Esportivamente, o Campeonato Carioca já provocou calafrios em 2017. Com uma fórmula para lá de questionável, a reta final da Taça Rio pode, por exemplo, ter clássicos simplesmente amistosos, sem valor real para a semifinal geral da competição. Mas nem pelo lado financeiro o Estadual tem sido válido para os grandes clubes. Juntos, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco disputaram 38 partidas na competição. 31 delas, ou seja, cerca de 82% deram prejuízo.
Se observarmos apenas os confrontos com as equipes pequenas, a asfixia financeira é ainda maior. O Botafogo, por exemplo, teve prejuízo em todos as sete partidas contra os menores. No meio de semana, por exemplo, o Alvinegro enfrentou a Portuguesa no acanhado estádio de Los Larios, em Xerém. Foram apenas 771 pagantes, com renda de R$ 15 mil. Com as despesas, o saldo despencou para negativos R$ 66 mil. O Fluminense seguiu a tendência: nove jogos de prejuízo em nove confrontos com os pequenos. O Vasco, por sua vez, só viu lucro na partida contra o Volta Redonda, fora de casa, em sete jogos disputados. Mesmo o Flamengo, clube mais popular do Brasil, teve mais prejuízo do que lucro. Em oito jogos contra pequenos foram cinco receitas negativas.
O saldo geral, portanto, é quase total de prejuízo. O Flamengo, com lucro de R$ 500 mil em 12 jogos, é a exceção. O Botafogo, em dez jogos, acumula prejuízo de R$ 1,16 milhão, o Fluminense, em 12 partidas, de R$ 608 mil e o Vasco, com 11 jogos, de R$ 241 mil. Nos borderôs, a Ferj tenta já há alguns anos aliviar a barra da competição, indicando o lucro com direitos de transmissão de tv por partida, o que tiraria cada uma do prejuízo. Mas é para inglês ver. Atualmente, o Carioca é um campeonato inviável com a bilheteria. Literalmente, os grandes pagam para jogar.
CHUTE CRUZADO
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