Jorge Sampaoli elogiou a postura do Flamengo após a derrota por 2 a 1 para o
Internacional, em Porto Alegre, neste domingo, e destacou a falta de eficácia
e contundência do time para vencer a partida.
- Penso que o time melhora durante o jogo. Teve muita possibilidade de
fazer mais de um gol. Mas o futebol é contundência. Contundência nas áreas.
E aí o time perdeu um jogo onde o desenvolvimento foi melhor, mas no final
não - disse o treinador argentino.
Sobre a substituição de Pedro, Sampaoli explicou que viu o Flamengo "neutro"
com dois centroavantes e precisava de mais volume.
- Eu penso que, com tanto domínio, o time tinha que concretizar mais.
Faltou eficácia no último toque na área. A substituição teve relação
direta com o que o time precisava: de mais volume. Até a mudança do Pedro,
o time estava neutro. Quando vejo que o time está neutro, eu tomo
decisões. Era um centroavante ou outro. E tomei a decisão pelo Gabigol.
Outras respostas do treinador:
Falta de eficácia
- De arbitragem eu não falo nunca. A ideia é que o time construa desde
baixo. E trate de chegar ao campo rival com mais posse de bola e com maiores
possibilidades com a bola. E que não jogue um jogo de ida e volta. Venho
falado isso desde a minha chegada.
- O time hoje teve momentos muitos bons de jogo, mas não aproveitou em
frente ao gol rival. E o rival com muito pouco acabou ganhando o jogo.
O que o Inter fez mais do que o Flamengo para vencer?
- O Inter estava muito feliz com o empate, mas em dois laterais eles nos
pegam mal posicionados e fazem dois gols em jogadas totalmente isoladas.
Acredito que o Internacional esteve melhor nos 10 minutos iniciais do
segundo tempo, onde eu começo a pensar a trocar o esquema e os jogadores. Vi
que o time não dava resposta ao posicionamento do Flamengo.
- Futebol é isso: pura contundência. O Flamengo teve nove ou 10 chances de
gols, mais aproximação, mais a bola e não conseguiu ganhar. São coisas que
temos de aprender porque se nós não dermos aproveitamento à bola e às
vantagens posicionais obviamente que o rival segue vivo e, em uma jogada,
pode matar o jogo, como foi hoje.
Substituições e entradas de Cebolinha e Marinho em nível ruim
- Considero que, sob o ponto de vista da contundência, eu errei, e o
treinador rival ganhou. Se o time tivesse convertido dentro das nove ou 10
chances no segundo tempo, estaríamos falando de outra coisa. Penso que hoje
a contundência hoje não está relacionada ao treinador, está relacionada aos
jogadores. Futebol é dos jogadores. Eles que definem o jogo, que perdem e
que ganham muitas vezes.
- Os treinadores podem ter alguma incidência em algum caso. Suponhamos que o
treinador erra quando perde e acerta quando ganha. A preocupação do
treinador é o desenvolvimento. Quem foi melhor no desenvolvimento, como
melhorar a contundência através do desenvolvimento ou como se jogar a ganhar
com uma ou duas bolas. E está bem. Essa é a realidade da análise.
- O time rival ganhou, felicito o treinador rival e o time rival. Eu
seguirei com minha ideia de dominar o rival e de ficar de frente para o gol
adversário o tempo todo para criar situações. Minha obrigação, por meu
sentimento de futebol, é trocar quando o time não é protagonista. Nos 10
primeiros minutos, o time não foi protagonista, somente se defendeu. Então,
sem dúvidas, eu pensei em trocar porque me senti incômodo no jogo.
Precisará de muito trabalhar para transformar o Flamengo no que
deseja?
- Penso que a resposta terá a ver com que o time encontre uma ideia
posicional de jogar. E o protagonismo que pretendo de jogo e que tive em
todos os lugares onde estive. A carreira do treinador no futebol brasileiro
vive do momento do jogador. Se o jogador faz 40 gols, obviamente que o
treinador tem mais vida, e a ideia é muito boa. Mas se o jogador não está
contundente, não vamos pensar que fizemos tudo mal. Simplesmente estivemos
mal nos detalhes e muito imprecisos na área rival.
Ruptura com o modelo de Vítor Pereira
- Lamentavelmente quando um treinador assume um time que vem com outra
preparação e que não há muito tempo de treino na semana, é um risco muito
grande para mim implementar uma ideia. E a ideia vai se sustentar pela
eficácia. Se tivermos eficácia, a ideia é boa. Senão a ideia é ruim e é
melhor voltar ao que habitualmente fazia. Vejo equipes que normalmente
terminam ganhando com muito pouco, mas penso que, pela história da forma de
jogar do Flamengo e por sua qualidade, propor um jogo de ida e volta é muito
complexo.
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