Abel Braga preferiu ver o copo meio cheio. Perspectiva que teve nome e sobrenome na vitória sobre o Boavista: Everton Ribeiro.
A entrada do camisa 7 foi determinante para dar organização a um Flamengo que fez valer a qualidade individual para fazer 3 a 1, na noite de terça, e se garantir na semifinal da Taça GB. Everton não só participou dos gols decisivos como despertou o melhor de seus companheiros, salvando uma partida amarrada no Maracanã.
O meia foi responsável por aproximar os setores da equipe, abrindo o caminho para momentos de destaque também de Trauco, Bruno Henrique, Arrascaeta e Gabigol. Tudo isso em somente 20 minutos. O suficiente para o Flamengo vencer e apresentar mais pontos positivos do que negativos no Maracanã.
O que não foi bom
Saída de bola: o Flamengo teve muita dificuldade para verticalizar as jogadas e aproveitar os espaços dados pelo Boavista quando saía para o ataque. Na vez que conseguiu ser ágil, chegou ao gol no primeiro tempo, em boa bola de Rodinei para Vitinho. Dourado aproveitou rebote do travessão.O problema evidente se deu pela característica da dupla de volantes e também muito pela distribuição da equipe. Não foram poucas a vezes em que Arrascaeta (pela esquerda), Vitinho (pela direita), Dourado (centralizado) e Gabigol (movimentando-se bastante, mas também mais pelo centro) se mandaram para o ataque e deixavam um buraco no meio.
Como Piris da Motta não é um grande passador e Jean Lucas é mais de condução, a equipe era lenta na saída para o ataque e facilitava a missão do Boavista. Foram 70 minutos assim, até a entrada de Éverton Ribeiro.
Mais um gol de lateral: é um erro crasso para times profissionais, e o Flamengo cometeu duas vezes em quatro jogos no Carioca.
Depois do Bangu na primeira rodada, o Boavista também aproveitou-se uma cobrança de lateral para vazar a defesa do Flamengo. Vitinho, Jean Lucas e Leo Duarte marcaram de longe os adversários, e Arthur teve liberdade para dominar e chutar da entrada da área.
A origem da jogada chama a atenção, mas não preocupa mais do que o desempenho do setor defensivo rubro-negro até aqui no Carioca. São quatro gols sofridos em quatro partidas. Liga o sinal de alerta para um time cobrado para deixar aflorar sua vocação ofensiva.
O que foi bom
Fator Ribeiro: Abel Braga demorou, mas conseguiu corrigir o problema da saída de bola a tempo do Flamengo demonstrar um bom futebol no Maracanã. E o responsável por isso foi Éverton Ribeiro.Com a entrada do camisa 7 no lugar de Jean Lucas, a bola chegou com maior facilidade ao setor ofensivo, além da aproximação para tabelas curtas. Não à toa, Ribeiro participou dos três principais lances nos 20 minutos em que esteve em campo.
O meia trocou passes com Trauco na jogada do gol de Uribe, acertou o travessão em linda finalização dentro da área e cobrou o escanteio para o gol de Rodrigo Caio. Típico caso onde a qualidade técnica de um jogador é capaz de fazer melhorar o time todo.
Outras opções para o decorrer da partida, Bruno Henrique e Uribe também foram muito bem.
Gabriel aberto na direita: a ansiedade para balançar as redes é evidente e até natural, mas Gabigol tem se esforçado tanto que o “jejum” passa batido. Contra o Boavista, o camisa 9 teve mais uma boa atuação.
Incansável como de costume, o atacante participou bastante do jogo desde o primeiro tempo, mas parecia perdido em campo. Vezes atrás de Dourado pelo meio, outras tentando espaço junto dentro da área e até recuado no círculo central, dava a impressão de que tinha mais vontade do que se sentia à vontade em campo.
No segundo tempo, o panorama mudou. Abel puxou Arrascaeta para o meio, abriu Gabigol na direita e viu um Flamengo mais desenvolto. Fosse com tabelas, cruzamentos ou cortando para o meio para finalizar, o jovem de 22 anos se mostrou mais confortável e foi elogiado pelo treinador.
Trauco e Rodrigo Caio: ambos merecem destaque pelo bom desempenho individual na noite de terça. E acabaram premiados sendo decisivos.
O zagueiro foi um dos melhores em campo. Sem culpa no gol, foi soberano no combate direto, bem na bola área e já tinha assustado duas vezes até fazer o terceiro. Ainda chamou a atenção pela qualidade técnica em duas saídas em arrancadas para o ataque. Impecável.
Já o peruano manteve a média incrível de participação em gols que apresentou nas poucas vezes em que foi utilizado no Brasileirão. Fez linda jogada e deu assistência para Uribe, a segunda em dois jogos no Carioca. É um dos mais técnicos e criativos do elenco.
Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/analise-everton-ribeiro-da-vida-a-um-fla-desconectado-e-garante-20-minutos-de-bom-futebol-contra-boavista.ghtml
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