A negociação entre a Libra e o fundo Mubadala tem movimentado os bastidores do
futebol brasileiro com uma proposta de compra de fatia dos direitos de TV do
Campeonato Brasileiro. Segundo reportagem do Rodrigo Mattos do Uol, o
Flamengo, que é um dos clubes integrantes da Libra, tem se mostrado cauteloso
em relação à oferta, buscando alternativas que traga mais lucro, que apenas
vender seus direitos de transmissão.
A Libra é um grupo composto por Flamengo, Corinthians, Santos, São Paulo,
Palmeiras, Grêmio, Bahia e Red Bull, na Série A.
A proposta inicial do Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, era de comprar
20% da Liga por R$ 4,750 bilhões por 50 anos. Houve nova oferta do fundo de
adquirir 12,5% dos direitos por um valor entre R$ 1,3 bilhão e R$ 4 bilhões
a depender do número de times.
Com dinheiro em caixa e dívida baixa, o Flamengo não tem necessidade de
aportes no momento. Suas contas estão sustentáveis. A diretoria poderia usar
dinheiro para investimentos, mas descarta qualquer gasto com jogadores com
esses recursos. O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, entende que isso
comprometeria o futuro do clube.
A partir daí, a diretoria rubro-negra fez as contas e considera o dinheiro
oferecido pelo Mubadala caro para o mercado financeiro. O clube avalia que
poderia obter os mesmos recursos no mercado por custo menor. Ou seja, no
geral, a operação não valeria a pena para o clube, cedendo um percentual
entre 12,5% e 20% dos seus direitos de TV por um ganho imediato entre R$ 158
milhões e R$ 316 milhões.
Diante disso, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, sugeriu à Libra a
possibilidade de ceder uma parte dos direitos de TV em troca de um percentual
da própria Liga, tornando-se, assim, sócio da empresa responsável por
administrar a possível Liga do Brasileiro. Essa alternativa permitiria ao
clube carioca continuar recebendo a maior parte de suas receitas, enquanto
lucraria com o crescimento da empresa.
Essa proposta está em fase inicial de debate entre a Libra e o Flamengo,
fazendo parte da formatação do contrato definitivo entre Mubadala, Libra e os
clubes. Há um pré-acordo com prazo de 60 dias para conclusão do negócio,
possibilitando que os clubes optem por não vender seus direitos de TV, se
assim preferirem.
A ideia de se tornar sócio da Liga não se limita apenas ao Flamengo. A Libra
também ofereceu a mesma possibilidade à presidente do Palmeiras, Leila
Pereira, uma vez que o clube alviverde também apresenta contas saudáveis.
Outras agremiações que não desejem receber aportes poderiam solicitar o mesmo
acordo, tornando essa discussão ainda mais abrangente.
A Libra tem se mostrado determinada a negociar em bloco os direitos de TV do
Campeonato Brasileiro de 2025 de nove clubes da Série A, contando com o aval
dessas agremiações. Entretanto, isso não significa que todas aceitarão o valor
negociado em conjunto. O prazo de 60 dias estabelecido no pré-contrato expira
no final de agosto, momento em que os clubes terão que decidir se assinam um
compromisso definitivo, que também deverá ser levado aos Conselhos
Deliberativos.
A ideia inicial de uma Liga única já foi descartada, uma vez que nove clubes
estão associados à Libra e outros dez ao grupo da Liga Forte Futebol,
resultando em uma negociação de direitos em dois blocos distintos.
A partir dessas negociações, o futebol brasileiro segue em busca de soluções
para fortalecer sua estrutura e garantir um futuro sustentável para os clubes,
com parcerias que possam potencializar o crescimento do esporte no país. O
desfecho dessas negociações terá impacto significativo no cenário
futebolístico nacional e será acompanhado com expectativa por torcedores,
dirigentes e amantes do esporte em geral.
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