Análise: individualidade faz valer peso do elenco, e Abel tem novas certezas em vitória do Flamengo



Titulares descansados e com a concorrência voando na cola. A vitória do Flamengo sobre a Chapecoense na manhã de domingo, no Maracanã, valeu pelos três pontos e pela performance individual de reservas que pedem passagem. E é Abel Braga quem ganha com isso.



Nomes como Trauco, Piris da Motta, Ronaldo, Berrío, Vitinho e Lincoln mostraram que não estão distantes dos titulares de suas posições e se destacaram. Tanto que o próprio treinador admitiu que o 2 a 1 foi construído mais na qualidade individual de quem esteve em campo do que pelo coletivo.

A situação se torna natural por dois fatores: falta de entrosamento e, principalmente, calor. Com uma escalação inédita em campo, o Flamengo dependeu da capacidade de decisão de jogadores que encararam os 36º escaldantes da manhã de maio no Rio de Janeiro.

Fosse pela temperatura ou pela falta de treinamentos, o Flamengo era cauteloso nas ações ofensivas, mas nem por isso deixou de controlar o jogo. Com passes verticais, a equipe acelerava sempre a partir da intermediária ofensiva e administrava as espetadas da Chape.



Foi assim que Trauco descolou lindo passe para Vitinho abrir o placar logo nos minutos iniciais. A superioridade técnica rubro-negra era suficiente para ditar o ritmo de uma vitória que só não foi mais tranquila por conta do pênalti perdido por Diego no final da primeira etapa.

Em momento algum, porém, a Chapecoense deu indícios de colocar o resultado em risco, o que contribuiu para morosidade do Flamengo em situações onde o calor indicava que administrar era mais inteligente do que acelerar. Difícil era convencer Berrío disso.

O colombiano foi um dos que deixou ótima impressão com arrancadas pela direita. Na área, Lincoln também foi bem, sofreu um pênalti, fez um gol e funcionou como pivô em outro par de ocasiões. Parece reencontrar o futebol que o colocou como promessa ao lado de Vinicius Júnior anos atrás.



As melhores atuações, entretanto, vieram da dupla de volantes. Piris da Motta e Ronaldo foram impecáveis, consistentes e surgem como boas opções nas ausências de Cuellar e Arão.

Mais confiante e adaptado, o paraguaio chama a atenção pelo poder de marcação, capacidade de reação e cobertura. Arriscou mais passes verticais e conseguiu controlar o ímpeto, reduzindo os botes que resultam em falta. Teve grande atuação.

O mesmo vale para Ronaldo. A assistência para Lincoln coroou a exibição de um jovem que soube determinar o rumo das ações de meio-campo. A classe em toques de calcanhar exemplificou a confiança de quem tem capacidade técnica para arriscar passes em profundidade. Assim, serviu Rodinei em bons avanços.



Ciente de que a atuação coletiva não foi de gala, Abel valorizou o crescimento individual de peças que serão importantes ao longo da temporada:

- A surpresa foi o Berrío, que deu conta do recado. Se jogasse 60 minutos, estava contente. Mas na parada falei que ia tirar e ele pediu mais cinco minutinhos. O Lincoln voltou agora e foi muito bem. Sentir câimbra era normal. O Vitinho está mudado, viu? Está deixando de ser aquele jogador frio. Não era nem para voltar do intervalo. Vomitou muito. Isso desidrata. E voltou. O Ronaldo foi muito bem, o Piris muito bem, é uma máquina. O Hugo foi muito bem contra o São Paulo.

Quarta-feira, diante do Corinthians, em São Paulo, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, Abelão voltará a escalar força máxima. No entanto, ainda mais convicto de que 11 é um número muito baixo para determinar os titulares deste Flamengo.


Fonte: https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/analise-individualidade-faz-valer-peso-do-elenco-e-abel-tem-novas-certezas-em-vitoria-do-flamengo.ghtml

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