O cenário político no Flamengo ganhou destaque recentemente com a decisão do
atual presidente Rodolfo Landim em escolher seu candidato para sucedê-lo nas
próximas eleições do clube. Segundo reportagem do Portal Mundo Rubro-Negro, Landim optou por apoiar Luiz Eduardo Baptista,
conhecido como Bap, o atual presidente do Conselho de Administração do
Flamengo. Essa escolha foi revelada após uma disputa acirrada com Rodrigo
Dunshee de Abranches, vice-presidente geral e jurídico, que viu suas chances
diminuírem após uma controvérsia envolvendo um perfil falso no Twitter.
Rodrigo Dunshee de Abranches disputava a preferência de Landim para ser o
candidato do grupo político do atual presidente nas próximas eleições do
Flamengo. No entanto, a situação de Dunshee se complicou quando ele foi
suspeito de operar um perfil falso no Twitter para ofender opositores da
gestão Landim, incluindo o próprio Bap. A Justiça determinou que o Twitter
revelasse o autor do perfil, o que pode resultar em punições internas no clube
e tornar a posição de Dunshee insustentável, deixando-o inelegível para a
disputa.
Com o prazo das eleições se aproximando, Landim se viu obrigado a tomar uma
decisão rápida para evitar um racha no seu grupo político. Em uma reunião do
Conselho Deliberativo, Bap assumiu um papel de protagonismo ao fazer um
discurso exaltando decisões estratégicas tomadas pela diretoria em 2020. Desde
que assumiu o cargo de presidente do Conselho de Administração em janeiro de
2022, Bap tem sido mais presente no dia a dia do Flamengo, atuando como um dos
principais articuladores das conversas sobre o clube aderir à Lei das
Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs).
Bap tem defendido veementemente que o Flamengo adira à Lei das SAFs, o que
permitiria um investidor adquirir uma parcela minoritária do clube,
viabilizando recursos para a construção de um estádio. Essa ideia tem o apoio
de Landim, mas é criticada publicamente por Dunshee. A relação entre Bap e
Landim parece estar alinhada em relação a essa questão estratégica para o
futuro do clube.
As eleições estão programadas para dezembro do próximo ano, mas existe a
possibilidade de uma emenda ao estatuto ser votada no segundo semestre deste
ano, estendendo o mandato de Landim para quatro anos e, assim, adiando as
eleições para o final de 2025. Além disso, o Conselho Deliberativo deve votar
outra emenda, que, se aprovada, impediria ocupantes de cargos eleitorais fora
do clube de concorrer à Presidência, vetando uma eventual candidatura do
ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, atualmente deputado federal, bem como
de Marcos Braz, vereador pelo Rio e deputado federal suplente. Essa emenda tem
sido apelidada de "emenda do cagaço" pela oposição.
Bap e Bandeira têm uma história complexa, antes aliados e agora inimigos. Bap
foi um dos organizadores da Chapa Azul original, que elegeu Bandeira em 2012,
mas rompeu com o então presidente em 2015 e formou um novo grupo político. Nas
eleições seguintes, em 2018, Bap e seu grupo, liderado por Landim, conseguiram
derrotar a candidatura de Ricardo Lomba, apoiado por Bandeira.
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