O Flamengo apresentou no início da tarde desta terça-feira o seu novo treinador com clima de nostalgia. Paulo Cesar Carpegiani, campeão do mundo em 1981, chegou ao Ninho do Urubu para sua primeira entrevista coletiva com os ex-jogadores Adilio e Julio Cesar Urigueller na plateia. Ele recebeu a camisa 01 das mãos do presidente do time, Eduardo Bandeira de Mello. O contrato será de um ano, até 31 de dezembro de 2018.
Indagado sobre se irá exercer duplo papel, de técnico e coordenador técnico, como o previsto, Carpegiani afirmou que pode se demitir e cpolocar outro no lugar.
– Houve uma interpretação de que o Flamengo deveria tomar uma iniciativa. Na situação em que estava, com contrato em vigor, e não dependia dele a permanência do treinador ou não. O clube estava de mãos atadas. A partir do momento que teve uma definição com o Rueda, tudo aconteceu. Lá atrás houve sondagem para eu ser o coordenador – afirmou o treinador, que continuou:
– Eu avalie, tinha contrato com o Bahia. O Flamengo esperou, aguardou o Rueda dar a palavra, e tomou a iniciativa. Hoje eu sou treinador do Flamengo. Existe um projeto. Mas não está afastada a possibilidade de encontrar a pessoa que pode estar á frente do clube amanhã ou depois. Vou participar e participei ontem das discussões sobre isso.

Carpegiani recebeu a camisa número um do presidente do Flamengo Carpegiani recebeu a camisa número um do presidente do Flamengo Foto: Diogo Dantas / Extra
– Nós nunca fomos enganados ou estivemos a margem do processo esse tempo todo. O Rueda é uma pessoa contra quem não temos nada, recebeu uma proposta, o Flamengo soube que existia, e se preparou para o desfecho. O planejamento não sofreu, trabalhamos normalmente com as duas possibilidades – explicou o dirigente.
– Quando a coisa encaminhou para a saída dele, chegamos à solução do Carpegiani, que seria nosso coordenador, mas preferimos colocar como treinador no longo prazo. Não existe isso que ele colocou aqui um prazo para ele sair e assumir a coordenação. Mas não é para ninguém ficar perguntando se já escolheram outro treinador.
O diretor de futebol, Rodrigo Caetano, disse que manteve contatos diários com Rueda desde o início da férias, e que o treinador expressou que ficaria no clube.
– Começamos o planejamento com Rueda no dia seguinte da Sul-Americana. Quando ele viajou, eu fiz contato diário, ele disse que a ideia dele era permanecer no Flamengo. A gente segue o planejamento dessa forma. Mas como não é um plano pessoal, seguimos a vida normalmente. Desde muito tempo quando começamos a conversar com o Carpegiani sobre o projeto, ficou claro, desde o recesso, que ele poderia ser o nome para assumir como treinador. Ele e nós o sentimos capacitado para isso. O desfecho só houve somente ontem, quando o Rueda oficializou sua saída – disse.
Comissão apresentada
O clube aproveitou a chegada do novo treinador para confirmar as novas caras da comissão técnica. Com o novo comandante, chega o auxiliar e filho, Rodrigo Carpegiani.

Adílio e Julio César Uri Geller foram comandados por Carpegiani em 1981 Adílio e Julio César Uri Geller foram comandados por Carpegiani em 1981 Foto: Diogo Dantas / Extra
Com a saída de Rueda, que aceitou o convite do Chile, saíram também o auxiliar Bernardo Redin e o preparador físico Carlos Velazco. Assim, Daniel Gonçalves, que passou a coordenador científico, volta a fazer os trabalhos físicos no campo com outros profissionais que já estavam no clube, como Gustavo Araújo e Marcelo Martorelli.
CONFIRA MAIS TRECHOS DA ENTREVISTA:
APELO À TORCIDA
A torcida fique tranquila, que os lemas, o hino, vencer, vencer, craque faz em casa, tudo isso terá prosseguimento. Sei disso, participei disso. Eu pediria essa torcida essa união total. Em 2016 estive aqui com o Coritiba e levamos um chocolate nos primeiros 15 minutos. A torcida não parava. Eu queria parar o jogo, parar a torcida, a gente ia tomar uns dez. Quando ela parou, conseguimos deixar esse calor, que era infernal, e sair do sufoco. Essa união que eu quero ver, mostrar em campo para ter esse apoio. Tenho recebido as mensagens, que possamos retornar a ter títulos. O Flamengo ano passado conseguiu chegar, mas o que marca são os títulos.
MODELOS DE CLUBES
O que é moderno e o que é antigo? Difícil responder. Vimos o Grêmio contra o Real Madrid. Eu há 40 anos, com aquele time que se consagrou nos livros de 1981, aquele time do Flamengo, muitos dizem que peguei armado. Naquela equipe se jogava 4-2-3-1. Hoje isso é moderno? É tudo muito discutível. É preciso evoluir. Notamos a diferença do futebol europeu. Podem pensar que eu fui campeão de tudo lá atrás, e agora? O moderno é aquele time que ganha e convence, que todo mundo gosta de ver. Nós treinadores só vamos estar a frente dos times fazendo o time jogar, tendo os resultados. E quando surge esse projeto, a garotada nova, de dar o suporte para o jovens, para sustentar o trabalho, e realizando contratação de suporte, ai o futebol vai para frente. A medida que você vê que os resultados não chegam você tem que tomar uma posição. Assim é o nosso futebol. Assim que temos que fazer, conseguir o resultado para dar prosseguimento. Existem os planejamentos mas que há quebras para atender a essa ideia - disse o técnico, questionado se o modelo do Flamengo com Zé Ricardo não obedecia a esses critérios e foi interrompido com a chegada de Rueda.
Veja coletiva em vídeo:
Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/com-presenca-de-campeoes-do-mundo-flamengo-apresenta-carpegiani-nova-comissao-22269652.html
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