flamengo.
No amistoso contra Senegal, o Brasil, durante uns 20 minutos, pressionou quem estava com a bola, ficou com ela, fez um gol e parou. Já o time africano, durante todo o jogo, teve mais posse de bola, mais chances de gol e desarmou com facilidade —o principal motivo de o Brasil não conseguir trocar passes. Fiquei preocupado. A dificuldade não é mais somente enfrentar as melhores seleções do mundo.
Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/tostao/2019/10/flamengo-mostra-que-outro-jeito-de-jogar-futebol-e-possivel-no-brasil.shtml
Curta nossa Página
0 Comentários
Deixe seu comentário