Obina diz que jogadores do Fla precisam dar a vida em campo: "Torcida não liga tanto para técnica"



Se atualmente a torcida do Flamengo cobra raça e alma do time, nos anos 2000 a sintonia entre arquibancada e jogadores era maior. E um dos responsáveis para estreitar essa relação foi o atacante Obina, xodó dos rubro-negros entre 2005 e 2009. Artilheiro, ele também se destacava pela entrega durante os jogos, algo comentado pelo próprio Anjo Negro.


Em entrevista exclusiva ao FOXSports.com.br, o ex-atacante do clube carioca lembrou sobre a trajetória pela Gávea. Apesar de ídolo dos torcedores, admitiu que o início não foi fácil, mas ressaltou que a vontade dentro de campo fez a arquibancada o enxergar de forma diferente. Sem contar, é claro, dos gols importantes:

"É surreal, sou muito agradecido ao Flamengo por tudo. Mas não foi tudo mil maravilhas. Vivi momentos difíceis. Tinha uma época que o torcedor não queria me ver nem pintado. Mas quando você se dedica, coloca sua vida em campo, isso muda. A torcida começa a respeitar, tratar melhor, a apoiar mais. Ela vê a sua dedicação. Gols foram importantes, mas também a minha luta em campo. Se eu tivesse pouco tempo, um minuto para jogar, parecia o jogo inteiro. Eu sempre fui intenso", afirmou Obina, destacando como era o sentimento do torcedor naquela época:

"O Flamengo é um time que a torcida não liga tanto para técnica, para o jogador ser técnico. Tem que ter uma certa técnica para vestir a camisa. Mas, quando você mistura a técnica, tem o Zico como exemplo. Era um cara técnico, decidia em campo, mas dava carrinho quando precisava. Quando não está legal, você tem que abrir mão da técnica e ir na raça, dar a vida pelo Flamengo. O Flamengo é assim, vestir a camisa de corpo e alma, se dedicar", explicou Obina, que viu uma melhora na equipe contra o Ceará:

"Contra o Ceará, eu vi isso (mais vontade). Era só colocar de lado a timidez, ter humildade para dar carrinho, dar uma chegada forte quando precisar. O Flamengo tem um grande elenco".

Em 2006, Obina teve seu nome marcado na história do Flamengo ao anotar o primeiro gol na vitória por 2 a 0 sobre o Vasco, na primeira decisão da Copa do Brasil daquele ano. Responsável direto pelo título, ele só conseguiu fazer aquela pintura graças ao desempenho no ano anterior. Perseguido pela torcida, ele só ganhou o carinho dos rubro-negros com o gol marcado sobre o Paraná, no Brasileirão de 2005, que livrou a equipe do rebaixamento. Segundo ele, cair no nacional seria uma mancha impagável na carreira:

"A minha vida talvez não seria tranquila como é hoje, de eu poder botar a cabeça no travesseiro e saber que fiz um gol importante na história do Flamengo. Imagine, todos os jogadores estariam marcados pelo rebaixamento do Flamengo. Se fosse dormir, iria saber que ia ter aquilo, não iria dormir bem. Graças a Deus, fiz o gol, o Flamengo não caiu e espero que nunca caia", finalizou.

Fonte: https://www.foxsports.com.br/news/356114-obina-diz-que-atletas-do-flamengo-precisam-dar-a-vida-em-campo-torcida-nao-liga-tanto-para-tecnica







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